sexta-feira, 31 de agosto de 2018

LIGA DA JUSTIÇA, DC DECISÕES E O ANO ELEITORAL

















A melhor forma de se iniciar uma postagem  como esta é com a citação da célebre frase do saudoso e genial humorista Millôr Fernandes (1923-2012): "Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim."

Foi tomado o cuidado necessário para torná-la o mais isenta possível, ou seja, uma postagem chapa branca, embora para muitos isto também configure um problema grave. Mas pensem nisso... A exemplo de um historiador, quando este tem real compromisso com a verdade, ele vai em busca por fontes histórias isentas.
Enfim... há um famoso ditado popular presente na amada história em quadrinhos Peanuts, de Charles M. Schulz, enunciado de forma adaptada pelo personagem Linus Van Pelt:

"Existem três coisas que aprendi a não discutir com pessoas: política, religião e a Grande Abóbora".


O conhecido dito popular inclui o futebol no lugar da Grande Abóbora, e há quem prefira incluir o gosto cultural.
Se pararmos para pensar, encontramos uma relativa verdade no dito. É certo que temos muitas questões importantes a serem discutidas e debatidas, mas ultimamente estamos exagerando, e transformando qualquer ação ou comentário em uma guerra sem sentido e muitas vezes sem conteúdo. A onda do momento é politizar tudo, por mais idiotas e triviais que possam parecer certos assuntos, como uma História em Quadrinhos por exemplo.

Há, contudo, uma verdade que fica nas entrelinhas do dito popular e da frase do icônico personagem de Schulz: Tudo é política!


Futebol é política... Há uma estreita, complicada e hipócrita relação entre futebol e política.

Vide a escolha do Catar para sediar o mundial de 2022 já coberta de suspeitas de corrupção, com a DPB (Federação Alemã de Futebol) agindo nos bastidores.


Religião é política... Vocês já leram O Crime do Padre Amaro, do lendário Eça de Queirós?

Neste conto, Eça de Queirós (1845-1900) satiriza o religioso que trata a sua posição como uma espécie de carreirismo, semelhante ao que acontece com a política em nosso país, onde ocupar cargo político é como uma profissão (Muito lucrativa, diga-se de passagem).

A Grande Abóbora é política... também... Afinal a política é da mesma forma inspirada em promessas que nunca serão cumpridas... Por mais pessimista que possa parecer, há um imenso descompasso entre promessas e realidade. A arte que só político entende é a negociação, e se não entender, as consequências são por todos nós conhecidas.


Como leitores de quadrinhos, geralmente pensamos que a maioria das coisas seriam muito melhores se envolvessem super-heróis, inclusive o sistema político americano. Quero dizer, na verdade, você pode se interessar pelo debate presidencial, mas provavelmente seria muito mais divertido assistir se fosse o Batman exigindo ver a certidão de nascimento do Superman e insinuar este ser algum tipo de kriptoniano Raoista simpatizante (em "Batman V Superman: A origem dos Memes").

Há exatamente 10 anos foi lançada uma peculiar minissérie em quadrinhos estrelada pela Liga da Justiça da DC Comics que abordou um tema muito próximo da realidade, as eleições presidenciais.

A última eleição presidencial dividiu os EUA de uma maneira que poucas outras eleições na história conseguiram. E, ao longo de tudo isso, os heróis ficcionais dos universos das histórias em quadrinhos teriam a obrigação de permaneceram neutros, acima desta briga em todos os aspectos. No entanto, em 2008, os heróis da DC Comics assumiram posições políticas muito específicas, incluindo a declaração sobre o partido ao qual estavam alinhados. 

DC Universe: Decisions foi uma minissérie de quatro edições, publicada no período que antecedeu a eleição estadunidense de 2008, e escrita por Bill Willingham e Judd Winick, com arte de Rick Leonardi e Howard Porter. 



Universe DC Decisions: o Homem-Robô impede
um ataque terrorista.

O enredo era bem simples: um assassino tem como alvo os principais candidatos representantes dos partidos Democrata e Republicano, o que significa que cada candidato recebe guarda-costas super-heroicos para protegê-los, mas o verdadeiro apelo da série foi ver os nossos super-heróis favoritos expressarem suas opiniões políticas, o que certamente deve ter aborrecido uma boa parcela da sua base de fãs. Mas acreditem, o embate político entre super-heróis está longe de ser chato. Eu, pelo menos, ri bastante com o que li. (Super-heróis são apenas escapismo, portanto não leve muito à sério, ok.)

Não é uma postagem hipócrita, porque não estou politizando um assunto tão trivial quanto uma HQ que ninguém aqui deve ter lido. Estou apenas analisando uma HQ que já é política de fábrica e que coloca super-heróis debando suas convicções políticas. O objetivo desta postagem é a simples análise dos principais pontos desta curiosa minissérie, e também discutir sobre um dos assuntos favoritos deste blog: estereótipos.

