sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CIÊNCIA: A FÍSICA DOS APELÕES


Quem acompanha o meu blog já deve ter percebido as tantas referências e homenagens que faço a minha classe. Eu sou um graduado em Biomédicas.
Curioso. Na minha família é quase unânime a identificação das pessoas com as Exatas.
Na casa onde fui criado, por exemplo, os meus dois irmãos resolveram trabalhar com números, com cálculos, com máquinas.
Já eu decidi trabalhar com pessoas, com genética, com saúde, etc.
Posso então ser considerado uma ovelha negra na família?
Não. Longe disso! A saúde é com o que me identifico e também é aquilo com o que acredito poder dar alguma contribuição à sociedade.
Mas por ter sido tão apegado aos irmãos, penso que gostaria de ter mais habilidades com os números. Seria legal se pudéssemos trabalhar juntos.
E, graças aos meus irmãos, eu ainda sou fascinado pelos estudos relacionados aos fenômenos físicos da natureza, em especial a astrofísica.
Sou muito curioso e penso o quanto seria realizador ir de encontro ao desconhecido. Estudar o Universo, tudo aquilo que não podemos ver com os nossos olhos.
 
 
"O mundo que conhecemos é apenas uma pequena parte de um
mundo muito maior."
 
                                                                    Ging Freecs (Hunter X Hunter)
 
Quadrinhos e mangás de super-heróis ou de seres com poderes fantásticos são perfeitos para os nerds entrarem em discussões sadias sobre fatos que desafiam a lógica.
Escolhi aqui apenas quatro exemplos porque senão posso me empolgar e fazer uma postagem-monstro, daquelas que ninguém vai ter coragem de ler, como foi a que fiz sobre política e eleições.
Vejamos:

 
Personagem: Magneto
Poder: Eletromagnetismo
 
O vilão/anti-herói Magneto das histórias dos X-men na Marvel Comics é um imã vivo. E como pode usar seus poderes a hora que quiser podemos concluir que ele é um eletroímã.
Magneto deve ser capaz de manipular enormes quantidades de cargas elétricas que circulam dentro de seu corpo e é esse movimento que gera o magnetismo.
Devido aos seus feitos absurdos de poder, imaginamos que estas cargas devem ter energia suficiente para iluminar uma cidade. Difícil é pensar de onde Magneto tira tanta energia. Se pensarmos que ele quebra os próprios núcleos de seus átomos, provocando uma pequena explosão nuclear interna, surgira também um outro problema: a radiação. O corpo do mutante precisaria ser feito de chumbo para contê-la!
Bem, mas vamos analisar os feitos de Erik Lehnsherr.
Magneto é de longe um dos personagens mais poderosos da Marvel Comics. Ele poderia destruir o planeta Terra inteiro se quisesse, já que é capaz de controlar todas as formas de eletromagnetismo de formas simultâneas, e ainda é dito que o seu poder não tem limites.
O eletromagnetismo age sobre todos os elementos, em alguns mais em outros menos. Magneto teria o nosso planeta como seu refém, poderia agir com seus poderes no centro de níquel e ferro magnetizado da Terra e pararia a sua rotação! Afinal, seus poderes são ilimitados.
Sem esquecer de mencionar que, como magnetismo e eletricidade são dois lados de uma mesma moeda, Magneto poderia ser capaz de gerar cargas elétricas sobre todo o espectro visível, deixando a Tempestade no chinelo.

 
Magneto enfrentando os Vingadores em Guerras Secretas chegou a mencionar que o único daquela super equipe que poderia enfrenta-lo era Thor, que seria o seu equivalente. Pode parecer absurdo pensar em uma pessoa, mesmo sendo um mutante, nascer com um poder para fazer frente a um deus, mas se meditarmos sobre os conceitos clássicos acerca do que seria classificado como uma divindade (os antigos atribuíam todos os fenômenos da natureza aos deuses), faz bastante sentido. 

Nikola Tesla
Aqui aproveito para falar sobre Nikola Tesla, o inventor nascido no Império Austríaco, famoso por suas contribuições na engenharia mecânica e eletrotécnica. Uma de minhas figuras históricas favoritas, fascinante era a sua inteligência e a sua personalidade que serviu de inspiração para os típicos cientistas loucos de ficção científica, principalmente por causa da sua teoria do "Raio da morte".
Tesla descobriu que não são necessários fios para que a energia pudesse ser transportada, assim criou o primeiro “transformador amplificado”, na tentava de iluminar o mundo gratuitamente. Interesses políticos e coorporativos impediram suas pesquisas para esse fim, assim criou um projeto que disfarçava seus interesses, conseguindo verba para suas pesquisas.
Ele descobriu que a Terra não é somente um enorme imã, mas na verdade um capacitor, ou seja, um acumulador e liberador de energia de tamanho descomunal. 
 
Alguém com os poderes do Magneto pode então ir ainda mais longe com um pouco mais de imaginação.
Magneto ainda poderia produzir raios-X ou radiação gama que são gerados por um processo mais violento como a explosão nuclear, que ainda pode ser usado para partir átomos. Poderia também produzir luz visível, ou ultravioleta e ainda a infravermelha, sendo capaz então de gerar calor a temperaturas elevadíssimas. E com ondas eletromagnéticas em um espectro maior, poderia criar explosões de micro-ondas, algo devastador e bem dramático de se assistir.


 
Personagem: Barba Negra
Poder: Energia e Matéria escura/Gravidade infinita
 
Eu mal esperava que surgisse uma boa oportunidade para falar sobre este personagem, e quem diria que seria agora, justo em uma postagem sobre ciências.
Marshall D. Teach, mais conhecido como Barba Negra, não é apenas o vilão mais legal e poderoso do animê/mangá One Piece, mas é também aquele que possui o melhor conceito de personagem nesta história. Ele foi baseado no pirata Barba Negra real e boa parte dos personagens desta série criada pelo mangaká Eiichiro Oda também são referências a piratas reais, outro detalhe maneiríssimo desta obra. Mas aqui não vamos falar do personagem Teach e sim do poder que ele afirma possuir.
O Barba Negra comeu a Yami Yami no mi, a fruta escura, e graças a isso tem o poder sobre a escuridão. Porém a escuridão a qual nos referimos aqui não é simplesmente a falta de luz, como demonstrado, mas sim a Matéria Escura e a Energia Escura, que correspondem a 95% do nosso Universo e são soluções propostas para explicar os fenômenos gravitacionais e, até onde sabemos, são duas coisas distintas, que apenas temos noção de sua existência através de métodos indiretos, observando seus efeitos sobre o universo e tentando deduzir suas propriedades a partir deles.
Já vimos Teach em ação várias vezes e em seus combates o seu principal artifício é criar violentas forças de atração e repulsão contra seus adversários, além de poder confinar qualquer ente dentro do Buraco Negro que o seu poder pode criar.
Vamos deixar de lado o seu poder místico de selar as habilidades de outros usuários de Akuma no mi e também a sua habilidade de roubar os poderes dos usuários e depois usá-los a vontade, como ele fez com o Barba Branca, seu antigo capitão, após mata-lo.

 
Como já aprendemos com um dos mais geniais cientistas que já existiram, Issac Newton, quanto maior a massa, maior a sua força gravitacional. De acordo com o livro do astrofísico Neil DeGrasse Tyson, Death by Black Hole, os buracos negros possuem ainda mais massa do que as maiores estrelas que podem formar corpos celestes com uma tremenda força de atração. Nos buracos negros a velocidade de escape é ainda maior do que a velocidade da luz! Doidera, né!
Nem a luz seria capaz de escapar de um buraco negro, que é uma entidade realmente fantástica devido a toda essa gravidade concentrada em um único ponto. Nem mesmo se você fosse capaz de alcançar a velocidade da luz poderia escapar da força dos buracos negros.
Já imaginou o quão absurda é a força que o Barba Negra poderia alcançar e a quantidade de inimigos do seu universo de animê/mangá ou de outras mídias que tombariam ante ele?

Aioria de Leão, Cavaleiro de Ouro (Saint Seiya)
Tecnicamente, nem mesmo se você fosse um Cavaleiro de Ouro que é capaz de se mover a velocidade da luz, poderia escapar da força de atração de um Buraco Negro, do qual nem mesmo a luz pode escapar (Apenas estamos supondo que Teach tem esse poder).
Quando os átomos de uma estrela ou nebulosa são sugados por um buraco negro (poder que o Barba Negra exemplificou quando lutou contra Portgas D. Ace e absorveu por completo a "Super Nova" criada por ele), estes entram em órbita e formam uma espiral, chamada Disco de Acreção, cuja a rotação é tão acelerada que gera atrito para aquecer o material a milhões de graus e gera fachos de raios-X e gama. E em casos mais extremos formam o objeto mais energético conhecido do universo, o Quasar.

