Fazem cerca de dez anos que deixei a cidade onde cresci.
A cidade em que cresci, Cariacica, era sem dúvida a mais zoada de toda a Grande Vitória aqui no Espírito Santo, por ser, digamos, a menos desenvolvida e um tanto quanto "rural" (ênfase nestas aspas, ok!). Foi quando eu comecei a estudar fora do município que eu descobri. Cariacica estava entre as cidades que quando a gente mencionava ouvia coisas como "mora mal" ou "Mora em Cariacica? Você não mora, você se esconde". Era engraçado todo esse exagero destas pessoas, que no fundo só queriam tirar onda mesmo. Eu nunca deixei de gostar da tranqüilidade bucólica dos melhores pontos da cidade onde vivi a maior parte da minha vida.
Hoje, como eu tenho que trabalhar em Cariacica, de vez em quando dou uma passada pelo bairro onde ficava a minha casa. E que surpresas eu encontro. Minha casa deu lugar a um depósito que nem sei para que serve. As árvores das calçadas desapareceram. Mas muita coisa permanece como sempre foi. Morros. O que mais se tem por lá são morros. Quer ir à padaria? Quer ir à igreja ver a missa? Quer ir ao supermercado? Quer ir ver o futebol no estádio do Rio Branco? Então encara um morro! E pensar que um dia sequer eram pavimentados!
Também encontro rostos conhecidos por lá, alguns me reconhecem, outros não. Conheci gente muito boa, honesta e trabalhadora.
O legal é poder lembrar de uma época em que as crianças sabiam brincar. Jogavam bola, soltavam pipa na rua, desciam o morro com carrinhos de rolimã (sim, para isso os morros serviam). E o melhor de tudo: eu vivi essa época.
Lembro que em uma aula de Português que tive na 8ª série a professora fez uma pergunta: Afinal, a saudade é um sentimento bom ou ruim? Acho que pode ser um pouco dos dois.
Vamos deixar então a Magali explicar...
Acho que essa frase diz tudo...
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