O gancho da minissérie foi finalmente sermos capazes de descobrir as afiliações políticas definitivas dos nossos super-heróis favoritos. Por que isso era pelo que os leitores estavam clamando, certo?

De muitas maneiras, é uma ideia que parece impensável hoje em dia. Por mais que o Capitão América seja uma figura inerentemente política, é difícil imaginar a Marvel permitindo-lhe apoiar explicitamente um candidato Republicano ou Democrata em ano de eleições. Por que arriscar incomodar metade de sua base de leitores?



Isto pode ter causado reações
extremas de protesto e apoio

Mas isso não quer dizer que o apoio explícito dos personagens dos quadrinhos não possam surgir após a eleição. O presidente então eleito Barack Obama apareceu em uma edição best-seller do Homem Aranha, lançada uma semana antes de sua posse em janeiro de 2009. 

Isto é muito arriscado. É claro que Decisions não foi tão longe a ponto de usar políticos da vida real. Em vez disso, o universo fictício que uma vez elegeu Lex Luthor para o Salão Oval apresenta Davis Brewster e Martin Suárez no lado Democrata, e Katherine McClellan e Bob Ridgeway para os Republicanos. 

Após um violento ataque de um "homem-bomba" durante o comício da presidensiável Katherine Mcclellan, a Liga da Justiça decide investigar e atribuir a cada um dos candidatos algum tipo de serviço de super-proteção liderado por cada um de seus membros, o que é certamente um plano ousado, principalmente porque requer que não hajam outros crimes e/ou crises acontecendo naquela semana de trabalho. 

E, claro, aqui o que pode incomodar é ver alguns personagens agindo de uma forma que normalmente eles não agiriam, o que quer dizer que já temos a oportunidade perfeita de ver o Arqueiro Verde sendo um imbecil:



Universe DC Decisions:
a atitude do Arqueiro Verde

Esta é uma das minhas partes favoritas desta série. O Arqueiro Verde se recusa veementemente a proteger um candidato conservador, e, como precisaria arriscar a sua vida por um político, ele preferiria fazer tal sacrifício por um político que ao menos fosse simpático às suas próprias ideias. O uso da palavra "simpático" é para que o leitor não tenha dúvida nenhuma do que se trata.

Ok. Eu também nunca arriscaria o meu pescoço para salvar a vida de um político (argh!), mas o Arqueiro Verde, tipo... Ele é um super-herói... E arriscar a própria vida para salvar outras vidas (mesmo as dos políticos) não é o que os super-heróis fazem?

Depois de resgatar o seu candidato escolhido, o democrata Davis Brewster (acusado por seus opositores de ser um radical de Extrema-Esquerda) de mais um ataque de um homem-bomba, o Arqueiro Verde vai à TV. E ele o fez como gratidão a repórter local que foi de grande ajuda quando o Arqueiro impediu aquele novo atentado.

E, durante a entrevista em rede nacional, a repórter, de forma muito esperta, manipula as respostas do Arqueiro Verde para que o público interprete que ele está oferecendo um apoio completo a Brewster.
Não que o Arqueiro não apoie o Democrata, mas ele deveria, como um herói uniformizado, manter o seu apoio sob completo sigilo. "Heróis não votam"!


Universe DC Decisions: a atuação da mídia descrita na HQ.

Com o apoio do Arqueiro Verde, Davis Brewster, antes sem nenhuma chance de vencer a eleição presidencial, começa a decolar nas pesquisas, o que leva todos os outros políticos a uma corrida desesperada por um porta-voz super-heroico.

Agora vamos ao primeiro estereótipo da história: A mídia. 
Nos quadrinhos, Frank Miller e Alan Moore, escritores de visões ideológicas muito distintas, já satirizavam e entregavam uma visão muito irônica da mídia. 
Na internet, é difundida uma crença quase unânime de que a mídia endossa completamente a Esquerda. E eu gosto de comparar essa máxima ao preconceito com relação aos cursos universitários de Humanas, como o Jornalismo. 



Superman Animated Series:
"Ninguém gosta muito de vocês, senhorita Lane"
Opinião do detetive Bowman sobre jornalistas
(spoiler: ele é corrupto).

Eu posso dizer por experiência que nem todo estudante de Humanas é simpatizante de partidos de Extrema-Esquerda (ou adeptos do uso da Cannabis). Mas as pessoas preferem se prender a generalizações do que conferir como as coisas realmente funcionam. 
Quantas vezes você já ouviu a aplicação desse mesmo rótulo, só que com o sinal trocado, em Ciências Biológicas e Exatas?
Os estereótipos não se sustentam numa observação mais cuidadosa e comprometida com os fatos. É certo que a visão Marxista da realidade ganhou muita força principalmente dentro da universidade Federal. Mas dizer que toda a mídia é esquerdista seria uma simplificação da realidade.

É importante observar que quem é de Esquerda acusa a mídia de ser de Direita, mas quem é de Direita acusa a mídia de ser de Esquerda. 

Antigamente, todo mundo queria ter o apoio da mídia.

