terça-feira, 24 de março de 2015

GRANDES (E BIZARROS) MOMENTOS DA INSANA PATRULHA DO DESTINO

 
Criada originalmente em 1963 pelo roteirista Arnold Drake, auxiliado por Bob Haney, e com os desenhos de Bruno Premiani, a Patrulha do Destino fez a sua estreia na revista My Greatest Adventure, que anteriormente contava histórias sobrenaturais, mas aos poucos foi sendo convertida em uma revista de super-heróis.
Este incomum grupo de super-heróis da DC Comics guarda uma impressionante semelhança com um certo grupo de super-heróis mutantes da Marvel Comics, que inclusive estreou a sua própria revista apenas um ano após a Patrulha do Destino.
Estes estranhos heróis combinavam perfeitamente com o estilo das histórias que protagonizavam, tão surreais quanto eles, seja durante a sua primeira aparição nos anos 60, na fase louca dos anos 80 com Grant Morrison, ou nos (particularmente esquecíveis) revivals mais recentes. Eles são bizarros!
A Patrulha do Destino é composta por super-heróis amargurados por não poderem conviver pacificamente com as pessoas comuns por causa de suas aparências bizarras causadas pelos acidentes que eles concederam seus superpoderes. E o Doutor Niles Caulder, mais conhecido como O Chefe, um paraplégico dono de um intelecto genial, reuniu todas estas figuras em uma grande equipe e os incentivou a usar os seus dons para proteger os inocentes e lutar contra o crime.
As semelhanças com os X-Men são bem evidentes, como o fato da Patrulha ter um líder cadeirante, como Charles Xavier, e ter que conviver com a rejeição daqueles que eles juraram defender, sem falar dos nomes parecidos dos primeiros grupos de inimigos que enfrentaram (a Irmandade do Mal, em Patrulha do Destino, e a Irmandade dos Mutantes, em X-Men).
 
Patrulha do Destino e X-Men: coincidência ou plágio?
Sinceramente, eu gosto bastante de ambos os grupos. Claro que, diferentemente da Patrulha, os X-Men conseguiram fama e popularidade, tendo uma imensa relevância com o mundo real. Os mutantes da Marvel Comics estão entre os grupos de super-heróis mais politizados de todos os tempos.
A Patrulha do Destino, assim como os X-Men, são uma espécie de alegoria às minorias que lutam por seus direitos e para serem aceitos pela nossa sociedade. Os membros da Patrulha poderiam aqui ser correlacionados aos cadeirantes, amputados, deformados, deficientes físicos ou mentais, etc.
O meu gosto particular pela Patrulha do Destino é pelas suas histórias interessantes, inteligentes, criativas, e acima de tudo, insanas. E para homenagear este grupo de super-heróis que já está em atividade há mais de 50 anos, selecionei alguns de seus momentos mais insanos e bizarros em toda a sua história. Algumas das cenas a seguir podem ser fortes.
 
 
Vamos começar pela apresentação de seus personagens principais. Não chega a ser um momento propriamente bizarro, mas vamos analisar porque é interessante... Se por um lado os X-Men podem ser considerados uma cópia da Patrulha do Destino, esta não escapa como uma simples vítima, já que de uma certa forma, os seus integrantes foram fotocópias do Quarteto Fantástico da Marvel Comics, que estreou a sua revista em 1961!
Ambas as equipes apresentavam quatro membros, que incluem um líder super-gênio, um ser dotado de um corpo flamejante (Larry Trainer, o Homem Negativo, guarda uma notável semelhança com o Tocha Humana), e ambos Cliff Steele, o Homem Robô, e Ben Grimm, o Coisa, eram ressentidos por estarem presos em seus corpos bizarros e alaranjados!
 
 
Definir a Patrulha do Destino desde o seu início era falar de como constantemente enfrentavam ameaças que eram tão estranhas quanto eles mesmos, como foi o Pesadelo Mecânico Nazista e muito possivelmente o mais estranho super-vilão já criado naqueles tempos, o Homem Animal-Vegetal-Mineral.
O Dr. Sven Larsen era um cientista sueco e ex-aluno de Niles Caulder, mas eles tiveram uma briga após Larsen acusar Caulder de roubar a sua ideia de um raio anti-deteriorização. Desenvolvendo uma forma de criar vida a partir de aminoácidos, Larsen ganha seus poderes após cair em um tonel destas mesmas moléculas, e promete vingar-se de Caulder e destruir a Patrulha do Destino. Ele é derrotado algumas vezes, mas sempre faz aparições após estes eventos, chegando a trabalhar para o General Immortus.
 
 
Os inimigos mais duradouros da Patrulha do Destino foram a Irmandade do Mal. E é na fase surreal dos anos 80, com Grant Morrison, que acontece um dos momentos mais insanos e perturbadores de toda a saga destes super-vilões.
Acho que nunca alguém em seu juízo perfeito desconfiaria que toda aquela devoção do gorila superinteligente Monsier Mallah para com o seu mestre Cérebro era amor (?!).
Sim, um super-gorila falante do mal, que também era um militante homossexual revolucionário francês, e o seu chefe e líder da Irmandade do Mal eram gays, e decidiram chocar a todos os leitores saindo do armário, quando o Cérebro roubou o corpo experimental do Homem Robô, podendo enfim declarar o seu amor.
Pode me chamar de intolerante se quiser, mas isso é bizarro e repulsivo demais! Se por um lado eles são simplesmente gays, por outro lado o Cérebro é zoófilo e o Mousier Mallar é necrófilo!
Um gorila e um cérebro num frasco, isso é algo difícil de se descrever.
 
