sexta-feira, 4 de setembro de 2015

PARTICULARIDADES "OFENSIVAS" DOS ANIMÊS

O mundo dos animês trata essencialmente de ficção ou fantasia. Apesar de também apresentar laços ou aspectos reais do nosso mundo, eles ainda se encontram no reino de algo que não é real. Então, novamente, como qualquer outra forma de mídia, uma série ou gênero de animê também tem seus momentos "ofensivos". Claro não estou dizendo que todos ou a totalidade do gênero animê é ofensiva, mas coisas que são normais para alguns talvez sejam ofensivas para os outros, tendo em mente que as pessoas tem suas próprias opiniões e sentimentos.
Recentemente, graças a Play TV, acompanho Yugioh, um animê de grande sucesso que conheci ainda na adolescência. Foi gratificante rever o VERDADEIRO Yugioh. A série não tem nada de grandioso, mas cumpre o seu papel, ela diverte! Maximillion Pegasus é um dos vilões mais engraçados e divertidos de todos os tempos, o vilão que todo animê merece!
Não estou muito certo, mas acredito que Yugioh foi o primeiro animê que acompanhei regularmente cuja versão ocidental foi massacrada pela tesoura da censura norte-americana. Cenas grotescas em que armas de fogo seguradas pelos personagens são substituídas por inofensivos dedos, e diálogos e até mesmo o roteiro foram alterados de modo que o sentido original da série quase totalmente se perdeu. E mesmo com tudo isso, o animê eventualmente era acusado de pregar o satanismo por fanáticos religiosos desocupados como o boçalíssimo Gilberto Barros.  
A cultura do Japão é ainda algo pouco conhecido por todos nós ocidentais, digo isso mesmo sendo fascinado pelo país que produziu algumas de minhas animações favoritas e mesmo depois de ler e estudar tanto sobre esta cultura. Assim, aquele conteúdo de um desenho que pode ser inofensivo para um oriental pode ofender alguns ocidentais, principalmente aqueles que não tem a mente muito aberta e são pouco receptíveis às outras culturas.
Ainda que nunca tenha sido a intensão, séries de animê já causaram controvérsia devido ao seu conteúdo. Para ilustrar melhor esta discussão, selecionei algumas das maiores controvérsias presentes na animação japonesa.
A palavra ofensivas aparece entre aspas no título da postagem porque nenhum destes itens que vocês verão a seguir foram por mim considerados ofensivos. Se todos estes temas são bem executados podem render excelentes histórias. O único problema é quando os temas são usados com o único intuito de chocar para atrair a audiência.

 

 
Abuso de animais
 
Em algumas séries de animês existem vários tipos de criaturas, de bichinhos adoráveis a monstros aterrorizantes. É natural que os animais em certas séries de animê tenham papéis distintos onde eles podem falar e exalar emoções. Em alguns casos, os animais regulares e não-sencientes normalmente obtém seu papel padrão de ser um animal. Há certas séries de animês que têm determinados cenários onde eles retratam o abuso de animais. Em alguns casos, o abuso é muito grave, mas quando feito, é para o bem da trama. O abuso animal pode ser algo ofensivo para alguns. Pokemon por exemplo é uma série que é fortemente desaprovada pelos ativistas animais (putz).
 
 
                                     
Hokuto No Ken!
 
 
 
 
 
Ultra-violência e Gore
 
Para o espectador médio de animê, alguma violência e gore talvez não seja algo muito ofensivo. Existem séries de animê especializadas em sangue e violência, portanto, alguns frescos espectadores tendem a ficar longe delas. Certos animês apresentam um episódio onde ocasionalmente eles podem abusar demais de cenas de violência gráfica, cenas violentas ou sangrentas. Aqueles que não estão familiarizados com o animê e que ainda estão julgando esses gêneros pela primeira vez podem ficar ofendidos. Os pais mais conservadores vão surtar quando verem seus filhos assistindo alguma série violenta e sangrenta de animê. Isso só é comum porque mais uma vez eles não estão bem informados sobre a animação japonesa. Então, nos dias de hoje, as séries mais violentas e sangrentas são constantemente atenuadas ou censuradas antes de serem liberadas no ocidente.
 
                                    
                                    
Devilman
Violência, Gore e cenas proibidas para menores.
Animês violentos são os mais legais!
 


 
 
 
Incesto
 
Para os que não estão familiarizados com o assunto, o incesto de que estamos falando é um afeto erótico ou íntimo entre dois membros de uma família. Eles podem ser dois irmãos, primos, pai e filho, enfim entre quaisquer dois personagens consanguineamente relacionados. Algo como isto por si só pode ser um pouco perturbador para se ouvir, mas, em alguns casos, existem animês que podem retratá-lo como algo normal ou não como um problema real, a menos que uma das partes não o aprove. Em alguns animês, o incesto presente é realmente mantido como segredo ou não. Ele pode ser um pouco perturbador e ofensivo, mas a maioria dos espectadores dos animês deste gênero não se importam.
 
