sábado, 12 de setembro de 2015

TOP MEUS MANGAKÁS FAVORITOS


Há um grande número de surpreendentes autores de mangás, e ainda assim raramente esses criadores conseguiram fazer mais de um trabalho que valha a pena ler e conhecer. É muitas vezes difícil de acompanhar um grande trabalho com outra obra significativa, especialmente depois da exclusiva dedicação e dos grandes investimentos em um título anterior. Muitos deles se destacam sobre os demais por serem capazes de criarem novas tendências que por sua vez acabam influenciando os autores de gerações seguintes.
O mangaká trava uma verdadeira batalha para criar algo novo, que mantenha a originalidade e o mesmo nível de qualidade. Por esta razão segue uma lista homenageando alguns dos melhores mangakás, que têm sido capazes de enfrentar o desafio de criar várias obras de mérito. Para ser mais justo eu só estarei contando autores cujas obras eu li, e faço isso a fim de limitar as minhas escolhas para uma quantidade mais razoável e justa dos mangakás. Curiosamente essas limitações se tornam extremamente difíceis para mim. É preciso selecionar os mangakás com um número mais significativo de obras de sucesso que eu conheça e que mereçam aparecer na lista.
Se fosse colocar todos os mangakás cuja alguma obra eu goste, seria impossível fazê-lo com uma única postagem. E mesmo que alguns destes não apareçam, isto não significa que eles não sejam também autores excelentes. Também lembre-se que esta é a minha lista pessoal e reflete apenas os meus gostos e opiniões. Sinta-se livre para comentar, esta é a minha opinião e é quase certamente diferente de uma lista que você faria.
 

 
10º Lugar
Kentaro Miura

A única obra que realmente acompanhei de Kentaro Miura é o seu megassucesso Berserk, o que foi o suficiente para me tornar um grande fã do seu trabalho.
Nascido em Chiba, em 1966, começou a publicar mangá com a tenra idade de 10 anos, com o seu primeiro mangá Miuranger - feito por seus colegas de classe - que acabou abrangendo 40 volumes.
O seu mangá Futanabi rendeu-lhe a maior premiação pela Weekly Shonen Magazine. Sua continuação, Noa, não deu certo e sua carreira experimentou uma queda, mas ele se recuperou com o que se tornaria a sua obra-prima, Berserk, em 1989. Inspirado por filmes como Conan o Bárbaro, romances como Excalibur Guin Saga e outros mangakás como Go Nagai, o mangá Berserk ainda está em execução após mais de duas décadas e vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo o mundo, além de receber o Prêmio Cultural Osamu Tezuka em 2002.
Berserk recebeu a sua primeira e mais famosa animação de 25 episódios em 1997. O animê, em si considerado uma sutil e sombria história clássica de fantasia, cobre o primeiro arco da história do mangá, e deixou os fãs em suspense durante anos. Recentemente os arcos em curso do mangá foram trazidos à vida na forma de novos filmes animados para os fãs que desejavam mais uma nova animação.
Ousar ser diferente, tratando seus personagens com temas sombrios e adultos, é um dos detalhes que fizeram de Berserk uma lenda.
 


9º Lugar
Buronson
 
Buronson, também conhecido como Sho Fumimura, é um mangaká japonês mais lembrado por sua famosa obra Hokuto no Ken. Isso mesmo, Buronson é o criador de Kenshiro e Raoh, não preciso dizer mais muita coisa, isso já é o suficiente para você considerá-lo foda!
Buronson nasceu como Yoshiyuki Okamura, em 16 de Junho de 1947, em Saku, Nagano. Ele se formou na Escola de Treinamento da Força Aérea Japonesa em 1967 e serviu como um mecânico de radar da Força Aérea. Em 1969 foi dispensado da Marinha Japonesa e logo foi contratado por Hiroshi Motomiya como um assistente de mangá. Mecânico, soldado e mangaká, só profissões másculas!
Começou sua carreira escrevendo o roteiro do Pink Punch: Miyabi em 1972, incentivado por Goro Sakai. Em 1975 Buronson escreveu seu primeiro grande sucesso, The Doberman Detective, desenhado por Shinji Hiramatsu. O famoso Hokuto no Ken desenhado por Tetsuo Hara fez sua estreia em 1983. Em 1989, sua história Ourou foi lançada como um mangá serializado na Animal Magazine, desenhada por Kentaro Miura, e em 1990 veio uma sequencia intitulada Ourou Den.
Okamura também colaborou com Ryoichi Ikegami em muitos trabalhos como Strain, Odyssey e do famoso Sanctuary. Entre suas outras obras importantes também podemos citar Phantom Burai, com arte de Kaoru Shintani.
O nome Buronson é uma homenagem a Charles Bronson, e de fato até o bigodinho do ator americano é imitado por Okamura.



