terça-feira, 18 de junho de 2013

DE VOLTA ÀS AULAS


Voltei a estudar faz pouco tempo. Os últimos anos foram de puro trabalho duro. É esquisito voltar a estudar depois de tanto tempo forçando os mesmos assuntos dentro da cabeça. Vocês sabem, aqueles mais exigidos pela profissão. E agora que volto a estudar, tenho a oportunidade de aprender coisas novas. 
Lembro que, quando era criança, minha maior vontade era ser professor. Quando eu dizia isso, todos zombavam de mim. E o pior é que com o tempo comecei a achar que tinham razão e que estaria destinado a ganhar uma miséria de salário pelo resto da vida. Mas hoje voltei a estudar justamente porque voltei a desejar seguir essa carreia. Claro que pretendo ser um professor universitário, além de seguir minha profissão atual. Voltar a estudar me trouxe muitas recordações, o que me estimulou a criar este novo post. 
Desde os meus 4 anos de idade até a oitava série estudei na mesma escola. Essa foi a melhor fase da minha vida. Como era bom ser criança. Como diria o poeta, que saudade da aurora de minha vida, da minha infância querida. Eu poderia não ser um modelo a ser seguido, era superestudioso, comportado, tinha as melhores notas da classe, mas em compensação era muito tímido, sem entusiasmo, me isolava e nunca tomava partido de nada. Hoje que conheço o mundo de verdade, percebo que ter as primeiras qualidades não ajudam muito quando estes defeitos vem junto com o pacote.
Deixando as bobagens de lado, vou falar de umas minhas mais queridas lembranças da infância. O lugar onde as crianças passam a maior parte dos seus dias. 


O colégio! Sim, tenho muito boas lembranças dele. O CNEC de Campo Grande em Cariacica ES foi onde estudei. Era apelidade de "Padre" porque foi fundado na década de 60 pelo padre José Carlos Barbosa e os professores eram em sua maioria padres, mas no tempo isso já havia mudado, todos nossos professores eram leigos. Mais uma prova de que não estou tão velho.
Era legal estudar numa escola que ficava na mesma cidade onde eu morava, não precisava pegar ônibus ou carona para ir lá. Hoje isso é uma das muitas desvantagens que conheci. Quando comecei a ir à escola sem a companhia da mãe ou do pai, foi lá pela terceira série, acho que o ano era 1992. Eu acordava às 6 horas da manhã e ia com o meu irmão que era da quarta série. No caminho sempre encontrvamos amigos e íamos juntos. Eram dois caras que estudavam com o meu irmão na mesma classe. Tinha um bem nerdão, para os padrões da época, claro, mas eu demorei bastante para chegar no nível dele. O vício nerd dele eram os filmes de terror. Lembro que ele até apelidava a menina valentona da turma de Jason (o de Sexta feira 13)! Gente fina ele. O outro era o suspeito, voz fina, educado, mas cheio de frescuras e tal. Nessa época eu ainda não entendia certas coisas, mas quando meu irmão me contou como ele estva na faculdade, minhas suspeitas de anos atrás foram sanadas. Não quero fazer piadas sobre tal fato, vão pensar que este blog é homofóbico! Ele também era gente fina.
Eu não tenho muita idéia de como está a segurança do bairro hoje, mas, naquele tempo, a manhã era uma verdaddeira maratona. Mesmo estando em grupo de cinco ou até seis pessoas, nós éramos aboradados por um grupo de pijetes, perguntando horas (para ver a marca do relógio, claro), ou exigindo o nosso dinheiro. Perdi a conta de quantas vezes corri ou me escondi dentro de uma loja. Acho que as coisas mudaram ou parecem ter mudado porque cresci.
Ainda falando dos amigos, eu lembro que tinha uma turma bem louca com quem estudei. Os maiores palhaços (e palhaças) da cidade deveriam estar estudando lá. No bom sentido é claro.