 
Pietro Maximoff Ultimate deve ter curtido isso.
 
 
 
 
 
Representações estereotipadas de personagens femininas
 
Hoje o feminismo, o sexismo ou qualquer tipo de representação de mulheres geralmente é inspecionado com cuidado. Isso vale o mesmo para o animê também. Não estou dizendo que as mulheres de animês em geral estão sendo maltratadas, mas há alguns casos restritos descritos geralmente como estereotipados. Mulheres estereotipadas podem significar que elas geralmente são retratadas como personagens desamparados. Muitas vezes podem ser descritas como personagens inúteis ou tendem a ter esse sintoma de donzela em perigo. Entretanto há muitas séries de animês com personagens femininas fortes, inspiradoras e que não são realmente estereotipadas de qualquer forma.
 
 
Hermes Costello e Jolyne Kujo, heroínas que
fogem de qualquer estereótipo.
Animês e mangás também estão repletos de
mulheres como estas.


 
 
 
 
Hipersexualização de personagens femininas
 
Estereótipos ofendem, mas há ainda o caso da representação sexual de certos personagens de animê do sexo feminino. No animê, algumas mulheres são lembradas por seus atrativos femininos. Estamos falando de algumas personagens vestindo roupas muito sensuais ou mesmo seminuas, além é claro de serem incrivelmente provocantes e atraentes para nós espectadores do sexo masculino. Podem haver algumas espectadoras do sexo feminino que se ofendam com esta hipersexualização, e também podem alegar que nem todas as mulheres têm tais atrativos ou não deveriam ser sempre retratadas de tal maneira. É outro caso em que a maioria da fanbase não parece se importar.
Só para ficar claro, algumas personagens principais de animês são retratadas de tal maneira, mas isso não diminui em nada o seu desenvolvimento.
 
 
Fujiko Mine não é apenas sensual, ela é uma personagem ÉPICA.
O fato da personagem ter uma sensualidade bem aparente e explorada
não a torna apenas um fanservice.
Fujiko não é apenas a mulher mais desejada dos animês, mas possivelmente a
mais poderosa de todos os animês.
 
 
 
 
 
 
O abuso contra mulheres e crianças
 
Assim como qualquer outra forma de mídia, a fim de progredir ou contar uma boa história, haveria algumas cenas envolvendo o abuso de mulheres e crianças. Já falei a respeito do assunto do estupro na ficção, que muitas vezes pode ser utilizado de uma forma muito estúpida, apenas para chocar, assim como o incesto ou o assassinato, mas há situações em que ele pode ser muito bem utilizado sem ser o tema principal da história.
A narrativa da história quando bem executada pode servir para alertar o espectador para o real problema do estupro, plantando um grande ódio para com o agressor e piedade para com o abusado. Se um assassinato já é algo bastante grave, não há notícias de algo ainda mais grave do que o estupro que já tenha acontecido em um animê, pelo menos não nos últimos tempos.
 
 
                                  
Berserk: Cenas fortes.
 
 
 
 
 
Estereótipo racial
 
A maioria das séries de anime não tem uma descrição clara sobre raça ou etnia que um personagem tem. Eles são geralmente definidos pela cor de seu cabelo, embora personagens de animês tenham diferentes cores que podem variar do azul, branco e muitas mais. Uma descrição fácil, por outro lado, é a cor da pele, ou a menos que a série afirme especificamente a etnia a qual eles podem ter.
Há alguns séries de animês que apresentam representações estereotipadas raciais. Assim como alguns personagens negros ou afro-americanos tendem a ter estereótipos como o amor ao hip hop, rap e outros. Então, novamente, por vezes esses estereótipos são geralmente amigáveis e simpáticos por natureza.
 
 
Há quem diga que no mundo dos animês, se um personagem é norte-americano, ou ele é um vilão
ou ele é um herói trapalhão. Concorda?
 
 
 
 
 
Religião
 
A religião é um dos temas mais sensíveis no mundo de hoje. No animê, geralmente, não é um grande negócio, mas algumas séries tendem a usar a religião como um motivo. Ele não tem que ser o motivo principal, mas certas facções, eventos ou até mesmo personagens tendem a ser filiados a uma determinada religião.
A religião de uma determinada série não tem necessariamente o mesmo nome de religiões reais conhecidas, mas certas semelhanças e as aparências podem nos ajudar a identificar qual a religião real em que a série está se baseando. Normalmente aqueles que estão comprometidos com a religião provavelmente vão sentir-se ofendidos por isso.
 