8º Lugar
Kazuo Koike

Kazuo Koike é conhecido por sua escrita de contos sobre samurais e vingança, e sua obra mais famosa é o surpreendente Lobo Solitário. Apesar do claro fato de que muitas de suas histórias terem sido ofuscadas por Lobo Solitário, ele tem sido um excelente escritor em grande número de outras obras. O mangá Lobo Solitário é tão perfeito que nem deveria entrar na categoria história em quadrinhos, pois o seu conteúdo é pura literatura!
Suas melhores obras envolvem grandes personagens, e ele os coloca dentro de um cenário muitas vezes realista e duro (mais comumente o Japão medieval). Seus personagens são colocados contra enormes probabilidades, e o leitor parece observá-los enquanto eles lutam para atingir uma sensação de sucesso. Duas outros grandes obras ao lado de Lobo Solitário vêm à mente quando penso sobre o seu trabalho como escritor. A primeira delas é o mangá Color of Rage, um conto excepcional, uma história sobre dois homens, um japonês e um africano, que escapam de um navio negreiro americano e chegam ao Japão em meio a Era Edo. A história centra-se sobre as reações do povo japonês para com os estrangeiros, e a cultura Yakuza da qual tantos homens tornam-se parte. O outro trabalho, no entanto, é o moderno conto sobre gangues chamado Crying Freeman. Do pouco que eu li deste mangá, este envolve um homem que foi hipnotizado e é forçado a fazer atos tão horríveis que o fazem chorar depois de executá-los (como se essa suposta falta de livre-arbítrio pudesse redimi-lo). Eu sinto que este trabalho só vai longe em seu conceito porque é ousado e ainda cruza a linha do mau gosto tanto em violência quanto em conteúdo sexual. Neste trabalho faltava a originalidade ou os toques humanos realistas que fez Lobo Solitário e Color of Rage títulos tão poderosos. E este é o único motivo por Kazuo Koike não ocupar uma posição mais elevada nesta lista.


 
7º Lugar
Yoshihiro Togashi

Togashi é um dos meus criadores de shonen favoritos e é responsável por duas das séries mais interessantes de todos os tempos. Ele criou as obras Yu Yu Hakusho e Hunter X Hunter, sendo que ambas estão em um padrão muito acima do típico de obras shonen.
Hakusho é um dos primeiros trabalhos a estrelar nada menos que um perfeito punk arruaceiro como um herói, que luta ao lado de outro membro de gangue e um par de demônios. Em vez de fazer o típico bom modelo de herói encontrado na maioria dos shonen, Togashi escolhe o personagem mais moralmente ambíguo possível, um excluído social, e em seguida o eleva ao posto de herói da história. Seu herói é também um cínico e questiona coisas que a maioria dos heróis tomam como concedido, e não está tão ansioso para assumir seu posto como herói em primeiro lugar.
Sua segunda série, Hunter X Hunter, gira em torno de um mundo de fantasia onde existem os "Hunters". O sonho da maioria das pessoas é tornarem-se um destes Hunters, que podem assumir muitos tipos de cargos como caçadores de monstros ou de criminosos, arqueólogos, e eles são muito valorizados, sendo extremamente difícil se tornar um. Gon e seu amigos desejam tornarem-se Hunters para sobreviverem em um mundo perigoso, repleto de animais monstruosos, governantes corruptos e outros vilões. A cada personagem é dada a sua história particular que é convincente, e fortes motivações para as suas ações. Cada novo arco também traz novos conceitos e novos desafios para os heróis enfrentarem. Há muitos elementos fantásticos para a construção do mundo de Hunter X Hunter, ele nos fornece uma grande quantidade de diferentes facções, áreas, dispositivos, criaturas e até mesmo um sistema de habilidades de luta com uma ciência por trás dele.
Ambos estas obras são bem escritas e têm histórias cheias de ação e inteligentemente cativantes. Essas características permitem que Togashi fique bem além de muitos outros escritores shonen.
Obs: Se Hunter X Hunter não sofresse tanto com os hiatos, sua colocação poderia ser ainda maior.