Quasar
Os Quasares emitem mais raios gamas e luz do que galáxias inteiras! E a maior parte daquilo que o Buraco negro absorve é expulso desta forma.
Imagine agora o que você poderia ver num espetáculos como este, se fosse possível aproximar-se dele. Caso você não seja ejetado, poderia cruzar o horizonte de eventos, o ponto de onde nem mesmo a luz escapa, ele distorce tanto o espaço quanto o tempo que atua como uma lente que desvia a luz do que está atrás. E, como o tempo é relativo a gravidade, minutos no horizonte de eventos equivalem a milhares de anos fora dele.
Considerando que o Barba Negra cria um Buraco Negro de tamanho reduzido, cruzando o horizonte de eventos, a diferença de gravidade é tão grande que puxaria seus pés com mais força do que o seu corpo se segura junto. Quer dizer, seu corpo seria divido em dois, que em seguida seria dividido até restarem apenas moléculas que são quebradas em átomos e que são quebrados em partículas menores ainda.
É, isso é quase tudo o que o Barba Negra poderia fazer possuindo o controle completo sobre tais forças. Claro que são tudo especulações minhas, afinal nem o Oda ainda apresentou a real extensão dos poderes deste vilão, mas se o Luffy vai ter que enfrentar tudo isso, precisará de muito mais do que Haki.
 

 
Personagem: Enrico Pucci
Poder: Controle universal da gravidade/Aceleração do tempo
 
O vilão da sexta parte do mangá Jojo's Bizarre Adventure de Hirohiki Araki, Enrico Pucci é a apelação em pessoa. Se algum dia eu for fazer uma lista dos personagens mais poderosos de todos os animês/mangás, ele certamente vai figurar entre as primeiras posições.
Pucci é um padre de profissão. Já repararam como japoneses gostam de criar padres fodões e que lutam pra caraio?
O caso de Enrico Pucci é o de um vilão ideólogo, comprometido com uma noção excepcional da vontade de Deus, e com o plano de Dio Brando, vilão da primeira e terceira partes do mangá e com quem o padre aprendeu a ser um baita de um lazarento. Ele não se importa de ter que manipular e usar as pessoas para seu próprio ganho pessoal. O seu irmão gêmeo Wes ("Weather Report") mesmo comenta que ele é o pior tipo de malvado, " um homem mau que não compreende que faz o mal".
Mas o que faz Enrico Pucci ser um ser tão poderoso?
O seus poderes de Stand (o poder espiritual dos personagens do universo de "Jojo's") evoluíram duas vezes no decorrer da saga em que atua. Se antes ele já era perigoso, mesmo para Dio, com o Stand Whitesnake que rouba as habilidades, alma e memórias dos outros, quão terrível tornou-se então quando adquiriu o Stand C-Moon.
Aqui os fenômenos físicos começam a se fazerem presentes e podemos discutir sobre eles. O C-Moon atribui a Enrico Pucci a habilidade de inverter a gravidade, a partir do seu centro de massa, com um alcance efetivo de 3 km. Assim, qualquer objeto não-fixo dentro de um raio de 3 km cai para longe do usuário do Stand. E ele também pode aumentar drasticamente a força gravitacional atuando sobre um objeto pelo simples toque e, se esse toque for feito no mesmo objeto ou área duas vezes, esse ajuste é revertido. Sem falar que o C-Moon permite ainda a Pucci desafiar a gravidade e orbitar qualquer inimigo ou ameaça.

"Tempo é relativo"/"Gravidade dobra o tempo"
Como foi subentendido anteriormente quando falei do Barba Negra, "a gravidade dobra o tempo". E é aqui que os maiores absurdos do mangá de Hirohiko Araki acontecem.
Pucci desenvolve um novo Stand chamado Made in Heaven (sim, o nome daquele álbum do Queen) que aumenta a velocidade ou taxa de fluxo do tempo através de sua capacidade de controlar as forças gravitacionais da Terra, da Lua e as aparentemente de todo o universo (em referência a aspectos da teoria da relatividade)!
Além disso, este Stand parece ter retido algumas das habilidade de Dio, uma vez que quando Jotaro Kujo usou a sua habilidade de parar o tempo, Pucci parecia estar ciente disso, agindo quando o tempo não deveria estar correndo.
Com a capacidade de acelerar o fluxo do tempo, nada no universo pode escapar do poder dele, com a exceção de seu usuário, Enrico Pucci, e essencialmente Deus.


Haruhi Suzumiya - a visão Otaku de um Deus
 
Deve-se notar que, enquanto o tempo se acelera para todos os processos não-vivos, os relógios biológicos das pessoas permanecem o mesmo, como se o tempo não acelerasse.
Para aqueles que lutam com o seu usuário, ele apareceria em constantemente movimento, mesmo quando parado.
Enrico Pucci pode atingir a velocidade da luz em poucos segundos e ainda foi capaz de fazer um dia virar um minuto, meses viraram segundos e mesmo os físicos especialistas confirmaram que a Terra estava realizando o seu ciclo em torno do Sol em segundos! Ele ainda matou os heróis da história e fez seus corpos apodreceram rapidamente. Tudo isso foi feito durante um segundo!
 
 
Nem mesmo o Flash, da DC Comics, poderia esperar por algo assim. Pucci poderia detê-lo com a sua velocidade de ação infinita ou ainda deixa-lo muito velho! O velocista por outro lado tem uma grande quantidade de recursos que poderiam favorece-lo. Não vamos criar muitas polêmicas aqui, afinal, para qualquer um fã do Flash, ele é invencível. É como bem disse Stan Lee: "Num duelo entre dois personagens vence aquele que você prefere que vença".
Voltando ao poder do padre de "Jojo's", como o tempo continua a correr, o universo vai bater em um "ponto de fuga", e um novo universo será criado, onde tudo se repete, de acordo com o "destino".
O usuário do Stand pode então alterar as características do universo e os destinos das pessoas no universo recriado e criar o mundo perfeito que eles desejam. Qualquer um que é morto por este Stand no universo anterior não deixará de existir, mas simplesmente será substituído por um ser semelhante, embora Pucci afirme que suas almas e personalidades terão sido apagadas e que eles vão parecer pessoas completamente diferentes.

"Desafio Infinito" (Marvel Comics) X "Stone Ocean" (Jojo's Bizarre Adventure)
Conte quantos planetas e estrelas existem no universo e depois entenderá o poder que esse cara ganhou. Embora muitos ainda acreditem que Pucci teria uma boa luta com o outro ser mais apelão de "Jojo's", o filho do seu chefe, Giorno Giovanna.
 
No resultado do "reset" que Pucci atribui ao universo, o destino das pessoas não pode mudar, a menos que o "padre libertino" realize alguma ação.
Quando o usuário do Stand é morto, o universo será redefinido em uma linha de tempo alternativa.


 
Personagem: Galactus
Poder: Poderes cósmicos obtidos pela energia do Big Crunch/Big Bang
 
O nome Galactus e a origem do personagem são bem conhecidos por qualquer nerd vidrado em quadrinhos que se preze.
O Devorador de Mundos da Marvel Comics originalmente era chamado Galan nascido no planeta Taa. Galactus é o único sobrevivente do Big Crunch que destruiu o universo anterior, acontecido antes do Big Bang que gerou o Universo Marvel atual (o "nosso" universo).
Galan era um explorador do espaço investigando o iminente fim do universo. Posteriormente, Taa foi mergulhada em uma praga radioativa que matou quase todos os seus habitantes. No último instante, Galan consegue escapar do planeta condenado numa nave espacial com alguns outros sobreviventes. Ao invés de morrer vítima da radiação que já tinha extinto a vida em todo o universo, Galan propõe aos seus companheiros que eles pilotassem a nave diretamente até o centro do Big Crunch. Enquanto se aproximava do Ovo Cósmico (ponto central do Big Crunch e fonte da radiação exterminadora), sua tripulação e sua nave são prontamente destruídas, mas um destino diferente foi reservado a Galan.
Dentro do Ovo Cósmico a "Sentença do Universo" se revela para Galan e lhe informa que embora ambos fossem morrer no cataclisma, eles iriam renascer como uma espécie única de herdeiro nascido no próximo universo. A "Sentença do Universo" então se funde ao corpo do mortal Galan, estabelecendo-o como o único sobrevivente do Big Crunch. Esta união leva ao seu renascimento no universo atual como o Galactus. Após o Big Bang e a formação da realidade atual, Galactus passa por uma gestação num casulo de energia cósmica para completar sua metamorfose. E após milhões de anos enfim emerge como uma entidade de vasto poder cósmico, essencial e intrínseco ao recém-formado universo.
 