 
Este é o personagem histórico Amakusa Shiro Tokisada:
Líder da rebelião de Shimabara.
Este é Sogo Amakusa:
Inspirado em Shiro Tokisada, mas é quase
um antepassado nipônico do Inri Cristo.
 
 
 
 
 
 
Plot Armor
 
Este delito, o Plot Armor é mais aplicável para aqueles que são seguidores incondicionais de animê. Então, aqueles espectadores mais imparciais e que possuem um senso crítico mais apurado sobre as particularidades da história e lógica do produto que estão vendo também podem ser ofendidos por isso.
Plot Armor é geralmente um evento onde uma situação parece ser terrível, mas é resolvida graças a conveniência. Geralmente é ofensivo, uma vez que de algum modo compromete parte do enredo de uma forma tola. É tipo aquela situação em que o personagem principal está à beira da morte e de repente é salvo da maneira mais estúpida ou ridícula possível. E este personagem normalmente acaba ganhando uma grande legião de hatters.
Seiya de Pegasus dos Cavaleiros do Zodíaco é o campeão das situações envolvendo Plot Armor, alguns até dizem que o Kurumada protege o personagem como se fosse seu próprio filho, e claro que isso gera sentimentos negativos por parte de fãs da animação sobre o personagem, que diga-se de passagem é muitíssimo melhor no mangá (assunto do próximo item).
Alguns personagens até ganharam apelidos (o do Seiya era "Encosto"), simplesmente porque eles nunca morrem devido ao auxílio de uma armadura salvadora.
 
 
                                   
A primeira das centenas de vezes foi épica!
 
 
 
 
 
 
Animê que altera o seu material fonte
 
Séries de animê, quando são concebidas fora do seu material de origem, como um mangá, um videogame ou um romance, podem deixar alguns fãs ofendidos. Mas isto só se aplica para aqueles que não leem ou têm conhecimento do material de origem. Se determinados conteúdos ou eventos importantes são alterados ou editados então estes fãs provavelmente irão rejeitar a animação.
Os fãs ficam muito bravos com relação a isso, mas talvez em alguns casos, sua raiva seria justificável, especialmente se certas cenas ou partes da história original fossem pesadamente editadas. Há certas série de anime que não seguem o enredo do material de origem, mas desenvolvem o seu próprio roteiro e os personagens.
Um resultado muito positivo deste caso é a primeira animação baseada no mangá original de Fullmetal Alchemist em 2003. Este animê altera drasticamente enredo e personagens, mas o resultado final é muito bom e interessante. A personagem Lust, por exemplo, é um Homúnculo tanto no mangá quanto neste animê, mas na animação ela foi concebida tendo uma vida passada como uma mulher de Ishibal, o que trouxe uma maior carga dramática a personagem. Embora, em na minha opinião particular, ainda prefira o mangá e o animê mais recente Fullmetal Alchemist Brotherhood, que segue seu material de origem fielmente.
Um exemplo negativo desta situação é o próprio animê dos Cavaleiros do Zodíaco que foge bastante do mangá, principalmente em seu início, alterando roteiro e modificando drasticamente os personagens. O Hyoga de Cisne era muito mais complexo e interessante do que sua versão animê, o Ikki de Fênix era bem mais cruel e traumatizado pelo seu passado, e o Shun de Andrômeda não era um pobre coitado como aquele que vemos no animê. E sem mencionar alguns Cavaleiros de Ouro, como Shura de Capricórnio que na versão mangá é um traidor e aliado de Saga de Gêmeos, assim como Máscara da Morte e Afrodite, por ser um adepto da mesma ideologia "justiça definida pelos mais fortes", mas ainda assim capaz de encontrar a sua redenção ao redimir-se de seus crimes como um herói antes da morte.
 
 
Como falei no início sobre censuras e adaptações, Yugioh é muito interessante para se analisar as diferenças entre animê e mangá e, é claro, a versão original do desenho animado e a adaptação feita pela tão odiada 4KIDS.
Mas, se acha que Yugioh foi a primeira vítima da tesoura, no começo dos anos 90 tivemos Kyatto Ninden Teyandee, e no início dos anos 80 tivemos Saber Rider, ambas adaptadas pela Saban, caso não esteja enganado.
 
Kyatto Ninden Teyandee (ou Samurai Pizza Cats).
Apesar da aparência inocente e adorável, e de seguir o
estilo "kodomo", a versão original é repleta de piadinhas
envolvendo sexo e violência.
Divertidíssimo!
 

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