6º Lugar
Go Nagai

Go Nagai é um gênio! Um autor revolucionário, considerado um tipo de Alan Moore japonês. Ele foi muito além e conseguiu como ninguém unir ficção científica, fantasia, horror e erotismo na mesma obra.
Nagai foi severamente criticado por seu mangá Harenchi Gakuen (1968/1972), gerando diversos protestos entre governo e sociedade pelo erotismo presente em algo destinado a um público de menores de 18 anos. Controverso e polêmico, dos autores certamente foi o que mais bebeu na fonte da Década de Ouro do Japão dos anos 50, com as criaturas gigantescas introduzidas pelo cineasta Ishiro Honda, o pai de Godzilla.
As obras de Nagai estão além de toda perversão e violência, e você encontra várias camadas contendo críticas sociais. Independente de se gostar ou não, ou da forma que se absorva suas obras, sua importância para a indústria como um todo é indescritível.
 

 
5º Lugar
Leiji Matsumoto

Leiji Matsumoto nasceu em Kurume, distrito de Fukuoka, em 1938, e ele passou a dominar o mundo do animê na década de 70, para o deleite de toda uma geração de fãs.
Ele começou sua carreira em 1953 desenhando mangá shojo romântico para meninas e, embora ele não gostasse desse gênero, você pode ver a influência que estes seus trabalhos teriam para os próximos anos.
Na década de 60, Matsumoto realizou o seu primeiro mangá no estilo shonen e seu primeiro sucesso foi a série Otoko Oidon de 1971 que era sobre as aventuras de um jovem que estava se preparando para a faculdade. Contudo, a sua maior realização foi em colaboração com Yoshinobu Nishizaki na série de animê Space Battleship Yamato, uma animação épica, até hoje reverenciada como a melhor série animada feita para a TV em todos os tempos. Nishizaki concebeu a série em 1973, mas foi Matsumoto que revelou todo o seu talento com seus projetos de incríveis naves espaciais e direção de arte brilhante. E ainda a seguir nos apresentou o Capitão Harlock e Galaxy Express 999 que têm todos lugar no mesmo universo.
Pelos anos 80, novas séries de animês como Macross levariam os animês de ficção científica para o próximo nível. No entanto os fãs de animê de hoje devem perceber que Matsumoto foi essa ponte entre o que Tezuka estava fazendo na década de 60 e os desenhos mais sofisticados que apareceriam na década de 80. Toda vez que você ver uma personagem feminina com cabelos incrivelmente detalhados ou algum pouco de mechas sofisticados, as chances de que você esteja vendo algo com forte influência de Leiji Matsumoto são realmente grandes.