 
O Homem Robô é praticamente 90 % máquina. Antes de se tornar o que é, Cliff era um piloto de corridas, mas sofreu um acidente do qual apenas o seu cérebro pode ser salvo.
Sendo ele uma máquina de combate despreocupada em perder a vida em batalha, são comuns os momentos em que tem o seu corpo destruído, como quando a Mulher Elástica torce as suas pernas para transformá-lo em uma broca, quando o General Immortus o encerra em chumbo derretido ou ainda quando vemos o Homem Robô arrancando os seus próprios membros e transforma-los em bumerangues para pegar um assassino fugitivo.
 
 
O que foi dito sobre o Homem Robô anteriormente não pode ser dito sobre o resto da equipe, que, para a infelicidade deles, não eram tão fáceis de se reconstruir. Quando eles sacrificaram as suas vidas no final da sua primeira série, este tornou-se o evento que marcou a primeira vez na história das HQ's em que uma revista cancelada acabou por ter a maioria de seu elenco de personagens principais mortos.
Como vocês podem ver pela capa, uma parte da história da dupla Arnold Drake e Bruno Premiani apela diretamente aos leitores para escreverem para salvar a equipe. Mas a julgar pelo fato de que levaram-se nove anos para vermos o retorno Patrulha do Destino, eles não foram capazes de gerar um mesmo tipo de lealdade fanática que manteve Spider-Girl por 125 publicações. Azarados até o fim, esses caras.
 
 
Os anos 80 viram o retorno do Patrulha do Destino agora com o escritor Paul Kupperberg, mas a série realmente não decolou até a chegada de Grant Morrison. O genial roteirista escocês pegou o mais bizarro grupo de super-heróis de todos os tempos e conseguiu deixa-lo ainda mais bizarro (e legal), dando ao título uma direção mais surreal.
Primeiro, Morrison estabeleceu uma nova equipe com a presença do Homem Robô, e ainda incluiu Jane Maluca, uma mulher esquizofrênica com 64 personalidades distintas, cada uma com o seu próprio superpoder!
 
 
O mais estranho ainda nesta fase surreal eram os novos vilões que a equipe enfrentava. A Irmandade do Mal foi substituída por um novo e extravagante grupo de criminosos conhecidos como a Irmandade de Dada. Tendo sido inspirado pelo movimento artístico do Dadaísmo, este grupo de criminosos parece não reconhecer os conceitos de "bem" e "mal", sendo por isso mais precisamente descritos como "vilões sem lei". 
Os integrantes do Irmandade de Dada são um show a parte: O Senhor Ninguém (provavelmente baseado em um personagem de mesmo nome de um desenho de Betty Boop) tinha a habilidade de prejudicar a saúde mental de outros seres, Sleepwalk era "overpower" e adquiria uma superforça apenas quando caía em sonambulismo, e ainda havia Questionário, uma vilã japonesa que tem todos os superpoderes que seu adversário não tenha pensado (isso mesmo, esse é o seu superpoder).
 
 
Outro novo vilão (que felizmente nunca mais foi visto desde então) foi o Hunter Beard, uma paródia hilariante de Frank Castle, o Justiceiro da Marvel, na forma de um assassino com um intenso e permanente ódio por pelos faciais (devido a um problema hormonal que impede o crescimento de sua barba) e uma propensão para rasgar suas roupas e lubrificar os seus músculos durante as lutas para parecer mais "danificado pela batalha".
 
 
Nem todos os novos personagens que apareceram durante esta fase foram vilões. Durante a era Morrison, a Patrulha do Destino ganhou aliados como Danny, a rua. Este era uma avenida consciente (sim, isso mesmo!), que possuia grande intelecto, capaz de percorrer todo o planeta e teletransportar seus aliados para onde quiser, além de ser um travesti (?!), exprimindo-se com decorações de toldos ou cortinas com babados cor-de-rosa e outras esquisitices. E mais tarde ele evolui tornando-se Danny, o mundo (loucura é pouco).
Mas o mais famoso deste novo elenco foi Flex Mentallo, um homem-músculo inspirado pelo fisiculturista Charles Atlas, e dentre os seus feitos destacou-se o episódio em que foi capaz de usar a sua força para mudar a forma da base do Pentágono, transformando-o em um círculo. Tal acontecimento se deu no assustador arco "The Pentagon horror", quando descobriu-se que o serviço secreto do governo dos Estados Unidos estava transformando mortos em soldados.
Flex Mentallo provou sua popularidade e até passou a ser a estrela em quatro edições de uma minissérie por Morrison que conta a sua origem, mas houve uma polêmica com a repercussão deste conto quando a empresa de Charles Atlas abriu um processo devido a semelhança entre os personagens, o Flex e o Charles Atlas "mito". A ação foi julgada improcedente, graças às leis de uso justo que protegem a paródia, mas a DC nunca reeditou a minissérie.
 
  
Em um dos momentos bizarros mais lembrados da série, em Patrulha do Destino # 53, vemos Morrison levar o time de volta às suas raízes controversas. Não apenas com a reformulação da Patrulha do Destino como "The Legion of the Strange", análogos claros do Quarteto Fantástico, mas as versões Marvel de outros personagens da Vertigo também são apresentados, como John "Hellblazer" Constantine e o Vingador Fantasma!
 
 
Após o final da série, Morrison proporcionou o momento mais estranho e divertido de todos, quando ele e mais um time de artistas que incluiu Keith Giffen, Mike Mignola e Walt Simonson, criaram a Doom Force, uma paródia escrachada da X-Force de Rob Liefeld.
E a paródia mal foi disfarçada como um spin-off baseado nos personagens da outra editora, com um elenco formado por figuras como Shasta, a Montanha Viva, e The Scratch, que pode lembrar um certo personagem da Marvel chamado Wolverine.
 
Obviamente, não faltam momentos completamente bizarros na história da Patrulha do Destino... Quais são seus favoritos?

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