Porém, hoje, quando todos estão conectados à internet, em suas próprias bolhas de relacionamentos (com pessoas que pensam necessariamente igual a você), compartilhando apenas as notícias e as informações que lhes interessam, pode-se dizer que a mídia tornou-se algo irrelevante. 



Qual o seu posicionamento político? 
Todos veem agora a necessidade de se posicionarem de um dos lados, mesmo sem compreenderem muito bem a diferença entre Direita e Esquerda, e ainda entram em debates violentos com seus antagônicos ideológicos com direito a insultos e todo o tipo de xingamentos.

A verdade é que as definições de Direita e Esquerda já não se aplicam mais nos dias de hoje. E certas opiniões podem atrair o ódio de pessoas que se acham muito inteligentes e esclarecidas apenas por ler materiais de panfletagem política enviesadas na internet.
Com o fim da Revolução Francesa, a grande vencedora foi a "Esquerda" que derrubou a Monarquia. E foi a partir daqui que surgiram os vários segmentos que deram origem às modernas versões da Esquerda e da Direita, às quais por sua vez originaram diversos outros segmentos políticos correlacionados entre si (dentro da Direita temos o conservadorismo, o liberalismo, etc. e na Esquerda temos o socialismo, o comunismo, etc.).
Um "conservador raiz" atesta que nos EUA a política é dividida entre a Esquerda e a "Direita canhota" (Visto muitos aspectos revolucionários presentes na constituição norte-americana). Afinal, a Direita de hoje seria a Esquerda de ontem.

Bem... O Arqueiro Verde tem muita história. E eu diria que ele é um personagem único, uma vez que não existem outros super-heróis dentro da DC ou da Marvel tão similares (Não estou falando de similar no sentido de ser uma cópia dele, como é o caso do Gavião Arqueiro na concorrente Marvel).


A icônica parceria de Bruce Wayne (Batman) e Oliver Queen 
(Arqueiro Verde), em The Dark Knight Returns 
de Frank Miller em 1986.

Cabe recordar ao leitor a trajetória do Arqueiro Verde dentro das HQs. Em suas origens, o Arqueiro Verde era um personagem um tanto desinteressante pelo fato de ser considerado apenas mais uma cópia do Batman. As semelhanças entre o Arqueiro Verde e o Batman são muito evidentes: ambos são órfãos, são playboys bilionários, são super-heróis sem super-poderes protegendo suas respectivas cidades, enfrentando os super-vilões utilizando de seus próprios punhos, apetrechos especiais e seu grande intelecto...

Foi Denny O'Neil, um dos maiores revolucionários dos quadrinhos norte-americanos durante a década de 1970, responsável pela reformulação de diversos personagens, como o Arqueiro Verde e o próprio Batman que finalmente retornava às suas origens sombrias (distanciando-se definitivamente do carismático "cavaleiro brilhante de Gotham" de Adam West).

E durante esta fase, em plena Era de Bronze dos quadrinhos, o Arqueiro Verde ressurge totalmente repaginado, enfrentando agora políticos corruptos e empresários mal-intencionados, defendendo os trabalhadores pobres e explorados, confrontando o racismo e a degradação do meio-ambiente, e cheio de frases anarquistas.


Hal Jordan encara a realidade.
Lanterna Verde e Arqueiro Verde de Denny O'Neil, 
arte de Neal Adams

A Era de Bronze foi marcada por quadrinhos com um viés mais político, e enredos e roteiros mais sofisticados, explorando um novo público, uma vez que os leitores mais antigos já deixavam o hábito da leitura de quadrinhos. E esta reformulação definiria a sua imagem de Oliver Queen perante os fãs nos próximos anos.

O seriado popular do CW, Arrow, tornou o personagem mais do que um similar ao Batman, ele se tornou literalmente um "Batman-Verde". Talvez seja complicado trabalhar com o personagem original. Vocês conhecem algum vilão relevante do Arqueiro Verde? Claro que não. Estão todos mortos! O Arqueiro não tem pena dos bandidos, e mete flecha na cabeça de todo mundo. Não é à toa que ele precisa roubar os vilões do Batman e dos Novos Titãs para ter um seriado.


Green Batman Arrow

Com o passar das fases, o Arqueiro Verde tornou-se mais explicitamente alinhado à Esquerda, e por isso alguns críticos acusam as HQs de se converterem em um tipo de panfleto político.
Eu imagino que a ideia era dar à história a sensação de seriedade do mundo real que eles já haviam conseguido com histórias anteriores, como o Arqueiro Verde arrastando o Lanterna Verde pelo país para aprender sobre a América Real nos anos 70.

