domingo, 2 de novembro de 2014

CENAS DE MORTES INESQUECÍVEIS DOS ANIMÊS

 
2014 foi um ano de muitas perdas.
Foram perdas na literatura, no cinema, no humor, no esporte, na música e até na política.
E sendo hoje 2 de Novembro, o dia de Finados, preparei uma postagem, na forma de mais um TOP, sobre as grandes e inesquecíveis cenas de mortes dos animês.
A morte é algo muito presente nos animês e mangás. E algumas delas chocaram, repercutiram, foram tão comentadas, tão tristes ou até mesmo tão bonitas que ficaram marcadas para sempre na lembrança de todos aqueles que as acompanharam.
Morte dentro de qualquer animê é sempre triste, no entanto muitas vezes os personagens entregam as suas vidas por algo maior, guiados por sentimentos como o amor e a esperança. Lembramos aqui também dos animês onde ocorreram combates brutais e os personagens, jovens em sua maioria, que lutaram por toda a humanidade e nos foram apresentados como indivíduos capazes de se martirizarem e se sacrificarem pela amizade. Sem dúvidas algo capaz de comover o coração.
Vamos agora recordar de algumas das mais marcantes mortes vistas nos animês.



11º Lugar
Wizardmon (Digimon Adventure)

Começando com a cena da morte de Wizardmon, personagem do animê Digimon Adventure, série muito conhecida pelo grande público que acompanhou os bons tempos da explosão das animações japonesas na TV aberta.
Esta foi uma cena que chocou muito ao público, pois a morte do personagem foi realmente inesperada, além da maneira repentina como ela ocorreu. Um momento inesquecível, além de ter sido capaz de arrancar lágrimas de muitas crianças e adultos que acompanharam a série.
Digimon é uma franquia que surpreende, com muitas nuances interessantes em seu roteiro, sendo também a prova de que não é por um animê ser infantil que ele é ruim.
A princípio, Wizardmon fazia parte do grupo de Digimons que serviam ao vilão Myotismon, assim como a sua companheira de batalhas e amiga de longa data Tailmon, e a sua missão era descobrir o paradeiro da Oitava Criança.
Quando da invasão do Japão, Wizardmon encontrou o oitavo Digivice e descobriu que Kari era a tal Oitava Criança que se tornaria um dos Digiescolhidos, mas como o companheiro Digimon da menina seria a sua amiga Tailmon, decidiu protegê-los, e tal atitude acabou custando-lhe a vida. Ele pereceu pelo poder de Myotismon ao proteger Tailmon e Kari do ataque do vilão. Extremamente triste foi a cena com que Tailmon chora perante o corpo despedaçado do seu amigo. A carinha triste da pequena Digimon e sua voz chorosa mexeram com as emoções dos espectadores. Ela estava muito arrependida por ter envolvido Wizardmon nisso, mas seu amigo sorri e diz que não se importa e ainda agradece por ter conhecido Tailmon, aquela pessoa especial que foi capaz de dar um sentido à sua vida. E para completar a cena, Tailmon digivolve pela primeira vez tornando-se Angewomon e derrotando o vampirão Myotismon com os seus novos poderes.
Tailmon era bem fofa na forma de gato, e quando digivolve vira um mulherão. Wizardmon era um personagem bem bacana e fazia um casal diferente, porém legal, com a gatinha. Embora eles nunca tenham dito isso abertamente, muitos fãs viam que o relacionamento deles era bem mais do que uma amizade.
Ah, hormônios.