Mas aqui eu não vou ficar debatendo sobre os poderes deste personagem, e sim sobre dois temas relacionados a ele que são os mais fascinantes para mim: A teoria da criação do universo e as escalas universais.
E quando vamos falar sobre as teorias de criação do nosso universo, é impossível deixar de mencionar o nome de Georges Lemaître.
 
Georges Lemaître
Georges Lemaître foi um padre católico e também um astrofísico. Estudou sobre a expansão do universo, teoria proposta anteriormente por Willem de Sitter e George Friedman. Foi o primeiro ou um dos primeiros cientistas a levantar a teoria do Big Bang. De fato, ele conheceu Albert Einstein pessoalmente e juntos discutiram sobre se o universo é estático ou se está em constante expansão.
Segundo Lemaître, como sabemos que o universo está se expandindo, ficando cada vez maior, então há muito tempo atrás, ele era menor. E há muito, muito tempo, era menor ainda. Isso significa que há bilhões de anos, tudo no universo estava contido em uma pequena bola ("Ovo Cósmico") que explodiu. Uau!
Algumas das perguntas dos cosmólogos a respeito deste tema são: E depois? Será que o universo vai realmente acabar? Ou será que continuará a expandir-se indefinidamente até esfriar-se totalmente e se tornar um Universo de escuridão? Ou será que tudo prosseguirá num ciclo eterno de Big Bangs e Big Crunchs? 
 
Galactus nos quadrinhos tem uma origem bem interessante. Legal também são os personagens que tentam emular o seu sucesso como Imperiex, a versão DC Comics de Galactus. E há até mesmo uma versão Capcom de Galactus, Pyron, diretamente dos games de luta da série Darkstalkers.
Pyron é um ser cósmico que se alimenta de corpos celestes, como planetas e estrelas, assim como a sua contraparte da Marvel Comics. Curioso é pensar que uma criatura de tamanho poder como Pyron vem à Terra enfrentar entidades como vampiros, lobisomens, múmias e até mulheres-gatos. Esperava um desafio maior para ele.
 
                            
 
Pyron tem o comportamento de uma estrela. Com bilhões de anos de idade, está continuamente em expansão, juntando cada vez mais massa, com seus átomos em constante pressão. Então eu até tinha uma teoria de que ele se transformaria em uma supernova e ao fim seria um ser de puro ébano. Assustadoras as minhas ideais, né?
Vejam que no vídeo acima ele faz os planetas do nosso Sistema Solar orbitarem os seus dedos. Pyron originalmente deve ter o tamanho de uma galáxia! Seus poderes cósmicos lhe permitem ter a escala de que precisa.
 
Teggen Toppa Gurren Lagann
E aqui entramos na questão das escalas universais. Se Pyron ter o tamanho de uma galáxia é exagerado, não surpreenderia tanto quando lembramos da saga do Anti-Spiral no animê/mangá Teggen Toppa Gurren Lagann. Aqui temos um meka tão colossal que usa as galáxias como Shurikens! O que pensar de um ser que tem bilhões de anos luz de altura?
 
 
                              
 
Este vídeo é impressionante. Com certeza não somos o centro do universo! Uma das coisas que mais me fascinam na astrofísica e na astronomia é a capacidade têm de nos ensinar a humildade (Ainda que a maioria dos nossos astrofísicos careçam dela).

No começo desta postagem, eu falei muito sobre trabalho e família. Eu me considero um homem desejoso de encontrar algo que realmente me faça feliz com o meu trabalho e eu acho que arriscar é importante, mas não podemos nos esquecer de aproveitar o que vem no caminho trilhado em busca daquilo que realmente procuramos para nós.

 
"É bom se divertir com pequenos imprevistos. Ao máximo. Porque aí você vai encontrar o que é mais importante do que aquilo que você quer."
 
                                                                         Ging Freecs (Hunter X Hunter)

domingo, 16 de novembro de 2014

ANIVERSÁRIO 20 ANOS KOF/PERFIL: IORI YAGAMI

 
Neste ano foram celebrados os 20 anos de existência de uma super popular franquia de vídeo games iniciada em 1994 pela (hoje falida) SNK.
The King of Fighters 94 foi sem sombra de dúvidas um jogo revolucionário! O já consagrado estilo "Fighting Game" recebeu uma nova roupagem e foi muito bem recebido pelo público. Mantido o antigo esquema do tipo de game, apenas combates, nada de fases, mas agora com uma nova definição. O jogador fazia as partidas com um time de três personagens, enquanto um lutava, os outros dois assistiam a luta, e os combates prosseguiam até ser definido o time vencedor, que seria aquele cujo último lutador permanecesse vivo terminada a partida.
Muito inovador e ainda por cima foi na forma de um crossover, juntando personagens de outras franquias da SNK, como Fatal Fury, Art of Fighting, Psycho Soldiers e Ikari Warriors, além de vários personagens inéditos feitos exclusivamente para este jogo.
É certo que já aconteceram outros crossovers antes de "KOF", mas nenhum até então havia sido tão bem sucedido e unido personagens de tantas franquias de uma forma tão harmoniosa.
 
E agora, o Blog sentindo-se na necessidade de comemorar o aniversário da franquia e, claro, aproveitando que o ano de 2014 ainda não acabou, dedica uma postagem em homenagem ao personagem mais popular de toda esta série de games, Iori Yagami.
 
O deus do mar e das tempestades Susano'o encontra Yamata no Orochi
 
Antes de falarmos sobre o astro Iori Yagami, vamos nos situar no contexto mitológico utilizado na criação da história dos personagens e do jogo. E como eu amo mitologia, isto não poderia ficar de fora.
 
Kusanagi (Kusanagi no Tsurugi) é o nome de uma espada lendária da mitologia japonesa, que segundo a lenda, foi retirada de dentro de uma das caudas de Yamata no Orochi depois que ele foi morto pelo deus Susano'o (muita gente só deve ter ouvido falar deles por causa do Naruto).
Yamata no Orochi era uma serpente-dragão mitológica japonesa que possuía oito cabeças e oito caudas e conta-se que seu corpo era tão imenso que poderia alcançar oito vales e oito colinas.
Esta espada Kusanagi é considerada hoje um dos três tesouros sagrados do Japão, juntamente com a Joia Santa Yasakani no Magatama, e o Espelho Santo Yata no Kagami.
Para o jogo foi adaptada a história e cada um destes tesouros é guardado por um clã, sendo a missão deles usá-los para selar o Orochi sempre que ele estiver quebrando o seu selo para se libertar.
 
Orochi aqui é retratado como uma força celestial, inclusive apelidado de "O amado de Gaea". Sendo ele uma entidade, uma força oculta da própria natureza, começou a se aborrecer com a humanidade, que crescia maltratando a sua mãe Gaea e destruindo uns aos outros. Assim Orochi chegou a seguinte conclusão: era necessário destruir a raça humana por completo para recomeçar a evolução a partir do zero e instaurar uma utopia na Terra.
 
A origem da rivalidade entre os clãs Kusanagi e Yasakani (Yagami) surgiu quando há 660 anos atrás, um membro do Hakkesshu (clã que detém o poder de Orochi), com o intuito de acabar com a união dos clãs, matou a esposa do líder do clã Yasakani, e conseguiu convence-lo de que foram os Kusanagi.
 
                              
 
Desejoso por vingança, mas certo de que os Kusanagi eram superiores em força, Yasakani decide por fazer um pacto com Orochi. Desde então o nome do clã foi mudado para Yagami e o poder das suas chamas se tornaram púrpuras, e todos seus descendentes foram amaldiçoados. Esta não fora uma missão muito complicada para os Hakkesshu, já que os Yasakani sempre tiveram sede de poder e cobiçavam a força de Orochi. Esta história é contada por completo em "KOF'96 Collection", mas infelizmente encontra-se apenas japonês (como visto no vídeo acima).
 