Como trabalho em Campo Grande, às vezes passo por lá. Olhando do lado de fora, não parece ter mudado muito, mas por estas imagens que eu consegui, pelo visto eles se informatizaram. Quando estudei lá só tínhamos um laboratório de informática michuruca.
E os funcionários. O coordenador do turno vespertino era o Zenóbio. Lembro que morria de medo do cara, diziam que ele era muito rigoroso e o escambau, mas o cara era a maior figura do colégio inteiro! Interrompia as aulas de língua estrangeira para bater papos em inglês ou até em outros idiomas com a professora na frente da classe, sempre usava uma gravata e um "celular" que mais parecia um tijolo pendurado na cintura. Não, não riam. Nessa época eles eram assim mesmo. Estamos nos anos 90, malditos jovens do reggae! Ele foi um dos caras mais inteligentes eque já conheci. Por onde andará hoje? De manhã o coordenador era o Gilson, eu nem imaginava que esse cara era o professor de Filosofia da turma do 2ª grau quando eu estudava de manhã. Ele foi o Gilson Tonto (uma paródia do Sílvio Santos) na época das gincanas que o colégio fazia. que saudade das gincanas!
Lembrei agora dos porteiros. De tarde era o Biscoito e não, eu nunca soube o nome verdadeiro dele. E, o mais hilário, descobri muito depois que ele virava o capeta quando alguém o chamava por esse apelido. Ainda bem que eu nunca conversei com ele. Falaria esse nome e me daria mal. De manhã o porteiro era o Tio Chico. Super humilde e gente boa, trabalhador. Infelizmente soube que ele faleceu não fazem tantos anos. Descobri uma comunidade no Orkut feita por estudantes do CNEC para homenageá-lo. Têm alguma dúvida da importancia que esse senhor teve em nossas vidas e na história da nossa escola?
Os professores, ah, que figuras eu conheci. Poderia falar de todos eles aqui, mas o post ficaria extenso demais. Poderia falar de Pgneu da Matemática, Cesar da Geografia, , Euzinha de Português, Dilza, Ildefonso, Carlos, Rosemary, mas acho que farei um post futuro para falar sobre os melhores deles. Talvez no dia dos professores.



Essa foto acima foi feita em 2008. Pena que não esteja mais assim hoje por causa das reformas. Essa é a escadaria em frente da igreja, que logo se tornará um santuário. Eu gostava muito de ficar nessa escada quando a aula terminava cedo. Aqui aconteceram alguns dos melhores momentos da minha vida. Foi aqui que eu gostei de uma menina e (ao menos assim acredito) ela também gostou de mim. Pena que não levei isso adiante. Ser tímido é foda! Aqui eu também vinha meditar quando as coisas não estavam dando certo para mim. E também vinha zoar com os colegas quando a aula terminava cedo em semanas de provas em Julho. Enfim, tinha um valor sentimental muito grande. Espero que o santuário vá reconstruí-la.
O melhor de estudar naquela época era a certeza de que no final tudo ficaria bem. Com muito estudo e esforço, as dificuldades eram vencidas. Já nos dias de hoje, o estudo e todo o nosso esforço às vezes não garantem nossa vitória. A incerteza é algo que sempre nos acompanha. Mas isso não quer dizer que podemos desanimar. Estudar e se esforçar ao máximo ainda é preciso e muito!

O hino do meu colégio era muito bacana. Lembro que nós sempre o cantavamos juntos, assim como o hino nacional, antes de entrar na sala de aula, quando ainda era criança e estudava de manhã cedo. Felizmente encontrei algo para postar aqui. Confiram.

           

Fala sério! Incrível, não é? Até hoje essa música arrepia.

Bem, vou ficando por aqui. Prometo que trarei posts mais interessantes depois destes devaneios saudosistas. Para os próximos meses estou planejando especiais sobre quadrinhos e desenhos antigos. Então eu volto quando estiver tudo pronto. Até a próxima.

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