                                       
                         


 
10º Lugar
Camus de Aquário (Cavaleiros do Zodíaco)

A batalha mais emocionante que aconteceu na saga das 12 Casas do Santuário em Cavaleiros do Zodíaco também foi aquela que terminou com a morte mais triste de todo o animê.
Camus de Aquário dedicou a sua vida ao desenvolvimento do seu discípulo Hyoga de Cisne. Apesar de parecer um homem frio, em todos os sentidos, e impiedoso, Camus era uma alma bondosa.
Quando conheceu Hyoga, o cavaleiro de Aquário já havia alertado ao jovem que, para sobreviver às batalhas, deveria tornar-se tão frio quanto as geleiras eternas da Sibéria.
Camus tinha um comportamento ambíguo para com aquela batalha. Defendia a sua casa zodiacal, mas parecia não dar importância aos eventos que estremeciam o Santuário.
Ele foi muito mais do que um mestre para Hyoga, foi um verdadeiro pai. Na luta final entre os dois na casa de Aquário, Hyoga consegue finalmente despertar o 7º Sentido e o Zero Absoluto, reproduzindo a técnica definitiva de seu mestre, a "Execução Aurora". E, em uma das cenas mais dramáticas de toda a história do animê, após os golpes de ambos colidirem e tudo ficar branco, Camus felicita o seu discípulo por superar a sua última lição e morre após confessar a sua tristeza por ter lutado do lado errado durante tanto tempo, manipulado pelo Grande Patriarca, e por não poder acompanhar o crescimento de Hyoga a partir de agora.
Ele parecia predestinado a morrer naquele lugar, deixou um grande legado e importância para a história, além do mistério sobre suas verdadeiras intenções e objetivos para com o Santuário.

                                     




9º Lugar
Portgas D. Ace e Barba Branca (One Piece)

A saga da guerra em Marineford, em One Piece, foi surpreendente e rendeu acontecimentos e revelações inesperadas. Aqui ficamos sabendo, antes que fosse aplicada a sua execução por seus supostos crimes, que o pirata Portgas D. Ace era irmão de criação de Monkey D. Luffy e seu pai verdadeiro era ninguém menos do que o rei dos piratas Gol D. Roger.
Toneladas de tripulações piratas foram ao resgate do jovem, e toneladas deles morreram tentando faze-lo. Todos eles fizeram isso por amor a ele, voluntariamente. A parte mais triste é que eles conseguiram, e Ace estava tão feliz e juntamente com Luffy e os irmãos de consideração fizeram uma luta incrível para fugirem a salvos daquele lugar. Estavam todos comemorando, e o público que assistia vibrava. E então, de repente, Ace morre protegendo o seu irmão do ataque do Almirante Akainu.
A reação de Luffy foi simplesmente devastadora. Ace tinha acabado de ser salvo e poderia ter ido embora, mas aconteceu tamanha e inesperada fatalidade. E o choque foi tão grande para Luffy que o coitado quase enlouqueceu. 
Ace era o personagem mais sofrido de toda a história de One Piece, odiado e desprezado por todos por ter o sangue de Roger em suas veias, isso até conhecer Luffy, Barba Branca e todos os piratas que o admiravam e não o odiavam por causa da sua origem. Foi na hora da sua morte que Ace finalmente pode perceber o quão bom foi viver. Muito triste, mas também muito bela a morte do jovem que sentia-se tão deslocado do mundo que até mesmo tinha dúvida de que se realmente fora uma coisa boa ter nascido.

                                      

Eichiro Oda, criador do mangá mais vendido da história, era acusado de não gostar de matar os seus personagens, o que era realmente verdade. Mesmo em meio a batalhas tão violentas, ninguém nunca morria em One Piece. As mortes só aconteciam em flashbacks e fora destes a impressão que tínhamos era que a morte não existia de fato no mundo de One Piece.
Mas aí acontece essa saga da guerra em Marineford, e o Oda matou o Ace, um dos personagens mais queridos pelos fãs, e o Barba Branca, um importantíssimo personagem para a história do mangá, que, quando estávamos ainda o conhecendo e gostando de fato dele, acabou tendo uma das mortes mais surpreendentes de todos os animês/mangás.
Conhecido como o pirata mais forte do mundo, Edward Newgate, o Barba Branca, liderou seu grupo pirata e centenas de outras tripulações piratas vindas do Novo Mundo para resgatar Ace, o filho do seu maior rival e ironicamente amigo, Gol D. Roger.
Em meio a guerra, ele é traído e ferido mortalmente, mas continua lutando. Recebe espadadas, machadadas, tem sua cabeça partida ao meio (!) e até leva vários tiros de canhão no peito, mas mesmo assim não cai em nenhum momento.
Só quando é atacado por seu antigo aliado, o Barba Negra, este agora com a sua própria tripulação, que acaba sendo morto, mas ele não cai, terminando por morrer de pé, sem nenhum ferimento em suas costas, já que em momento algum retrocedera em batalha.
O Barba Branca era o mais poderoso de todos os piratas e o mais capacitado para encontrar o lendário tesouro que dá nome a série, mas não estava interessado nisso. Ele só queria ter uma família, que no caso foi a sua tripulação.