Iori Yagami faz a sua estreia em KOF 95. Ele foi criado para ser um rival do herói da série e também líder do Japan Time (o Time do Japão), Kyo Kusanagi. Mas aqui temos o caso não raro em que o rival superou o herói, tornando-se o personagem mais popular e querido da série.
 
Em sua estreia, Iori Yagami está representando o Time dos EUA, cujos antigos membros aparentemente foram derrotados e desapareceram misteriosamente. Como esta história aconteceu e qual foi o verdadeiro destino da antiga equipe, também conhecida como Time dos Esportes, nós provavelmente nunca saberemos. Mas podemos ter certeza que o despache ou a possível morte deles (afinal, os outros jogos em que eles apareceram não são canônicos) tiveram relação com Iori e seus parceiros de time.
 
Aqui aproveito para dar um destaque aos primeiros colegas de equipe do Yagami: Billy Kane do jogo Fatal Fury, braço direito do mafioso Geese Howard, que o enviara ao torneio para investigar o seu ex-sócio Rugal Bernstein, e Eiji Kisaragi do jogo Art of Fighting, o ninja que odeia o clã Sakazaki.
 
Rugal, o chefão dos dois primeiros jogos da série KOF, as edições 94 e 95, aliás um personagem que você certamente xingou muito por fazê-lo perder todas as suas fichas no fliperama, era um traficante de armas que organizava estes torneios de artes marciais do submundo e tinha uma grande sede por poder. Depois de ser dado como morto em 94, ele reaparece em 95, reconstruído com implantes cibernéticos e agora dotado de um novo poder, uma força cujo nome sequer é mencionado, mas que sabemos estar diretamente relacionada a Iori Yagami.
 
Iori é um personagem forte em vários aspectos: o design, a personalidade, a popularidade.
O seu design de fato é bem original. E é interessante pensar em originalidade quando discutimos sobre games, quadrinhos ou mangás. Algo original sempre acaba inspirando o surgimento de outras boas ideias que inspiram consequentemente ideias ainda mais novas.
 
Tipo, podemos dizer que o Duende Verde, vilão do Homem Aranha, foi inspirado no arqui-inimigo do Batman, o Coringa, com a mesma temática de comédia macabra, enquanto o Príncipe Palhaço do Crime foi claramente inspirado na fisionomia de Gwynplaine, personagem de Conrad Veidt, no filme da era do cinema mudo O Homem que Ri. Também posso dizer que Vega, o ninja espanhol de Street Fighter, teve um pouco do seu design e história (passado sofrido com pai abusivo) baseado em Dio Brando, vilão mais influente e marcante do animê/mangá Jojo's Bizarre Adventure, que por sua vez teve inspiração em Shin, rival de Kenshiro em Hokuto no Ken.
 
O desing de Iori tem muito de  Glam rock dos anos 80 e J-Rock, o que pode lhe conferir um ar um tanto extravagante, mas que é compensado por uma tremenda violência em seus golpes e a sua dublagem que é extremamente agressiva.
 
                           
 
Um outro detalhe foda na sua dublagem é a sua gargalhada impiedosa e aterrorizante que ele disparava vez ou outra quando vence o seu adversário.
Lembro-me da primeira vez em que vi essa cena. Ela despertou as mais distintas reações naqueles que a presenciaram. E eu também me recordo que fiquei imaginando o quão desagradável poderia ser perder uma luta para ele e a seguir escutar essa risada doentia.
 
E tudo isso em um único personagem, completado por uma trilha sonora arrasadora de puro jazz fusion, um saxofone matador e um groovy muito marcante.
Ele é além de tudo um rockstar, nem liga pros oponentes e companheiros de time, permanecendo de costas enquanto os outros lutam.

Voltando agora a sua saga. Eu considero a aparição dele em KOF 95 como a sua melhor fase.
Iori era mais vilanesco, usou de seus colegas de equipe para conseguir o que queria, e se ele peitou Billy Kane, podemos dizer que peitou indiretamente Geese Howard, o que significa que ele não tem nem um pouco de medo do poder deste grande vilão.
E Iori também demonstrou um grande desdém para com o derrotado Rugal, que morreu ao tentar dominar uma força que o rival de Kyo declarava ser o único capaz de dominar, e ainda deu uma surra em seus companheiros de time por agora não servirem mais aos seus propósitos.

                                

É durante os eventos de KOF 96 que ficamos sabendo melhor sobre o passado de Iori Yagami.
Todos os membros do seu clã são amaldiçoados pelo sangue de Orochi e por isso condenados a terem uma vida muito curta, e eles também são conhecidos por entrarem em um estado de loucura onde são possuídos por uma força aterrorizante e por uma assustadora sede por sangue e mortes, estado este conhecido como Fúria de Sangue.
 
Iori é um homem muito sofrido e aos poucos vamos nos dando conta disso. Além é claro da sua rivalidade com o Kyo, nós percebemos que ambos nunca se importaram com as desavenças entre seus clãs, as únicas coisas importantes para eles eram as lutas e o desejo de superarem seus rivais.
Toda esta história é também melhor esclarecida com a aparição da membro do clã Yata, Chizuru Kagura, que organizou este torneio de 1996 para encontrar aquelas pessoas que poderiam auxiliá-la na missão de selar Orochi novamente.
 
Impossível não considerar a sina de Iori Yagami envolvente. Condenado a uma vida curta e ainda a uma completa solidão. Quando é transformado pela Fúria de Sangue é capaz de coisas que nem mesmo ele poderia imaginar fazer, como visto em seu final em KOF 96, quando aparentemente mata as suas duas colegas de equipe Mature e Vice, ex-secretárias de Rugal e também membros do clã Hakkeshu, enviadas pelo seu superior Goenitz para vigiar o antigo vilão.

                             

Goenitz também era um vilão interessante. Ele se vestia como um clérigo e costumava carregar uma Bíblia, mas secretamente desejava a vontade de Gaea do seu senhor Orochi. Foi ele quem arrancou o olho direito de Rugal e lhe entregou um pouco do poder de Orochi. Na verdade, Goenitz fez isto para realizar um tipo de experiência, ele queria testar Rugal para comprovar se este poderia ser um bom hospedeiro para que Orochi pudesse renascer na Terra.

 
Como já foi dito, Iori Yagami é um homem de muitos sofrimentos. O último de uma linhagem, que no fundo desejava apenas encontrar a sua redenção. E é em KOF 97, para muitos o melhor jogo de toda a série, que ele finalmente pode encontra-la.
 
É aqui que a história chega ao seu momento de maior tensão com o aparecimento dos últimos membros do clã dos Hakkeshu, Yashiro, Shermie e Cris, sendo que este último acaba por tornar-se o hospedeiro de Orochi. Surge também Yamazaki, vilão dos jogos de Fatal Fury e que descobrimos ser também um Hakkeshu, mas ele não liga nem um pouco para Orochi ou sua utopia, preferindo usar o seu poder para si mesmo.
 
E ainda é nesta fase que a Fúria de Sangue que possui Iori torna-se incontrolável, assim como acontece com Leona dos Ikari Warriors, que por ser filha de Gaidel, um dos Hakkeshu, herdou o poder maldito.
 
Para por um fim às intensões dos Hakkeshu, Iori se vê obrigado a unir forças com Kyo Kusanagi e Chizuru Kagura, e assim os três clãs lendários estão juntos novamente na batalha contra Orochi.
Apesar da combinação de suas forças obter um pequeno êxito, Orochi não se dá por vencido e controla Iori, despertando a sua Fúria de Sangue para fazê-lo atacar seus próprios companheiros. Mas algo que nem mesmo Orochi poderia esperar aconteceu: Iori, em meios a dores e sofrimentos, consegue controlar aquele poder e ataca o próprio Orochi.
 
É chegada a hora de por um fim a toda aquela dor. Kyo recebe uma mensagem dos Yasakani, para por um fim a todo aquele ódio e maldições. E o que se segue é o final mais emocionante que eu já vi para uma história feita para um game de luta.

                            

A impressão que todos nós tivemos foi que todos estes personagens morreram aqui e muito provavelmente esta era mesmo a intensão dos produtores do jogo, mas não foi bem isto o que aconteceu como bem pudemos ver assim que novos jogos foram lançados.