 
4º Lugar
Takehiko Inoue

Antes de se tornar mangaká, Inoue foi assistente de Tsukasa Hojo no mangá de grande sucesso City Hunter. Seu início como mangaká foi em 1988 com Kaede Purple, publicado pela Shonen Jump e com o qual ganhou o Tezukashiyo, prêmio criado para homenagear Osamu Tezuka, o pai dos quadrinhos japoneses.
O que faz um mangaká bom? A maneira da escrita? O sucesso de suas obras? Sua arte? Sua história? A quantidade de orgia que ele faz por dia? Bom, eu acredito que o melhor managaká é aquele que melhor desempenha seu papel, seja ele artista ou roteirista. Se for artista, sua arte tem que ser excelente, e se for roteirista sua história tem que ser perfeita. Independente do sucesso, o importante é ter uma história incrível, fazendo uma obra espetacular.
Se ter uma obra dessas já basta para qualquer mangaká no mundo, imagine ter DUAS OBRAS SENSACIONAIS que são referências em qualquer categoria em que estiver?
Takehiko Inoue conseguiu esse feito. Depois de trabalhar como assistente no mangá City Hunter, Takehiko resolveu serializar o mangá que se tornaria o mais adorado do Japão: Slam Dunk.
Slam Dunk é um mangá de esportes. Mais especificamente de basquete. Conta a história dos alunos de basquete do colégio Shohoku, e suas lutas profissionais e pessoais para alcançarem os seus sonhos.
Eu poderia designar esse mangá com uma única palavra: Excepcional!
É um dos melhores mangás de todos os tempos. A emoção que Takehiko conseguiu criar no mangá é como assistir um filme. Mesmo lendo um monte de imagens paradas eu me sentia tão animado e intenso que tive um choque de adrenalina!
Slam Dunk foi um mangá tão incrível, que é considerado pelos japoneses como o melhor mangá de todos os tempos. A popularidade no Japão foi imensa. Slam Dunk é o quarto mangá mais vendido da história, com 120 milhões de cópias vendidas, mas lidera em porcentagem de volumes vendidos/número de volumes. Em média, Slam Dunk vendeu 3,85 milhões  por volume, um recorde mundial.
Bom, apenas isso já seria um motivo para Takehiko Inoue entrar nesse top. Mas o cara não se contenta em fazer apenas isso. Takehiko então cria o segundo melhor mangá de samurai de todos os tempos: Vagabond.
Vagabond é um mangá baseado em fatos reais, que conta a história do maior samurai de todos os tempos: Miyamoto Musashi. Porém Takehiko conta de uma maneira tão perfeita e realista, que é considerado um dos trabalhos mais perfeitos da cultura japonesa. Jamais alguma obra sobre Musashi foi tão fiel aos fatos como Vagabond. É por isso que é considerado por muitos como o segundo maior mangá samurai de todos os tempos (o primeiro sendo Lobo Solitário, uma verdadeira obra-prima dos mangás).
O fato é que ter duas obras incrivelmente idolatradas e usadas como referências em qualquer categoria é um fato histórico. Takehiko deixou mais que provado que é um mangaká absurdamente competente.
 

 
3º Lugar
Akira Toriyama

A maioria das pessoas conhecem Toriyama graças ao sucesso de Dragon Ball, mas poucos realmente percebem que o maior talento deste mangaká é com a comédia alucinada e escrachada, que podemos conferir em sua obra-prima Dr.Slump, considerado o melhor mangá de humor de todos os tempos.
Dr.Slump foi seu primeiro grande trabalho no Japão a ser serializado em vários volumes. Seu enredo baseia-se em Senbei Norimaki, um inventor atrapalhado que fora apelidado de Dr.Slump. Ele decide construir a menina robô perfeita (parodiando o conceito do Astro-Boy). O que ele acaba criando é Arale Norimaki, uma menina-robô de óculos e super forte. Este trabalho é muito divertido e é uma vergonha que muitos fãs de Dragon Ball não o conheçam ou não tenham interesse por ele.
Dragon ball ainda é visto como o mais importante trabalho de Toriyama, um épico de artes marciais ocorrendo ao longo da vida do guerreiro Son Goku. A série começa como uma comédia e, eventualmente, se transforma em um épico, envolvendo batalhas cósmicas entre super-seres alienígenas.
O que eu amo sobre Toriyama é que ele possui tantos trabalhos com uma notória sensação distinta entre eles, e ainda claramente compartilham elementos estilísticos comuns. Ambos têm um grande senso de humor pastelão e toneladas de diversão para ler. Além do humor, ambos os trabalhos se concentram mais em excitar o leitor com o ritmo constante de ação e comédia, em vez de proporcionar uma trama detalhada. Isso funciona como a vantagem de Toriyama nessas histórias, mantendo a leitura constantemente empolgante.