                                        



 
8º Lugar
Kamina (Tengen Toppa Gurren Lagann)

Gurren Lagann! Quando o vi pela primeira vez, já o considerei o melhor animê mecha que já havia assistido.
Gurren Lagann é excelente. Tem uma história maravilhosa, personagens sensacionais e uma animação fodônica! E o que poderia ser mais ousado do que o atrevimento do autor ao matar Kamina, um dos mais legais personagens de animês de todos os tempos, já no oitavo episódio da animação?
A morte de Kamina certamente era esperada, mas a maneira como ele morreu foi muito merecida para um homem da sua estatura. Foi uma cena totalmente ÉPICA.
Tendo tomado um golpe fatal do inimigo e ainda sob ataque, teve forças suficientes para lançar um ataque final contra seus adversários, enquanto sussurrava palavras de adeus para os seus amigos.
Ao ver isso senti minhas lágrimas VIRÍS, algo que não tinha feito desde que vi Hokuto no Ken pela primeira vez. Kamina foi um grande homem e que ensinou que o mais importante é que você tenha fé na sua capacidade. Acreditar em si mesmo foi o último conselho que ele deu a Simon. E esse aconselhamento vai fazer Simon avançar e tornar-se um grande homem como Kamina.
Um personagem que prova que as pessoas morrem apenas quando são esquecidas. Embora ele tenha morrido, viverá para sempre dentro dos nossos corações.
Kamina, um dos maiores homens dos animês!

                                     



 
7º Lugar
Rosette e Chrno (Chrno Crusade)

Um animê que será para sempre lembrado, marcante em todos os sentidos, esse foi Chrono Crusade. Rosette Christopher, a heroína desta história, uma freira muito animada e enérgica, uma exorcista e membro da Ordem de Madalena. Embora seu trabalho seja lidar com o sombrio, lutando contra demônios, Rosette é uma presença contínua de luminosidade, graças a sua personalidade espirituosa. 
Estranhamente, Rosette está vinculada ao demônio Chrno que tem o dever de ajuda-la em suas missões. Devido à ligação entre Rosette e Chrno, o animê nos conduz ao triste e inevitável fim que a eles está reservado. Afinal Chrno só pode usar seu poder sacrificando os anos da vida de Rosette.
O que corta o coração de qualquer um que acompanhou a saga em busca de redenção da freira e do demônio, outrora inimigos e agora amigos inseparáveis, é a sensação do medo e da perda inevitáveis que os acompanha. 
Em um momento de muita tristeza, a jovem Rosette expressa que ela não está realmente pronta para morrer. É realmente tocante a fragilidade de ambos os personagens e os sentimentos que tinham um pelo outro. Uma das finalizações de animê mais bem feitas, emocionantes e bonitas que já foram escritas. E o pior é que você sabe que vai acontecer, você aceita que vai acontecer, você entende que vai acontecer. 
Morte aceita, morte anunciada, morte triste. Esta é provavelmente a melhor finalização que criaram para personagens de animê até hoje. Muita comoção e reflexão sobre a condição humana e o sentido da vida.