A ideia para os próximos games seria acabar com a rivalidade entre Kyo e Iori e concentrar no desenvolvimento dos novos personagens que seriam integrados ao elenco de lutadores.
Claro, por pressão dos fãs, a rivalidade entre os dois não terminou, sendo sempre lembrada a cada novo jogo lançado. E, apesar deste enredo já não fazer mais sentido para as próximas tramas, acabou sendo importante, pois os novos personagens, que ocupariam a posição de protagonistas da série, não possuíam nem um décimo do carisma dos primeiros personagens.

Rivalidade é algo muito valorizado nas produções japonesas, sendo desenhos, filmes e até vídeo games, considerada essencial para o desenvolvimento dos personagens.
E, apesar da repetição desnecessária que a série KOF deu ao tema, considero a rivalidade entre Iori Yagami e Kyo Kusanagi uma das mais marcantes e inesquecíveis de todos os tempos.
 
 
KOF é uma série perfeita, seja nos jogos, personagens e enredo, pelo menos até a versão 97 e, quem diria, a série já está completando 20 anos! Certamente uma franquia de jogos que proporciona muita diversão e empolgação, e hoje trás nostalgia para todos os fã de jogos do gênero. Simplesmente inesquecível! 

domingo, 2 de novembro de 2014

CENAS DE MORTES INESQUECÍVEIS DOS ANIMÊS

 
2014 foi um ano de muitas perdas.
Foram perdas na literatura, no cinema, no humor, no esporte, na música e até na política.
E sendo hoje 2 de Novembro, o dia de Finados, preparei uma postagem, na forma de mais um TOP, sobre as grandes e inesquecíveis cenas de mortes dos animês.
A morte é algo muito presente nos animês e mangás. E algumas delas chocaram, repercutiram, foram tão comentadas, tão tristes ou até mesmo tão bonitas que ficaram marcadas para sempre na lembrança de todos aqueles que as acompanharam.
Morte dentro de qualquer animê é sempre triste, no entanto muitas vezes os personagens entregam as suas vidas por algo maior, guiados por sentimentos como o amor e a esperança. Lembramos aqui também dos animês onde ocorreram combates brutais e os personagens, jovens em sua maioria, que lutaram por toda a humanidade e nos foram apresentados como indivíduos capazes de se martirizarem e se sacrificarem pela amizade. Sem dúvidas algo capaz de comover o coração.
Vamos agora recordar de algumas das mais marcantes mortes vistas nos animês.



11º Lugar
Wizardmon (Digimon Adventure)

Começando com a cena da morte de Wizardmon, personagem do animê Digimon Adventure, série muito conhecida pelo grande público que acompanhou os bons tempos da explosão das animações japonesas na TV aberta.
Esta foi uma cena que chocou muito ao público, pois a morte do personagem foi realmente inesperada, além da maneira repentina como ela ocorreu. Um momento inesquecível, além de ter sido capaz de arrancar lágrimas de muitas crianças e adultos que acompanharam a série.
Digimon é uma franquia que surpreende, com muitas nuances interessantes em seu roteiro, sendo também a prova de que não é por um animê ser infantil que ele é ruim.
A princípio, Wizardmon fazia parte do grupo de Digimons que serviam ao vilão Myotismon, assim como a sua companheira de batalhas e amiga de longa data Tailmon, e a sua missão era descobrir o paradeiro da Oitava Criança.
Quando da invasão do Japão, Wizardmon encontrou o oitavo Digivice e descobriu que Kari era a tal Oitava Criança que se tornaria um dos Digiescolhidos, mas como o companheiro Digimon da menina seria a sua amiga Tailmon, decidiu protegê-los, e tal atitude acabou custando-lhe a vida. Ele pereceu pelo poder de Myotismon ao proteger Tailmon e Kari do ataque do vilão. Extremamente triste foi a cena com que Tailmon chora perante o corpo despedaçado do seu amigo. A carinha triste da pequena Digimon e sua voz chorosa mexeram com as emoções dos espectadores. Ela estava muito arrependida por ter envolvido Wizardmon nisso, mas seu amigo sorri e diz que não se importa e ainda agradece por ter conhecido Tailmon, aquela pessoa especial que foi capaz de dar um sentido à sua vida. E para completar a cena, Tailmon digivolve pela primeira vez tornando-se Angewomon e derrotando o vampirão Myotismon com os seus novos poderes.
Tailmon era bem fofa na forma de gato, e quando digivolve vira um mulherão. Wizardmon era um personagem bem bacana e fazia um casal diferente, porém legal, com a gatinha. Embora eles nunca tenham dito isso abertamente, muitos fãs viam que o relacionamento deles era bem mais do que uma amizade.
Ah, hormônios.

                                       
                         


 
10º Lugar
Camus de Aquário (Cavaleiros do Zodíaco)

A batalha mais emocionante que aconteceu na saga das 12 Casas do Santuário em Cavaleiros do Zodíaco também foi aquela que terminou com a morte mais triste de todo o animê.
Camus de Aquário dedicou a sua vida ao desenvolvimento do seu discípulo Hyoga de Cisne. Apesar de parecer um homem frio, em todos os sentidos, e impiedoso, Camus era uma alma bondosa.
Quando conheceu Hyoga, o cavaleiro de Aquário já havia alertado ao jovem que, para sobreviver às batalhas, deveria tornar-se tão frio quanto as geleiras eternas da Sibéria.
Camus tinha um comportamento ambíguo para com aquela batalha. Defendia a sua casa zodiacal, mas parecia não dar importância aos eventos que estremeciam o Santuário.
Ele foi muito mais do que um mestre para Hyoga, foi um verdadeiro pai. Na luta final entre os dois na casa de Aquário, Hyoga consegue finalmente despertar o 7º Sentido e o Zero Absoluto, reproduzindo a técnica definitiva de seu mestre, a "Execução Aurora". E, em uma das cenas mais dramáticas de toda a história do animê, após os golpes de ambos colidirem e tudo ficar branco, Camus felicita o seu discípulo por superar a sua última lição e morre após confessar a sua tristeza por ter lutado do lado errado durante tanto tempo, manipulado pelo Grande Patriarca, e por não poder acompanhar o crescimento de Hyoga a partir de agora.
Ele parecia predestinado a morrer naquele lugar, deixou um grande legado e importância para a história, além do mistério sobre suas verdadeiras intenções e objetivos para com o Santuário.

                                     




9º Lugar
Portgas D. Ace e Barba Branca (One Piece)

A saga da guerra em Marineford, em One Piece, foi surpreendente e rendeu acontecimentos e revelações inesperadas. Aqui ficamos sabendo, antes que fosse aplicada a sua execução por seus supostos crimes, que o pirata Portgas D. Ace era irmão de criação de Monkey D. Luffy e seu pai verdadeiro era ninguém menos do que o rei dos piratas Gol D. Roger.
Toneladas de tripulações piratas foram ao resgate do jovem, e toneladas deles morreram tentando faze-lo. Todos eles fizeram isso por amor a ele, voluntariamente. A parte mais triste é que eles conseguiram, e Ace estava tão feliz e juntamente com Luffy e os irmãos de consideração fizeram uma luta incrível para fugirem a salvos daquele lugar. Estavam todos comemorando, e o público que assistia vibrava. E então, de repente, Ace morre protegendo o seu irmão do ataque do Almirante Akainu.
A reação de Luffy foi simplesmente devastadora. Ace tinha acabado de ser salvo e poderia ter ido embora, mas aconteceu tamanha e inesperada fatalidade. E o choque foi tão grande para Luffy que o coitado quase enlouqueceu. 
Ace era o personagem mais sofrido de toda a história de One Piece, odiado e desprezado por todos por ter o sangue de Roger em suas veias, isso até conhecer Luffy, Barba Branca e todos os piratas que o admiravam e não o odiavam por causa da sua origem. Foi na hora da sua morte que Ace finalmente pode perceber o quão bom foi viver. Muito triste, mas também muito bela a morte do jovem que sentia-se tão deslocado do mundo que até mesmo tinha dúvida de que se realmente fora uma coisa boa ter nascido.