Tudo isso foi determinante para a personalidade do Arqueiro Verde, como podemos ver em nossa amada animação Liga da Justiça sem limites. E, em vista das reações furiosas do público atual, talvez houvesse a necessidade do Arqueiro ter um discurso mais sutil nos dias de hoje (Vejam o Questão, outro grande super-herói que também tem uma excelente representação e participação na série animada. Todos mundo que lê quadrinhos sabem que o Questão é de Direita, mas o discurso dado ao personagem é tão sutil que muitos se lembram dele apenas como um adepto de teorias de conspiração).
No episódio Flashpoint da citada animação, os membros da Liga da Justiça estão discutindo política, e o tema é:  é justo que o governo tenha armas super-humanas para se defenderem caso a Liga da Justiça venha a se rebelar? O Arqueiro Verde é da opinião de que o Governo deve fazer pelo povo o que este não pode fazer por si mesmo (Quem os protegeria de super-seres como o Superman?).

Na caixa de comentários onde o vídeo com o dito trecho foi postado no Youtube, há milhares de xingamentos direcionados ao personagem, o que significa que por ele ter se assumido como um Esquerdista, isto invalidou TODO o seu discurso mesmo para quem tem a mesma opinião sobre o assunto, mas que está jogando no time rival da política.
E a opinião do Arqueiro Verde é ironicamente a mesma de muitos economistas liberais. Inclusive a sua frase, "O governo deve fazer pelo povo o que o povo não pode fazer por si mesmo", é uma frase de  Abraham Lincoln, um conservador.
Em nenhum momento o personagem impôs a sua agenda ou insinuou que o Governo deva controlar nossas vidas, isso seria a opinião de um extremista ignorante, coisa que ele não é (Ao menos esta versão não é, diferente de como ele foi retratado em DC Universe: Desicions).


O personagem interpretado pelo grande humorista mexicano Cantinflas em
El Padrecito (1964) é um Conservador e declara que é dever do Governo
 garantir os direitos dos trabalhadores, porque é deles que vêm as riquezas das 

nações (óbvio), e ele explica que isso não tem nada haver com Comunismo.

Já li não a uma, mas a várias críticas ao discurso do Arqueiro Verde estar alinhado à Esquerda pelo simples fato do seu uniforme ser uma referência clara ao conhecidíssimo personagem da literatura  européia Robin Hood, aquele que "roubava dos ricos para dar aos pobres". E, nesta crítica, o escritor nos faz recordar do personagem clássico não como aquele que "roubava dos ricos para dar aos pobres", mas sim como aquele que "tirava do Estado (que cobrava altíssimos impostos da população) aquilo o que este confiscou dos pobres para devolver ao povo". E, portanto, neste sentido, Robin Hood seria um personagem antagônico à Esquerda.

O grande problema é que definir a Esquerda como "Estado grande" e a Direita como "Estado mínimo" não é somente uma simplificação, mas uma negação da realidade... Originalmente os movimentos anarquistas nasceram das esquerdas, e mais tarde surgiram movimentos ligados às diretas que militavam por um Estado cada vez menor, para finalmente militarem pela extinção completa do Estado.

Como dito anteriormente, a Era do Bronze das HQs carregou este forte viés político e um apelo ao público mais velho. Nas anteriores fases, as Eras de Ouro e de Prata, o Bem era o Bem e o Mal era o Mal. Não havia meio-termo, nem nuances. Com o fim da desastrosa Guerra do Vietnã e a luta pelos Direitos Civis, a contracultura denunciava todos os males e as contradições da sociedade norte-americana. E o Arqueiro Verde ressurge como um super-herói com ideais progressistas.

Antes disto tudo, um personagem de quadrinhos que desejasse mudar a sociedade, normalmente seria associado ao vilão, enquanto o personagem que desejasse preservar a sociedade seria associado ao herói. O vilão seria aquele personagem que traz a novidade, enquanto o herói é aquele quem a combate. Isto é o que hoje chamamos de maniqueísmo? Não. Na verdade pode até ser maniqueísmo, mas não do ponto de vista de um leitor de quadrinhos da década de 1940. Aquilo que nos é comum, não nos parece simplificação.


É importante lembrar que por mais que os leitores gostem de ver os X-Men, na rival Marvel, como figuras inerentemente políticas desde sua origem, eles na verdade surgiram na Era de Prata, como uma "cópia" da Patrulha do Destino, outro supergrupo da DC Comics.

Embora seja muito difundida a ideia de que os X-Men surgiram como alegorias às minorias, como os homossexuais, na verdade eles nascem da ideia brilhante de Stan Lee para não precisar mais se preocupar em pensar em explicações para a origem dos poderes dos personagens. Nestas HQs estreladas pelos mutantes, todos os personagens teriam a mesma explicação para a origem de seus poderes: a presença do gene-X.

Foi a partir da Era de Bronze que os X-Men passaram a ser representados por personagens vindos de todas as partes do mundo e o discurso sobre perseguição e aceitação tornou-se constante em suas histórias. Chris Claremont roteirizou histórias maravilhosas com os personagens abordando este tema como X-men: God Loves Man Kills e New Mutants: We Were Only Foolin.

Fim da aula de História, voltemos a Universe DC: Decisions...