                                     



 
6º Lugar
Piccolo e Kami-Sama (Dragon Ball Z)

Piccolo Daimao é o personagem com o conceito mais legal de todo animê/mangá Dragon Ball.
Assim como grande parte dos personagens da série, é um alienígena. Sua raça, Namekuseijin, é composta por seres inteiramente puros e castos, sendo assexuados, nascem sem qualquer tipo de contato carnal. Possuem grandiosos poderes, sendo os criadores das famosas Esferas do Dragão.
Piccolo é um ser demoníaco e ao mesmo tempo celestial, já que ele é a face má, uma verdadeira antítese de "Deus", e a sua origem parece ter alguma relação com a Trindade. No fim, ele assumiu ser apenas uma manifestação de uma força celeste, afinal ele veio do céu, do espaço sideral.
Quando Kami-Sama livrou-se da sua parte maligna, uma pequena gota de maldade de seu coração, para poder tornar-se o guardião da Terra, aquela essência do mal tornou-se Piccolo, cheio de ódio para com toda a humanidade, e assim ele cometeu uma série de crimes hediondos contra a raça humana.
Ao final da sua primeira vida, Piccolo deixou um ovo do qual nasceu o seu filho, aquele que nós melhor conhecemos e que herdou de seu pai, além de grandiosos poderes, o seu espírito. E mais a frente na história, após retornar ao céu, na Plataforma Celeste, voltou a ser um só com "Deus", isto é, Kami-Sama.
Mas o momento da sua vida que quero destacar aqui é a forma inesperada com a qual encontrou a sua morte na saga dos Saiyajins. Piccolo Daimao, a reencarnação do mal, entregou a sua vida para proteger uma criança, o filho do seu maior inimigo.
O Namekuseijin nos mostrou que a paternidade vai muito mais além do que simplesmente colocar um filho no mundo. Apesar de todas as surras que diariamente aplicava no coitado do Gohan, realmente se importava com o garoto, a única pessoa que se afeiçoou a ele e o considerou um amigo de verdade. Aqui também descobrimos que a solidão talvez fosse o maior martírio de Piccolo e aquela criança preenchera um grande vazio no seu peito. Gohan era uma criança pura, no sentido mais profundo da palavra, sem quaisquer tipos de preconceitos para com o diferente.
Nem mesmo Kami-Sama esperava que um dia ambos teriam uma morte assim, ele próprio proferiu que o Rei do Mal morrer para salvar uma criança era algo inadmissível. E o guardião da Terra também morreu (por manterem ligações espirituais) admitindo estar muito orgulhoso do que Piccolo havia se tornado, seu poder e personalidade.
 
                                      



 
5º Lugar
Nephrite (Sailor Moon)

Sailor Moon é muito bem lembrado por sua grande carga romântica e a comédia escrachada que todos nós amamos, típica dos animês. Mas essa obra também tinha muitos momentos dramáticos memoráveis. E para este especial eu tinha certeza que colocaria algo de Sailor Moon. Poderia ser a morte das Sailor Senshis na primeira fase da animação ou na batalha contra a vilã toda-poderosa Galáxia. Mas em ambos os casos, não demorou muito para vermos as personagens revividas novamente, por isso acredito que nenhuma morte teve tanto impacto em Sailor Moon quanto a morte do outrora vilão a serviço do Negaverso, Nephrite, que aliás é um personagem bem mais legal e interessante no animê do que no mangá.
Ele não é o primeiro caso de um vilão que morre ao tentar redimir-se, mas é provavelmente o mais memorável. O episódio em que seu óbito inevitavelmente ocorre narra uma verdadeira cruzada de Nephrite e Molly (Naru, no original) para ficarem a salvo dos inimigos que ameaçavam as suas vidas. Aqui os personagens principais são meros coadjuvantes e Molly é a única pessoa normal neste enredo. Ela não tem poderes e real compreensão do que está acontecendo. E durante o tempo em que estiveram juntos, mesmo Nephrite parecia sentir-se bem ao lado da menina e começava vê-la como uma companhia agradável. Ele riu pela primeira vez por causa dela.
Mas, aquele momento de paz é interrompido quando  Nephrite é atacado violentamente por um trio de Youmas, recrutado pelo próprio Zoisite, que usara Molly como uma isca para finalmente dar um fim ao seu maior rival.
Numa cena muito tensa e triste, Molly tenta em vão salvar o seu amado, mas tudo o que ela pode fazer é assistir a vida de Nephrite chegar a uma triste conclusão. E embora não tenha deixado claro se também amava a jovem da mesma forma, Nephrite valorizava a vida dela o suficiente para arriscar a sua própria. As emoções eram completamente estranhas para ele, e a dicotomia de como tentava racionalizar a insignificância de Molly em relação a si mesmo o perturbava e o fazia desenvolver sentimentos confusos.
Nephrite foi um personagem fantástico e inesquecível e o episódio da sua morte para sempre será lembrado por todos os fãs da animação.
Sailor Moon foi capaz de fazer a todos simpatizarem com um vilão em plena década de 90, quando estávamos acostumados com os vilões ocidentais que morriam sem mudar de lado. 
Com este fim monumental, restou aos fãs apenas deixarem as lágrimas rolarem, enquanto subiam os créditos finais do episódio.
 