                                      

Eichiro Oda, criador do mangá mais vendido da história, era acusado de não gostar de matar os seus personagens, o que era realmente verdade. Mesmo em meio a batalhas tão violentas, ninguém nunca morria em One Piece. As mortes só aconteciam em flashbacks e fora destes a impressão que tínhamos era que a morte não existia de fato no mundo de One Piece.
Mas aí acontece essa saga da guerra em Marineford, e o Oda matou o Ace, um dos personagens mais queridos pelos fãs, e o Barba Branca, um importantíssimo personagem para a história do mangá, que, quando estávamos ainda o conhecendo e gostando de fato dele, acabou tendo uma das mortes mais surpreendentes de todos os animês/mangás.
Conhecido como o pirata mais forte do mundo, Edward Newgate, o Barba Branca, liderou seu grupo pirata e centenas de outras tripulações piratas vindas do Novo Mundo para resgatar Ace, o filho do seu maior rival e ironicamente amigo, Gol D. Roger.
Em meio a guerra, ele é traído e ferido mortalmente, mas continua lutando. Recebe espadadas, machadadas, tem sua cabeça partida ao meio (!) e até leva vários tiros de canhão no peito, mas mesmo assim não cai em nenhum momento.
Só quando é atacado por seu antigo aliado, o Barba Negra, este agora com a sua própria tripulação, que acaba sendo morto, mas ele não cai, terminando por morrer de pé, sem nenhum ferimento em suas costas, já que em momento algum retrocedera em batalha.
O Barba Branca era o mais poderoso de todos os piratas e o mais capacitado para encontrar o lendário tesouro que dá nome a série, mas não estava interessado nisso. Ele só queria ter uma família, que no caso foi a sua tripulação.

                                        



 
8º Lugar
Kamina (Tengen Toppa Gurren Lagann)

Gurren Lagann! Quando o vi pela primeira vez, já o considerei o melhor animê mecha que já havia assistido.
Gurren Lagann é excelente. Tem uma história maravilhosa, personagens sensacionais e uma animação fodônica! E o que poderia ser mais ousado do que o atrevimento do autor ao matar Kamina, um dos mais legais personagens de animês de todos os tempos, já no oitavo episódio da animação?
A morte de Kamina certamente era esperada, mas a maneira como ele morreu foi muito merecida para um homem da sua estatura. Foi uma cena totalmente ÉPICA.
Tendo tomado um golpe fatal do inimigo e ainda sob ataque, teve forças suficientes para lançar um ataque final contra seus adversários, enquanto sussurrava palavras de adeus para os seus amigos.
Ao ver isso senti minhas lágrimas VIRÍS, algo que não tinha feito desde que vi Hokuto no Ken pela primeira vez. Kamina foi um grande homem e que ensinou que o mais importante é que você tenha fé na sua capacidade. Acreditar em si mesmo foi o último conselho que ele deu a Simon. E esse aconselhamento vai fazer Simon avançar e tornar-se um grande homem como Kamina.
Um personagem que prova que as pessoas morrem apenas quando são esquecidas. Embora ele tenha morrido, viverá para sempre dentro dos nossos corações.
Kamina, um dos maiores homens dos animês!

                                     



 
7º Lugar
Rosette e Chrno (Chrno Crusade)

Um animê que será para sempre lembrado, marcante em todos os sentidos, esse foi Chrono Crusade. Rosette Christopher, a heroína desta história, uma freira muito animada e enérgica, uma exorcista e membro da Ordem de Madalena. Embora seu trabalho seja lidar com o sombrio, lutando contra demônios, Rosette é uma presença contínua de luminosidade, graças a sua personalidade espirituosa. 
Estranhamente, Rosette está vinculada ao demônio Chrno que tem o dever de ajuda-la em suas missões. Devido à ligação entre Rosette e Chrno, o animê nos conduz ao triste e inevitável fim que a eles está reservado. Afinal Chrno só pode usar seu poder sacrificando os anos da vida de Rosette.
O que corta o coração de qualquer um que acompanhou a saga em busca de redenção da freira e do demônio, outrora inimigos e agora amigos inseparáveis, é a sensação do medo e da perda inevitáveis que os acompanha. 
Em um momento de muita tristeza, a jovem Rosette expressa que ela não está realmente pronta para morrer. É realmente tocante a fragilidade de ambos os personagens e os sentimentos que tinham um pelo outro. Uma das finalizações de animê mais bem feitas, emocionantes e bonitas que já foram escritas. E o pior é que você sabe que vai acontecer, você aceita que vai acontecer, você entende que vai acontecer. 
Morte aceita, morte anunciada, morte triste. Esta é provavelmente a melhor finalização que criaram para personagens de animê até hoje. Muita comoção e reflexão sobre a condição humana e o sentido da vida.

                                     



 
6º Lugar
Piccolo e Kami-Sama (Dragon Ball Z)

Piccolo Daimao é o personagem com o conceito mais legal de todo animê/mangá Dragon Ball.
Assim como grande parte dos personagens da série, é um alienígena. Sua raça, Namekuseijin, é composta por seres inteiramente puros e castos, sendo assexuados, nascem sem qualquer tipo de contato carnal. Possuem grandiosos poderes, sendo os criadores das famosas Esferas do Dragão.
Piccolo é um ser demoníaco e ao mesmo tempo celestial, já que ele é a face má, uma verdadeira antítese de "Deus", e a sua origem parece ter alguma relação com a Trindade. No fim, ele assumiu ser apenas uma manifestação de uma força celeste, afinal ele veio do céu, do espaço sideral.
Quando Kami-Sama livrou-se da sua parte maligna, uma pequena gota de maldade de seu coração, para poder tornar-se o guardião da Terra, aquela essência do mal tornou-se Piccolo, cheio de ódio para com toda a humanidade, e assim ele cometeu uma série de crimes hediondos contra a raça humana.
Ao final da sua primeira vida, Piccolo deixou um ovo do qual nasceu o seu filho, aquele que nós melhor conhecemos e que herdou de seu pai, além de grandiosos poderes, o seu espírito. E mais a frente na história, após retornar ao céu, na Plataforma Celeste, voltou a ser um só com "Deus", isto é, Kami-Sama.
Mas o momento da sua vida que quero destacar aqui é a forma inesperada com a qual encontrou a sua morte na saga dos Saiyajins. Piccolo Daimao, a reencarnação do mal, entregou a sua vida para proteger uma criança, o filho do seu maior inimigo.
O Namekuseijin nos mostrou que a paternidade vai muito mais além do que simplesmente colocar um filho no mundo. Apesar de todas as surras que diariamente aplicava no coitado do Gohan, realmente se importava com o garoto, a única pessoa que se afeiçoou a ele e o considerou um amigo de verdade. Aqui também descobrimos que a solidão talvez fosse o maior martírio de Piccolo e aquela criança preenchera um grande vazio no seu peito. Gohan era uma criança pura, no sentido mais profundo da palavra, sem quaisquer tipos de preconceitos para com o diferente.
Nem mesmo Kami-Sama esperava que um dia ambos teriam uma morte assim, ele próprio proferiu que o Rei do Mal morrer para salvar uma criança era algo inadmissível. E o guardião da Terra também morreu (por manterem ligações espirituais) admitindo estar muito orgulhoso do que Piccolo havia se tornado, seu poder e personalidade.
 
                                      



 
5º Lugar
Nephrite (Sailor Moon)

Sailor Moon é muito bem lembrado por sua grande carga romântica e a comédia escrachada que todos nós amamos, típica dos animês. Mas essa obra também tinha muitos momentos dramáticos memoráveis. E para este especial eu tinha certeza que colocaria algo de Sailor Moon. Poderia ser a morte das Sailor Senshis na primeira fase da animação ou na batalha contra a vilã toda-poderosa Galáxia. Mas em ambos os casos, não demorou muito para vermos as personagens revividas novamente, por isso acredito que nenhuma morte teve tanto impacto em Sailor Moon quanto a morte do outrora vilão a serviço do Negaverso, Nephrite, que aliás é um personagem bem mais legal e interessante no animê do que no mangá.
Ele não é o primeiro caso de um vilão que morre ao tentar redimir-se, mas é provavelmente o mais memorável. O episódio em que seu óbito inevitavelmente ocorre narra uma verdadeira cruzada de Nephrite e Molly (Naru, no original) para ficarem a salvo dos inimigos que ameaçavam as suas vidas. Aqui os personagens principais são meros coadjuvantes e Molly é a única pessoa normal neste enredo. Ela não tem poderes e real compreensão do que está acontecendo. E durante o tempo em que estiveram juntos, mesmo Nephrite parecia sentir-se bem ao lado da menina e começava vê-la como uma companhia agradável. Ele riu pela primeira vez por causa dela.
Mas, aquele momento de paz é interrompido quando  Nephrite é atacado violentamente por um trio de Youmas, recrutado pelo próprio Zoisite, que usara Molly como uma isca para finalmente dar um fim ao seu maior rival.
Numa cena muito tensa e triste, Molly tenta em vão salvar o seu amado, mas tudo o que ela pode fazer é assistir a vida de Nephrite chegar a uma triste conclusão. E embora não tenha deixado claro se também amava a jovem da mesma forma, Nephrite valorizava a vida dela o suficiente para arriscar a sua própria. As emoções eram completamente estranhas para ele, e a dicotomia de como tentava racionalizar a insignificância de Molly em relação a si mesmo o perturbava e o fazia desenvolver sentimentos confusos.
Nephrite foi um personagem fantástico e inesquecível e o episódio da sua morte para sempre será lembrado por todos os fãs da animação.
Sailor Moon foi capaz de fazer a todos simpatizarem com um vilão em plena década de 90, quando estávamos acostumados com os vilões ocidentais que morriam sem mudar de lado. 
Com este fim monumental, restou aos fãs apenas deixarem as lágrimas rolarem, enquanto subiam os créditos finais do episódio.
 