2º Lugar
Katsuhiro Otomo

A maioria das pessoas estão cientes do trabalho de Otomo pelo filme Akira, mas por incrível que pareça muito poucas pessoas realmente leram o mangá no qual o filme é baseado.
O mangá Akira é mais longo, mais complexo, e tão estranho quanto o filme que ele gerou. A história tem um conflito muito mais profundo, envolvendo uma série de facções e movimentos interessantes, todos inflamados por um garoto com o desenvolvimento de enormes poderes psíquicos. A história é um forte comentário sobre uma série de questões sociais (um tema comum entre muitos grandes escritores), incluindo a violência de gangues, movimentos religiosos, as drogas, a corrupção política e campanha militar agressiva. A arte utiliza um estilo detalhado e impressionante que o torna um dos mangás mais visualmente espetaculares disponíveis.
Ainda mais obscura, mas quase tão boa quanto a série anterior é Domu. Este trabalho é sobre o conflito causado por um velho senil com poderes psíquicos que está cometendo assassinatos em um complexo de apartamentos. Ele acaba usando seus poderes para lutar com uma criança que se muda para o mesmo apartamento e também tem incríveis poderes psíquicos que se opõe a ele. A história se resolve em torno dos temas de irresponsabilidade entre as figuras adultas e os problemas causados por ambientes urbanos densos. Conta-se que Otomo buscou inspiração com a experiência que teve ao mudar-se para Tóquio, na época em que eram registrados números absurdos de suicídios em diferentes complexos de apartamentos.
Estas duas obras mostram a capacidade espetacular de Otomo para desenhar, assim como o seu gosto de usar poderes psíquicos como parte das histórias, e a importância que ele coloca em cima do comentário social.


 
1º Lugar
Naoki Urasawa

Naoki Urasawa é um dos melhores, se não o melhor escritor de suspense da indústria do mangá. Os trabalhos de Urasawa incluem obras-primas como Monster, 20th Century Boys e Pluto.
Urasawa é muito profissional quando se trata de criar ação emocionante, reviravoltas inteligentes na história, personagens profundos, e sua escrita rapidamente cativa o leitor. Ao mesmo tempo, suas obras são muito humanistas, mesmo quando focadas em robôs ou serial killers. Seus personagens são preenchidos com uma personalidade que normalmente não são simplesmente bons ou o maus de maneira estereotipada. Seus personagens têm profundidade e credibilidade reais, permitindo que a sua motivação e lutas sejam fáceis de entender.
Urasawa também levanta muitas questões importantes, tanto a nível universal e pessoal, incluindo a profissão médica, a polícia, a justiça, a amizade, a política, a capacidade de obter o perdão e a dificuldade ao lidar com o que é certo e errado. Claramente é muito influenciado pelo trabalho de outro grande mangaká (que vem a seguir nesta lista), e de fato ele realmente realizou uma adaptação de uma obra deste mesmo autor em uma de suas próprias obras.
São muitas as maneiras que Urasawa transborda de grande estilo e temas, com a adição de mais realismo além uma abordagem mais sombria.


 
O DEUS DO MANGÁ
Osamu Tezuka

Caso seja possível que você ainda não conheça este mangaká, então você precisa ir e ler um trabalho de Tezuka, antes de continuar.
Há uma boa razão pela qual Osamu Tezuka é conhecido no Japão como o "Deus do mangá". Tezuka, é o responsável pelo desenvolvimento das modernas industrias de mangá e animê, e por isso também é aclamado como o "pai do mangá moderno". As suas obras são quase exclusivamente obras-primas, cada uma delas apresentam um tipo criativo, corajoso e excitante de premissas. Até mesmo suas obras mais tolas tem uma mensagem importante que vale denotação.
Tezuka foi, mesmo para nossos padrões atuais, extremamente revolucionário em seu uso de temas, mostrou muita disposição para explorar a todos os tipos de tópicos em profundidade que os outros normalmente ignoram como a sexualidade, a culpa, a religião, a ganância, o racismo, o preconceito, o sistema médico, a Segunda Guerra Mundial, transtornos mentais, sexismo e deformidade física. Ele também fez bom uso de seus conhecimentos médicos e suas experiências pessoais, combinando-os com sua fonte inesgotável de imaginação em muitas de suas histórias.
Ele aplicou seu conhecimento do corpo em excelentes dramas médicos, tais como Ode to Kikihito e Black Jack. É evidente nestas obras que Tezuka tem forte compreensão sobre o que ele está escrevendo, e usa essa compreensão para fins criativos e emocionantes. As obras de Tezuka também são extremamente bem escritas, às vezes a sua escrita pode parecer complexa ou mesmo simples, mas, independentemente da complexidade, sua mensagem sempre mantém um tom natural.
Tezuka ainda tem um senso especial de humor auto-referencial, com um conjunto de piadas para seus fãs como o seu estranho cameo de em um número de personagens de suas próprias obras. Ele mesmo criou um sistema de seleção de elenco para seus personagens com um salário para cada um destes que usou em várias obras. Osamu Tezuka é um criador tão importante e qualificado que eu posso dizer com segurança que você precisa ler o seu trabalho. As habilidades de Tezuka vão muito além de qualquer elogio que posso dar em um tópico tão curto como este. Eu aconselho não só a leitura de qualquer trabalho que você possa encontrar, mas também a leitura de sua biografia, como Deus dos Quadrinhos: Osamu Tezuka, e Criação no Pós-Segunda Guerra Mundial ou A Arte de Osamu Tezuka: Deus da Mangá.
 