                                    



 
4º Lugar
Maes Hughes (Full Metal Alchemist)

Maes Hughes foi o grande nome de Full Metal Alchemist e também aquele lembrado por seu fim incrivelmente precoce e triste. Ele era o melhor amigo do tenente-coronel Roy Mustang e seu maior incentivador em sua busca para chegar ao topo do governo. No entanto, Hughes é rápido para farejar os detalhes e os culpados da grande conspiração envolvendo laboratórios e experimentos secretos que ameaçavam a existência da própria nação. Em sua busca por justiça, acabou atraindo a atenção de um novo inimigo e as forças corruptas do governo.
Hughes era também acima de tudo um homem de muita coragem e ele tenta avisar a todo o custo a Mustang, mas acaba caindo nas garras do homúnculo Envy, ao tentar fazer contato com o tenente-coronel pela cabine telefônica do lado de fora do prédio onde se encontrava... Bem, é melhor você assistir ao vídeo postado logo abaixo...
Hughes era o personagem mais cabra-macho e engraçado de Full Metal Alchemist, dotado de um grandioso carisma. Sua morte foi dramática, violenta e muito triste e, quando lembramos que além de tudo ele era um pai de família que amava intensamente a sua mulher e filha, a sua morte torna-se ainda mais revoltante.
Mas foi esse acontecimento que engrenou o que vinha a seguir na série. E desvendar o que Hughes havia investigado e descoberto, além de vingar a sua morte, tornaram-se as maiores obsessões de Roy Mustang. 
Ele era o amigo que Roy queria ter ao seu lado quando finalmente chegasse ao topo da nação. Por isso, é fácil ver o buraco que Hughes deixou no coração dele e nos corações de Riza, Ross e todos os outros que o conheceram.

                                     

 
 
 
3º Lugar
Spike Spiegel (Cowboy Bebop)

Spike Spiegel foi um cara muito foda! O maior herói fora-da-lei de todos os tempos vivia a deriva no espaço sideral em sua nave Cowboy Bebop junto com três tripulantes e um cachorro super-gênio. Eles estavam sempre a procura de criminosos foragidos a fim de receberem uma boa recompensa pela sua captura. 
Mas antes disso Spike trabalhava para a Máfia. E essa tal máfia o traiu e mandou a sua própria mulher para assassiná-lo!
Mas não vamos nos concentrar em narrar a história de Cowboy Bebop, vamos sim falar de uma das mortes mais perfeitas de todos os tempos.
Essa morte é tão espetacular que ainda hoje me surpreende quando a revejo.
Se tem uma coisa que os japoneses gostam muito é de matar heróis. E Spike foi uma dessas vitimas.
Cowboy Bebop é um animê relativamente antigo, tendo sido lançando em 1998. A maioria daqueles que se lembram dessa cena foi porque a assistiram na época. E isso porque hoje em dia está sendo muito difícil as pessoas se interessarem por algumas dessas animações mais antigas.
Esta morte foi triste sim, muito triste. Spike entrou em um prédio repleto de capangas da máfia que ele enfrentava, conseguindo chegar até o seu maior rival, a quem enfrentou e matou. No final ele vence, mas acaba perdendo... para a morte. Simplesmente triste, principalmente depois de escutarmos suas últimas palavras: BANG!
Triste e épico. Aqui há uma certa dualidade. Você quer chorar por ele, mas ao mesmo tempo o admira.