Com o Arqueiro Verde declarando apoio ao candidato Democrata, pensando nos programas sociais deste para os pobres, os outros super-heróis não deixariam isso por menos e aos poucos declarariam seu apoio aos demais candidatos.

O primeiro a tomar partido foi o Lanterna Verde que chuta a bunda dos bandidos com a mesma facilidade que frequenta boates e casas de strippers, e é claro que estou falando de Guy Gardner. O Lanterna que todos amam odiar declarou o seu apoio ao candidato Republicano Bob Ridgeway, e também foi o único personagem a xingar o Arqueiro Verde de comunista, em rede nacional.

Após Gardner, outros super-heróis também declaram explicitamente as suas opiniões políticas:


Vixen = Republicana
Doutora Luz = Democrata
Poderosa = Republicana

Mutano (Waffles, Waffles, Waffles...) = Democrata
Pantera = Republicano
Homem-Borracha = Republicano (Sério?)

Tormenta (Acho que essa é ela): Democrata
Nuclear: Democrata
Gavião Negro: Republicano (Ele é o Arqueiro Verde vivem se estranhando)

Como podem ver, na prática, na maioria das vezes, apenas um monte de personagens que ficavam por aí fazendo declarações despreocupadas sobre o porquê de se inclinarem para a Esquerda ou para a Direita. Entre algumas exceções, temos o Pantera, um homem de 80 anos que se veste como um gatinho e dá porrada em todo mundo, e ele é da opinião de que precisamos de um "durão" na Casa Branca, enquanto Jaime Reyes, o Besouro Azul, está ligeiramente interessado em um sistema de saúde universal. 

O Demônio Azul, conhecido por sua forte personalidade, respondeu sobre suas inclinações políticas de forma contraditória. Ele não revela em quem votará, mas responderá quais os três outros candidatos em quem não votará. Conseguem adivinhar? O Demônio Azul é descendente de imigrantes irlandeses, e talvez isso o sensibilize sobre a imigração. Mas, por outro lado, é um cara extremamente religioso, o que pode atrair a sua preferência por candidatos mais conservadores. 

O Detetive Chimp dá a desculpa banal de que chipanzés AINDA não podem votar para não revelar se prefere os Democratas ou os Republicanos.

O Flash não expôs a sua opinião, mas isso foi apenas uma piada interna. E, bem, levando em consideração que o velocista escarlate usa um uniforme idêntico ao do Chapolin Colorado, eu acredito que ele não está com o Super Sam nem tão pouco com o Dimitri Panzovisk, ou seja, o Flash é um dos nossos (Referência obscura?). 

E não são apenas os super-heróis. Até mesmo Lois Lane entra em ação, declarando-se como Republicana:



Universe DC: Decisions:
As opiniões de Lois Lane

Que surpresa. Eu sempre via de uma forma estereotipada o casal mais famoso da DC. Enquanto a Lois Lane seria a feministinha esquerdista (Lisa Simpson?), o Clark Kent seria o playboy de direita.
Em algumas histórias fica claro o conflito entre Lois e o pai dela, um general do exército, o que a levaria a rejeitar ou a cultivar uma devoção a um "exército forte". Esses são traços de caráter que não são muito explorados nas histórias. 
Sabemos que Lois Lane está casada com um imigrante ilegal e em várias histórias é possível vê-la com discursos bem queixosos e protestando contra Lex Luthor por seu sucesso no livre mercado graças em grande parte à falta de regulamentação de Metropolis sobre o desenvolvimento de suas armas para a guerra (inclusive algumas destas utilizando kryptonita). 
Mas, temos bem documentado o ódio da personagem pelos impostos, o que de fato não a faz soar como um defensora de um Estado forte.  

Anteriormente eu fiz um comentário sobre cursos de Humanas, Extrema-Esquerda e uso de Cannabis... Uma história engraçada para vocês: Quando iniciei o meu mestrado, precisei encontrar minha professora orientadora no campus de Humanas. Eu sou das Biomédicas, e embora o meu campus fique junto ao Hospital das Clínicas, o laboratório da professora fica junto ao campus de Humanas... Há anos não andava naquele campus, por isso acabei me perdendo e invadi o prédio da Sociologia e... caras, eu saí daquele lugar cantando Smoke weed, smoke weed evereday...
Mas por um outro lado, foi um professor do curso de História daquele mesmo campus (e um conhecido meu de longa data) quem refutou no jornal as mentiras ditas por um certo deputado da Extrema-Esquerda sobre a história do Brasil... Vejam como toda generalização é burra.


As convicções de Oliver Queen em confronto
com Hal Jordan na fase Denny O'Neil.

Como você pode esperar quando a política está em jogo, as coisas esquentam rapidamente. Em pouco tempo, as linhas do conflito são traçadas entre os super-heróis, começando com o Arqueiro Verde e o seu eterno amigo, o Lanterna Verde Hal Jordan.