                                    



 
4º Lugar
Maes Hughes (Full Metal Alchemist)

Maes Hughes foi o grande nome de Full Metal Alchemist e também aquele lembrado por seu fim incrivelmente precoce e triste. Ele era o melhor amigo do tenente-coronel Roy Mustang e seu maior incentivador em sua busca para chegar ao topo do governo. No entanto, Hughes é rápido para farejar os detalhes e os culpados da grande conspiração envolvendo laboratórios e experimentos secretos que ameaçavam a existência da própria nação. Em sua busca por justiça, acabou atraindo a atenção de um novo inimigo e as forças corruptas do governo.
Hughes era também acima de tudo um homem de muita coragem e ele tenta avisar a todo o custo a Mustang, mas acaba caindo nas garras do homúnculo Envy, ao tentar fazer contato com o tenente-coronel pela cabine telefônica do lado de fora do prédio onde se encontrava... Bem, é melhor você assistir ao vídeo postado logo abaixo...
Hughes era o personagem mais cabra-macho e engraçado de Full Metal Alchemist, dotado de um grandioso carisma. Sua morte foi dramática, violenta e muito triste e, quando lembramos que além de tudo ele era um pai de família que amava intensamente a sua mulher e filha, a sua morte torna-se ainda mais revoltante.
Mas foi esse acontecimento que engrenou o que vinha a seguir na série. E desvendar o que Hughes havia investigado e descoberto, além de vingar a sua morte, tornaram-se as maiores obsessões de Roy Mustang. 
Ele era o amigo que Roy queria ter ao seu lado quando finalmente chegasse ao topo da nação. Por isso, é fácil ver o buraco que Hughes deixou no coração dele e nos corações de Riza, Ross e todos os outros que o conheceram.

                                     

 
 
 
3º Lugar
Spike Spiegel (Cowboy Bebop)

Spike Spiegel foi um cara muito foda! O maior herói fora-da-lei de todos os tempos vivia a deriva no espaço sideral em sua nave Cowboy Bebop junto com três tripulantes e um cachorro super-gênio. Eles estavam sempre a procura de criminosos foragidos a fim de receberem uma boa recompensa pela sua captura. 
Mas antes disso Spike trabalhava para a Máfia. E essa tal máfia o traiu e mandou a sua própria mulher para assassiná-lo!
Mas não vamos nos concentrar em narrar a história de Cowboy Bebop, vamos sim falar de uma das mortes mais perfeitas de todos os tempos.
Essa morte é tão espetacular que ainda hoje me surpreende quando a revejo.
Se tem uma coisa que os japoneses gostam muito é de matar heróis. E Spike foi uma dessas vitimas.
Cowboy Bebop é um animê relativamente antigo, tendo sido lançando em 1998. A maioria daqueles que se lembram dessa cena foi porque a assistiram na época. E isso porque hoje em dia está sendo muito difícil as pessoas se interessarem por algumas dessas animações mais antigas.
Esta morte foi triste sim, muito triste. Spike entrou em um prédio repleto de capangas da máfia que ele enfrentava, conseguindo chegar até o seu maior rival, a quem enfrentou e matou. No final ele vence, mas acaba perdendo... para a morte. Simplesmente triste, principalmente depois de escutarmos suas últimas palavras: BANG!
Triste e épico. Aqui há uma certa dualidade. Você quer chorar por ele, mas ao mesmo tempo o admira.

                                      


2º Lugar 
                            
Temos um empate no segundo lugar deste TOP porque ambas as histórias aqui presentes apresentam temas em comum: O remorso, o peso da culpa, a redenção e a cruz que cada um de nós carregamos.


 
Nicholas D. Wolfwood (Trigun)
 
Nicholas D. Wolfwood foi o meu personagem favorito em Trigun. Ele é um padre de arma em punho, e a cruz a qual transporta está "cheia de misericórdia" e armas. Eu me identificava com ele e acredito que a maioria das pessoas se conectam com sua humanidade - ele é frágil, violento, e tem uma boca suja. Mas apesar de tudo isso, ele sempre tenta fazer o que é certo.
Wolfwood quis, durante sua participação na história do animê, mostrar o quanto estamos longe daquilo que seria deus. A humanidade é capaz de coisas terríveis e muitas vezes somos levados a nos tornarmos como um próprio diabo. Mesmo as pessoas "normais" podem ser levadas a cometer crimes horrendos. A história está cheia de exemplos assim, como exemplo o apoio generalizado a Adolf Hitler de uma população alemã rancorosa e empobrecida que permitiu a sua subida ao poder, graças ao uso da retórica e do ódio. 
Wolfwood frequentemente mostrava sua frustração com a incapacidade de viver o estilo de vida de Vash, que poupava a vida de todos os seres sendo estes bons ou maus, e demonstrava a culpa que sentia ao tirar a vida dos outros, mesmo ao fazê-lo para bons propósitos.
Em sua conclusão, Wolfwood sentia-se cada vez mais distante do Deus que acreditava por causa dos seus muitos pecados, até que, em última instância, tomou a decisão da não-violência e do sacrifício, seguindo o mesmo caminho do seu grande amigo Vash. 
Inclinando-se em uma capela e carregando a sua cruz, ele está em paz. Finalmente havia derrotado o seu mentor e, apesar de ter decidido poupar a vida dele, este acabou sendo morto de qualquer maneira.
Então eu acredito que a paz que Wolfwood sentia no momento foi  porque ele sofreu uma transformação. Ele aceitou o seu caminho que não é o caminho certo. Resolveu imitar Vash, e ao fazê-lo, agiu como um Cristo.
Sua boca propositalmente não pediu perdão, mas sua ações demonstram finalmente a sua própria aceitação. Ele também quis passar a mensagem que um pecador não é simplesmente alguém que comete erros, mas sim aquele que não está disposto a dar a sua vida para remediá-los.

                                      



Tomoe Yukishiro(Ruroni Kenshin)
 