                                      


2º Lugar 
                            
Temos um empate no segundo lugar deste TOP porque ambas as histórias aqui presentes apresentam temas em comum: O remorso, o peso da culpa, a redenção e a cruz que cada um de nós carregamos.


 
Nicholas D. Wolfwood (Trigun)
 
Nicholas D. Wolfwood foi o meu personagem favorito em Trigun. Ele é um padre de arma em punho, e a cruz a qual transporta está "cheia de misericórdia" e armas. Eu me identificava com ele e acredito que a maioria das pessoas se conectam com sua humanidade - ele é frágil, violento, e tem uma boca suja. Mas apesar de tudo isso, ele sempre tenta fazer o que é certo.
Wolfwood quis, durante sua participação na história do animê, mostrar o quanto estamos longe daquilo que seria deus. A humanidade é capaz de coisas terríveis e muitas vezes somos levados a nos tornarmos como um próprio diabo. Mesmo as pessoas "normais" podem ser levadas a cometer crimes horrendos. A história está cheia de exemplos assim, como exemplo o apoio generalizado a Adolf Hitler de uma população alemã rancorosa e empobrecida que permitiu a sua subida ao poder, graças ao uso da retórica e do ódio. 
Wolfwood frequentemente mostrava sua frustração com a incapacidade de viver o estilo de vida de Vash, que poupava a vida de todos os seres sendo estes bons ou maus, e demonstrava a culpa que sentia ao tirar a vida dos outros, mesmo ao fazê-lo para bons propósitos.
Em sua conclusão, Wolfwood sentia-se cada vez mais distante do Deus que acreditava por causa dos seus muitos pecados, até que, em última instância, tomou a decisão da não-violência e do sacrifício, seguindo o mesmo caminho do seu grande amigo Vash. 
Inclinando-se em uma capela e carregando a sua cruz, ele está em paz. Finalmente havia derrotado o seu mentor e, apesar de ter decidido poupar a vida dele, este acabou sendo morto de qualquer maneira.
Então eu acredito que a paz que Wolfwood sentia no momento foi  porque ele sofreu uma transformação. Ele aceitou o seu caminho que não é o caminho certo. Resolveu imitar Vash, e ao fazê-lo, agiu como um Cristo.
Sua boca propositalmente não pediu perdão, mas sua ações demonstram finalmente a sua própria aceitação. Ele também quis passar a mensagem que um pecador não é simplesmente alguém que comete erros, mas sim aquele que não está disposto a dar a sua vida para remediá-los.

                                      



Tomoe Yukishiro(Ruroni Kenshin)
 