 
Menção Honrosa
Kia Asamiya

Kia Asamiya é uma adição bastante estranha para esta lista e para ser honesto eu normalmente nem o teria colocado aqui, e também poderia ter pensado em uma outra posição mais digna nesta lista.
Ele fez uma série de obras interessantes que valem muito a pena ler. Os melhores dos seus trabalhos geralmente têm um estilo super-herói gótico, e suas mais importantes obras são Steam Detectives, e Batman: Child of Dreams. Seus melhores trabalhos também tendem a ser divertidos de ler, e imitam claramente o estilo e narrativa dos quadrinhos norte-americanos de ação.
Infelizmente o outro trabalho que eu li de sua autoria é Silent Möbius, que tem muito de 1980, mas também a sensação de que não envelheceu bem, é muito confuso para ler devido ao seu estilo de arte, e é muito menos agradável que seus outros dois trabalhos já citados.
Nenhuma de suas obras são originais ou suas maiores realizações são muito semelhantes entre si. Ele merece aparecer nesta lista porque algumas de suas obras foram realmente marcantes para mim, e pude conhece-las graças ao US Mangá, e em seus trabalhos ele mostra uma profunda compreensão de escrever histórias de estilo gótico, sem falar que é um apaixonado pela mitologia dos super-heróis.


Mesmo que alguns dos nomes presentes nesta lista andem um pouco sumidos, ainda é possível que possam retornar e criar algo realmente grandioso. Com certeza ainda não nos esqueceremos deles, mesmo daqueles que já faleceram.
E, é claro, não podemos deixar de sonhar com que os grandes nomes da atualidade, os nossos mangakás que hoje são os favoritos, não fiquem tão presos a um único título e assim possam criar algo novo e divertido, e assim nos surpreendermos cada vez mais. 

6 comentários:

  1. Excelente também, acrescentaria Hiroaki Samura e Hiroshi Motomiya. Apesar de serem bem underground fora do Japão.
    Continue com o excelente trabalho.
    Valeu.

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Excelente blog!Parabéns,por ter lembrado do eterno OSAMU TEZUKA!No qual,também possue excelentes curtas!

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  2. - Que Falta De Cultura !!!
    O Primeiro Lugar Ta Um Cara Que Eu Nunca Ouvir Falar Que É Conhecido Por "Modernidade".
    O Cara Não Tem Nem História E Ainda Ta Em Primeiro. Você Deveria Se Concientizar Que Os Maiores Mangakas Do Mundo São Aqueles Que Tem Algo A Mais Pra Contar Sobre Sua Reabriria, Sobre O Seu Crescimento E As Dificuldades Que Foi No Começo De Sua Carreira. Eu Diria Que, Pela Sua Análise, Você Não Passa De Um Modinha. (Minha Opinião Não Gostou ? Se Mata Que Passa)

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    1. O top é sobre os favoritos do cara, não sobre quem tu acha melhor

      E tu nem conhece o Urasawa e quer taxar alguém de modinha e sem cultura? Meu Deus, como tem gente estúpida no mundo, leia pelo menos uma das 4 obras primas que ele criou pra falar algo antes

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