Os OVAS Ruroni Kenshin: Tsuiokuhen são uma obra sublime. Todo período conturbado da Guerra Civil Japonesa, que terminou com a queda do Xogunato, retratado maravilhosamente.
Foi durante esta fase da sua vida que o caráter do nosso amado Hitokiri Battousai, o Kenshin Himura, foi verdadeiramente moldado.
A serviço do Clã Choshu, Kenshin  assassina Jubei Shigekura e seus guarda-costas, sendo que um deles é Kyosato, um jovem que mesmo em tempos de conflitos está feliz e logo irá se casar com sua amada Tomoe. Ele foi morto por Kenshin, mas antes consegue atingir o samurai no rosto com a espada, marcando-o com sua primeira cicatriz. 
Em meio a inúmeras batalhas, Kenshin conhece a belíssima Tomoe Yukishiro.
“Você realmente fez chover sangue!”, essas palavras fazem com que Kenshin largue sua espada, simbolizando que até mesmo uma frágil mulher pode desarmar o mais terrível dos assassinos apenas com palavras. E, a partir dali, um tipo de relacionamento começa aos poucos a se desenvolver entre os dois, as circunstâncias foram permitindo que tal fato acontecesse.
Com o ataque do clã Shinsengumi a Kyoto, Kenshin passa a viver com Tomoe, como marido e mulher, para que não suspeitassem de ambos. Em Otsu, o casal leva uma vida calma e tranquila, longe do inferno que foi Kyoto. O samurai começa a acreditar que pode viver essa vida para sempre. Mas Tomoe ainda é tomada pelo desejo de vingança e lembranças do assassinato de seu noivo. Vivendo um dilema, torna-se escrava da dúvida, pois também passou a amar Kenshin e aos poucos vai desistindo dessa vingança.
Kenshin decide sobre o que quer, analisa a sua vida de assassino e se corrige, ele sempre pensou em ajudar os fracos com sua espada. Mas seus inimigos arquitetam um plano, usando o irmão de Tomoe, Enichi, para finalmente mata-lo.
Tomoe, também sabendo do plano, parte em direção à cabana onde estão tramando contra vida do samurai, ela admite não poder fazer mais isso, e que o ama. E o samurai, em busca da amada, com o coração frágil e a mente perturbada, torna-se presa fácil para os ataques dos assassinos contratados para dar cabo dele.
Desorientado, andando pelo caminho da morte que o espera, é assombrando por visões de seus crimes, Kenshin está visivelmente abalado e sem forças pra lutar e encara um assassino obstinado a completar a sua missão. O samurai então decide dar seu “último golpe”, com os pensamentos todos voltados à Tomoe e, cheio de arrependimento de seus crimes, ele se joga em direção à morte, já que nada mais lhe restava. Ao fazer isso, a mulher se coloca na frente para impedir o ataque do inimigo e, sem enxergá-la, Kenshin desfere o golpe mortal sobre ela e o inimigo!
O espadachim mal consegue acreditar no que fez. Tomoe em seus braços, coberta de sangue, antes de morrer, pede perdão e faz um pequeno corte no rosto de Kenshin com a faca que sempre carregava, fazendo a cicatriz em forma de cruz, o que nos abre um leque para várias interpretações.
Kenshin ainda não está pronto, mas acredita que cedo ou tarde irá largar a espada e nunca mais irá tirar uma vida. Agora, seu caminho ficou marcado por fantasmas do passado que sempre irão persegui-lo, no entanto, ele sabe que deve seguir em frente.
Muito triste, mas belo e artístico. A morte de Tomoe foi o mais importante acontecimento na vida de Kenshin e foi aquilo que determinou a pessoa na qual ele deveria se tornar agora.
Um clássico, sucesso de crítica, que merece ser visto e revisto. Vida longa às obras feitas com amor!

  

 
 


1º Lugar
Meruem e Komugi (Hunter X Hunter)

Chimera Ants é o melhor arco da história de Hunter X Hunter. Aqui você tem uma boa amostra do grande poder que o mangaká Yoshihiro Togashi tem para criar personagens incrivelmente carismáticos e desenvolvê-los ao longo da história. Como foi o caso do vilão desta fase da história, Meruem, rei da raça das Formigas.
Mas Meruem não evoluiu por conta própria. Na verdade, ele não teria chegado a tal nível de desenvolvimento se não tivesse encontrado uma das personagens mais marcantes e efêmeras introduzidas na série. Estou falando, claro, de Komugi.
Esta menina não tem absolutamente nenhum dos atributos de poderes grandiosos comumente descritos em mangás do gênero. Ela é cega, necessitando de uma bengala para andar e não tem maneiras graciosas, constantemente tem ranho fluindo pelo rosto. Mas ela tem um talento: sua capacidade excepcional em jogar Go Gungi. Obviamente ela está errada, pois não precisa de muito tempo para percebermos que ela tem muito mais do que um talento. Dentre eles, devemos citar a sua força psicológica incrível, aceitando a sua posição social, sem qualquer pensamento deprimente, sem, na verdade, qualquer tipo de auto-piedade.
Meruem começa a conviver com Komugi, com suas eternas partidas de Gungi, nas quais ele, mesmo sendo dotado de grande inteligência e capacidade de aprender rapidamente, nunca foi capaz de derrotar a jovem. E em várias momentos procuramos algum indício de que ele pudesse vacilar em sua desumanidade, mas todos acabaram sendo em vão.
O todo-poderoso Rei Chimera, nascido com habilidades de combate superiores as de qualquer mortal, mas desprovido de qualquer determinação pessoal, é silenciado por seu antagonista completo, uma menina humana cheia de determinação pessoal, mas incapaz de prejudicar alguém, e privada de qualquer status social.
Komugi semeou as sementes da humanidade nele. E o que brotou a partir dessas sementes foi o amor.
Um amor que continuava a crescer através da confrontação mútua em Gungi, onde a conversa casual substituiu as ameaças comuns proferidas pelo Rei. Chega então a um ponto em que Meruem duvida da reciprocidade de seus sentimentos, imaginando que Komugi está abertamente zombando dele. Aqui, ele não a ameaça mais com pura crueldade. Ele a ameaça com sentimentos feridos, em que a confiança mútua e cumplicidade teria sido subitamente abalada.
O final da história que Togashi deu aos dois não poderia ter sido mais perfeito. Meruem estava morrendo, envenenado por seus inimigos e qualquer um que estivesse próximo dele também pereceria, mas ele queria ter uma última partida de Gungi com Komugi. Foi então que ela decidiu que assim seria, pois, depois de tudo o que passaram juntos, chegou a conclusão de que nasceu apenas para viver aquele momento.
E assim termina a história, com todos nós sendo emocionalmente confrontados com a brutalidade e beleza da imagem de Meruem morto ternamente nos braços do Komugi.
Esta cena é um dos motivos que fazem Hunter X Hunter o melhor animê do ano.
 
                                    



 
A mais inesquecível morte de todos os tempos nos animês
Raoh (Hokuto no Ken)
 
A maior premiação, a morte mais perfeita, mais incrível e inesquecível já vista em um animê, não poderia ficar com outro que não fosse Raoh, antagonista principal do clássico imortal Hokuto no Ken.
Assim como Kinnikuman, Hokuto no Ken foi um das obras mais importantes e influentes da história, publicadas na Shonen Jump. E o combate final entre o herói Kenshiro e o seu irmão adotivo Raoh encerra de forma surpreendente a primeira metade da série.
Como eu já comentei em outras postagens, a narrativa messiânica tem uma imensa influência na ficção, especialmente na ficção heróica. E porque não seria assim? A figura messiânica demonstra a forma mais extrema da forte jornada de um herói e a maior manifestação do personagem mais como ideia do que como pessoa. A forma de narrativa heróica, os quadrinhos, os desenhos de ação, e a ficção científica tem sua boa dose de "imitações de Cristo" e outros messias. E em Hokuto no Ken, a inspiração na narrativa Cristã é bem clara. O messianismo é perceptível nos chamados "irmãos de Hokuto" na história, isto é, Kenshiro, Raoh e Toki.
Raoh incorpora o lado mais "sombrio" da narrativa messiânica. Mesmo buscando trazer ordem ao mundo, essa tentativa seria sendo um líder forte, com um discurso único e uma verdade suprema. Toki manifestava o lado empático e caridoso desse tipo de narrativa. Enquanto Kenshiro se dedicava a proteger os fracos, curar os doentes e derrotar os maus, Toki focava quase completamente em reduzir o sofrimento e curar os necessitados.
E ambos morrem para salvar o mundo. Toki permite que Raoh o mate para mostrar a Kenshiro o caminho para derrota-lo. Mas a morte de Raoh é ainda mais "salvadora".
Derrotado pelo irmão e emocionado em ver como Kenshiro cresceu, ergue os punhos em direção aos céus, proclamando ter vivido sem um único remorso, e... absorvendo toda a radiação do ambiente, transforma-se em pedra (!). Não me pergunte como isso é possível, mas podemos considerar a A MAGIA DOS ANOS 80. 
Este ato final ainda é marcado pelas nuvens se abrindo, desaparecendo com a eterna escuridão do mundo pós-apocalíptico no qual a Terra havia se tornado, expondo pela primeira vez em anos a luz direta do Sol.
 
                                    


Bem, aqui terminamos mais uma postagem do nosso blog. Espero que tenham curtido e aprovado as minhas escolhas.
Muitos devem ter estranhado o fato de eu ter escolhido falar da morte de Piccolo e não as duas mortes de Vegeta, o fodônico príncipe dos Saiyajins. E o motivo foi porque considero a morte do namekuseijin mais marcante para o dia de hoje e, além disso, se fosse me concentrar em Dragon Ball, esta postagem seria totalmente dominada pelos personagens criados por Akira Toryiama, que até lembram o herói da canção "Faroeste Caboclo". Os caras sabem morrer.
Também lamento por não ter conseguido falar de outras "mortes icônicas" nos animês que também poderiam ter aparecido, mas afinal nenhum tipo de TOP possui essa capacidade. O mais importante aqui é podermos compartilhar conhecimentos.
Até a próxima.

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