Quando o Arqueiro Verde reprende Jordan, comparando-o aos nazistas e dizendo ter fé naquilo o que acredita, o Lanterna Verde retruca que Oliver Queen é a última pessoa no planeta que pode usar a palavra "fé". E no caso de você estar se perguntando, Jordan toca na palavra "fé", no diálogo original utilizando-a no sentido de "fiel". E, creio eu, seja uma referência àquela vez em que o Arqueiro Verde traiu a Canário Negro em um quadrinho também escrito por Judd Winick. 

Você sabe, para um cara que escreveu quadrinhos por anos, eu não tenho certeza se ele realmente gosta muito do Arqueiro Verde. O ponto é, Oliver Queen recebe uma palestra sobre usar seu poder com responsabilidade de Hal Jordan, um cara que enlouqueceu, matou um monte de seus colegas de trabalho, tentou destruir a totalidade do espaço e do tempo e depois pôs a culpa disso tudo em um fucking inseto gigante amarelo do espaço que viveu em seu cérebro por dez anos. É um grande debate...

Mas e os "grandões"?
Quero dizer, quem a Trindade DC Comics está apoiando nestas eleições? 

Comecemos pela Mulher Maravilha que apoiou em rede nacional o candidato republicano Bob Ridgeway. E eu aposto que muitos, se apoiando em estereótipos, devem ter pensado: "O quê? Mulher Maravilha? Apoiando um político de Direita? Mas ela não é Feminista?"


Wonder Woman: Spirit Of Truth:
a Mulher Maravilha não se submete.

Retornemos à História... Basicamente, a Direita prega a "eficiência", enquanto a Esquerda prega a "igualdade". Certo?
O Feminismo esteve alinhado à Esquerda por seu "histórico de luta contra as desigualdades". A Direita vê as desigualdades de uma forma diferente, a desigualdade é inevitável e sempre existirá, somos diferentes como indivíduos, mas iguais como seres humanos.


Wonder Woman: Spirit Of TruthNa opressão do Oriente
Médio, a Mulher Maravilha é apedrejada pelas mesmas
mulheres que quer ajudar, considerada uma "libertina"
 por sua pouca vestimenta.

A Esquerda sugere que a luta contra as desigualdades seja ensinada nas escolas desde cedo. Combatendo o machismo, desconstruindo isso de "coisa de homem", "coisa de mulher", etc. Assim é  também o combate ao racismo, à homofobia... E daí vem o ensino sobre gênero, cotas, etc nas escolas. E os governos de Esquerda interferem desta forma na educação, porque, de acordo com suas crenças, de médio à longo prazo, construirão uma sociedade melhor. E, além disso, se o Estado não interferir, dificilmente o nosso meio o fará.

A Direita, por outro lado, pregando a eficiência e a equidade (Somos iguais enquanto seres humanos, respeitando a individualidade de cada um), crê que o Estado não deve interferir, porque isto seria uma imposição de pensamento único. A igualdade não deve ser forçada em uma sociedade desigual, porque isto poderia causar outros gravíssimos problemas. A Direita tem a crença de que a sociedade é desigual, mas as mudanças devem partir das iniciativas individuais. Quer dizer, deve ser ensinado o respeito absoluto das liberdades individuais. O respeito individual não depende dos gêneros.


Mulher Maravilha e o Feminismo

Por isso, existiam sim correntes do Feminismo ligadas à Direita. Estas acreditam sim que a mulher deve lutar por seus direitos, combater o Machismo, militar por melhores salários, etc. Mas o Estado não deve interferir.
A Mulher Maravilha, criada por um homem feminista na década de 1940 está ligada à primeira onda do Feminismo. Embora o seu criador (um cientista boêmio e polígamo) talvez não tenha sido visto por pessoas do seu tempo como um grande exemplo de conservador. Enquanto atualmente muitos se auto-denominam conservadores como se ser conservador se resumisse a odiar a Esquerda.


"A Mulher Maravilha inspira as pessoas... nós não..."
(Spoiler: esse filme foi ótimo...)

Desigualdade é um tema complexo. Nossa sociedade é acima de tudo muito injusta. Também acredito que cotas não são solução para nada e forçar a igualdade cria problemas. Mas como combater essa injustiça?
Compartilho uma experiência de vida: Quando cursei a Federal, eu era um dos únicos alunos da minha classe de origem humilde, o vulgo pobretão. Todos os meus colegas eram mauricinhos e patricinhas. Se os pais deles tinham condições de colocar seus filhos nas melhores universidades particulares do país, por que não deixar a Federal para os estudantes mais pobres e da rede carente?
Criticam e atacam tanto o ensino superior da Federal, mas não abrem mão se isso significar ter ainda mais vantagens (Talvez porque ao menos este serviço tenha qualidade).
Inclusive foi inspirado nisto tudo que um trio de ex-alunos da Federal, partindo de uma iniciativa individual, tiveram a liberdade para criar um curso preparatório para o vestibular, destinado à comunidade carente na cidade onde cresci. E tenho o orgulho de dizer que participei dele, afinal na época não teria condições de bancar a máfia dos cursos particulares.


Para cursar a Federal é preciso ser raçudo como Kojiro Hyuga.

Ao prestarem o vestibular, os mais pobres enfrentam uma concorrência desleal porque muitas vezes estudaram em colégios públicos com baixa qualidade de ensino, enfrentando greves e falta de professores.
O pobre sempre fica em desvantagem. Direita e Esquerda não estão de acordo neste ponto? Por que não encontrar juntos um modo de tornar nossa sociedade mais justa?

Agora vamos ao Batman...


Batman Year One:
Batman confronta os poderosos e corruptos de Gotham.

Bruce Wayne apareceu apoiando o Democrata Martin Suárez, o que pode também causar estranheza para muitos, mas não me surpreendeu tanto pelo histórico do personagem.
O Batman é um super-herói criado no final década de 1930, e, como tal, nasceu de um ideia conservadora: combate o crime e as desigualdades a partir de uma iniciativa individual, portando as suas próprias armas e ainda mantém sua identidade secreta.


Batman War On Crime

Independente das suas convicções políticas, o Batman é capaz de despertar alguma coisa em você...
Há extremistas que o criticam por ser um cara rico que bate em "pobres" e há extremistas que o criticam por nunca matar seus inimigos.


Batman War On Crime

Uma parte da "mídia especializada" ataca Frank Miller, o autor do excelente The Dark Knight Returns pelas ideias conservadoras deste, inclusive taxando sua obra como fascista (?!). O que é um pouco irônico, porque, segundo o próprio Miller, o seu Batman da dita HQ de 1986 poderia ser visto como um "liberal" (no sentido estadunidense da palavra) para as pessoas da época, embora o personagem encarnasse valores claramente conservadores.


The Dark Knight Returns

O Batman de Miller inspirou na HQ toda uma geração de desordeiros que estavam à margem da sociedade, sendo tratados como verdadeiros párias, a entrarem na linha e a segui-lo para combater aqueles outros desordeiros que não buscavam redimirem-se, se não viver do crime. Batman fez aquilo que o governo não tinha coragem de fazer, e ainda mostrou como os jovens párias poderiam ser aceitos e bem vistos por seus antes acusadores. Isto não é inspirador para você, independente da sua ideologia? Afinal, todo mundo no fim das contas quer justiça social, o que nos diferencia é a forma como vemos o problema e a maneira como trabalhamos nele.

O Batman de Denny O'Neil na Era de Bronze por outro lado era considerado por muitos como um Esquerdista moderado. E Bruce Wayne sempre foi conhecido em inúmeras HQs, das mais antigas às recentes, por apoiar a filantropia e investir em programas sociais. E, infelizmente nos dias de hoje, parece que fazer caridade virou sinônimo de comunismo. Vejam só!


Anarquia (O cinema precisa investir em grandes e desconhecidos personagens).

Mas o Batman é também constantemente retratado como um "antirrevolucionário". Tanto no cinema de Christopher Nolan, quanto em uma série de HQ's. Não é a toa que um de seus maiores inimigos se chama Anarquia.


"Ele ficou ao lado dela, até seus últimos minutos de vida..."
Quem viu esta animação já sabe: Este é o verdadeiro Batman!

Por fim, o Superman... 
Assim como o Flash, ele não se posicionou explicitamente sobre nenhum candidato em particular. E o Superman nos trás uma boa mensagem sobre a importância de sair e fazer seu dever cívico de votar, e é um bom exemplo de sua confiança na humanidade como um todo para tomar as decisões certas. 

Por outro lado, o Superman também está nos dizendo que essas últimas páginas do quadrinho que acabamos de ler eram sem sentido e idiotas, e, acredite em mim, eu já sabia disso. Além disso, foi meio cafajeste com a Lois sobre isso:



DC Universe Decisions:
Clark Kent reforça que o voto é secreto.

Talvez Clark Kent possa ser o mais isento de todos os super-heróis...
Em postagens anteriores cheguei a escrever que o Superman seria uma representação de Moisés, o que está tão errado quanto a suposta ideia original para a criação dos X-Men. Eu escrevi isto apenas para fazer um paralelo com o Son Goku de Dragon Ball (O verdadeiro, não aquele tão colorido quanto as calças do Restart) que é uma representação de Sun Wukong, com Kal-el criado por dois judeus e Kakarotto criado por um homem asiático.

Os mitos super-heroicos da antiguidade representavam o conflito do homem com a sua própria mortalidade - como é o caso de Hércules -, mas com a chegada do Cristianismo, surgiram novos arquétipos de Super-heróis: Gary Stu e Underdog.



Superman = Gary Stu
Rocky Balboa = Underdog

Gary Stu é aquele personagem inspirador, porém inalcançável dentro de suas virtudes e força e, por isso, mais difícil de se identificar. Enquanto o Underdog seria aquele personagem que não recebeu a sua força desde o berço, que normalmente veio dos mais baixos estamentos da sociedade, confrontando as suas próprias limitações humanas, mas que tem uma gigantesca força de vontade, o que o torna muito mais identificável e inspirador para o público (Em outra ocasião vamos nos aprofundar mais no assunto).

O Superman, como a ideia clássica do super-herói, representa a preservação dos valores tradicionais, o que nos faz relacioná-lo diretamente ao conservadorismo. Mas, vejam que interessante, em suas primeiras histórias, o Superman não enfrentava super-vilões tão poderosos quanto ele, nem tão pouco ameaças cósmicas como Darkseid. O Superman estava mais comprometido com a justiça social.
Isso mesmo! Era muito comum vermos histórias em que o Superman aparecia para defender uma mulher que apanhava do marido abusivo, ou para ajudar às crianças pobres de uma comunidade carente, no melhor estilo "Oh, e agora, quem poderá nos defender?"


Superman: For Tomorrow

Quanto ao conhecido paralelo entre o Superman e a figura de Jesus... Zack Snyder, em sua imensa falta de criatividade, não consegue dirigir um filme do Superman sem correlacionar o personagem ao messias do Cristianismo.
Independente de não acreditar ou acreditar no metafísico, ambos os lados da política tentam monopolizar a figura principal do Cristianismo. Uma vez que Esquerda e Direita têm visões completamente díspares da realidade, considerando o seu lado o dono de todas as virtudes e o outro lado a representação de tudo o que há de pior na humanidade.


Superman Peace On Earth:
O mais altruísta dos super-heróis alimenta os pobres e famintos. 

O "Homem do amanhã" é o personagem central de diversas histórias que nos convidam a pensar não só no papel do super-herói, como também do próprio homem, em antítese aos salvadores que nunca virão. O homem assim cria barreiras para si mesmo o que vem a fomentar guerras, injustiça e miséria.
E é claro que nestas últimas linhas estava me referindo a Superman: Peace On Earth, belíssima HQ de Paul Dini e ilustrada por Alex Ross. Na referida HQ, o Superman confronta o problema da fome no mundo. Com tantos poderes, ele não poderia fazer algo significativo por todos os famintos do planeta?


Superman Peace On Earth:
Interesses particulares, ideologias e corrupção: os desafios do Superman.

Superman confronta-se com as desigualdades enraizadas em diversas sociedades, muitas vezes sustentadas por déspotas e corruptos.

Por favor, precisamos falar sobre a urgente produção de um filme decente do Superman, utilizando o fascinante vilão Manchester Black (Ele empata com o Lex Luthor em relevância, na minha opinião).


Action Comics # 796: o confronto "final"
entre Superman e Black
O Superman nunca mata (por mais que Snyder tenha manchado a reputação do Homem de aço nos cinemas). O Manchester Black encarna a atitude de “justificar os meios” em seu relacionamento com o Superman. 
Black é um herói autoproclamado e, por mais violentas que sejam suas ações, ele acredita que o que está fazendo (livrando o mundo dos criminosos) justificará seus métodos. Ironicamente, para convencer o Superman de que o mundo real precisa de um herói como Black, ele se transformou em uma ameaça cruel e perigosa como os piores super-vilões. 



O suicídio de Black em Action Comics # 796

O Manchester Black foi uma resposta perfeita para uma crescente tensão entre a narrativa da DC e seus leitores. A mitologia do Universo DC lutou por muito tempo com a questão dos heróis que matam, mas em vez de quebrar sua moralidade paradigmática fundamental, tem uma longa história de forçar aqueles heróis que cruzam a linha a responder por suas ações. Embora possa parecer de outra forma, Manchester Black não é uma condenação aos heróis que matam, mas sim à justificativa desses assassinatos. Sua mitologia representa um princípio abrangente do Universo DC: o assassinato vem com um preço alto, e o fim não justifica os meios.



Universe DC Desicions:
Dever cívico.

Se há uma falha em DC Universe: Decisions, além dos argumentos que alguém pode ter com as inclinações políticas de qualquer super-herói (Homem Borracha Republicano?), é que não há uma cena em que um super-herói explique para todos que a pessoa que vota é tanto um herói quanto uma pessoa comum.

Claro, o Superman pessoalmente pode não querer votar em um político que mente ou faz comentários odiosos, mas só faz sentido que ele não se pronuncie publicamente especialmente enquanto ele luta com a ideia de que o seu país escolheu um líder que ele não suporta. E claro que estou falando de Lex Luthor aqui. 



Funny Valentine: Democrata
ou Republicano?

Estereótipos simplificam a realidade, e a realidade é muito complexa para a mente humana. Por isso são úteis, mesmo quando falsificam a realidade. O ser humano ama simplificações, e tem hábito de projetar todas as suas insatisfações no outro. Direitistas e Esquerdistas não admitem que suas ideologias não estejam isentas do "pecado original". Qualquer uma delas podem levar ao extremismo e ao totalitarismo. 


Tendências nazistas todos nós temos! Por isso devemos lutar contra esses elementos desagradáveis, ao invés de projetá-los no outro.

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