Os OVAS Ruroni Kenshin: Tsuiokuhen são uma obra sublime. Todo período conturbado da Guerra Civil Japonesa, que terminou com a queda do Xogunato, retratado maravilhosamente.
Foi durante esta fase da sua vida que o caráter do nosso amado Hitokiri Battousai, o Kenshin Himura, foi verdadeiramente moldado.
A serviço do Clã Choshu, Kenshin  assassina Jubei Shigekura e seus guarda-costas, sendo que um deles é Kyosato, um jovem que mesmo em tempos de conflitos está feliz e logo irá se casar com sua amada Tomoe. Ele foi morto por Kenshin, mas antes consegue atingir o samurai no rosto com a espada, marcando-o com sua primeira cicatriz. 
Em meio a inúmeras batalhas, Kenshin conhece a belíssima Tomoe Yukishiro.
“Você realmente fez chover sangue!”, essas palavras fazem com que Kenshin largue sua espada, simbolizando que até mesmo uma frágil mulher pode desarmar o mais terrível dos assassinos apenas com palavras. E, a partir dali, um tipo de relacionamento começa aos poucos a se desenvolver entre os dois, as circunstâncias foram permitindo que tal fato acontecesse.
Com o ataque do clã Shinsengumi a Kyoto, Kenshin passa a viver com Tomoe, como marido e mulher, para que não suspeitassem de ambos. Em Otsu, o casal leva uma vida calma e tranquila, longe do inferno que foi Kyoto. O samurai começa a acreditar que pode viver essa vida para sempre. Mas Tomoe ainda é tomada pelo desejo de vingança e lembranças do assassinato de seu noivo. Vivendo um dilema, torna-se escrava da dúvida, pois também passou a amar Kenshin e aos poucos vai desistindo dessa vingança.
Kenshin decide sobre o que quer, analisa a sua vida de assassino e se corrige, ele sempre pensou em ajudar os fracos com sua espada. Mas seus inimigos arquitetam um plano, usando o irmão de Tomoe, Enichi, para finalmente mata-lo.
Tomoe, também sabendo do plano, parte em direção à cabana onde estão tramando contra vida do samurai, ela admite não poder fazer mais isso, e que o ama. E o samurai, em busca da amada, com o coração frágil e a mente perturbada, torna-se presa fácil para os ataques dos assassinos contratados para dar cabo dele.
Desorientado, andando pelo caminho da morte que o espera, é assombrando por visões de seus crimes, Kenshin está visivelmente abalado e sem forças pra lutar e encara um assassino obstinado a completar a sua missão. O samurai então decide dar seu “último golpe”, com os pensamentos todos voltados à Tomoe e, cheio de arrependimento de seus crimes, ele se joga em direção à morte, já que nada mais lhe restava. Ao fazer isso, a mulher se coloca na frente para impedir o ataque do inimigo e, sem enxergá-la, Kenshin desfere o golpe mortal sobre ela e o inimigo!
O espadachim mal consegue acreditar no que fez. Tomoe em seus braços, coberta de sangue, antes de morrer, pede perdão e faz um pequeno corte no rosto de Kenshin com a faca que sempre carregava, fazendo a cicatriz em forma de cruz, o que nos abre um leque para várias interpretações.
Kenshin ainda não está pronto, mas acredita que cedo ou tarde irá largar a espada e nunca mais irá tirar uma vida. Agora, seu caminho ficou marcado por fantasmas do passado que sempre irão persegui-lo, no entanto, ele sabe que deve seguir em frente.
Muito triste, mas belo e artístico. A morte de Tomoe foi o mais importante acontecimento na vida de Kenshin e foi aquilo que determinou a pessoa na qual ele deveria se tornar agora.
Um clássico, sucesso de crítica, que merece ser visto e revisto. Vida longa às obras feitas com amor!

  

 
 


1º Lugar
Meruem e Komugi (Hunter X Hunter)

Chimera Ants é o melhor arco da história de Hunter X Hunter. Aqui você tem uma boa amostra do grande poder que o mangaká Yoshihiro Togashi tem para criar personagens incrivelmente carismáticos e desenvolvê-los ao longo da história. Como foi o caso do vilão desta fase da história, Meruem, rei da raça das Formigas.
Mas Meruem não evoluiu por conta própria. Na verdade, ele não teria chegado a tal nível de desenvolvimento se não tivesse encontrado uma das personagens mais marcantes e efêmeras introduzidas na série. Estou falando, claro, de Komugi.
Esta menina não tem absolutamente nenhum dos atributos de poderes grandiosos comumente descritos em mangás do gênero. Ela é cega, necessitando de uma bengala para andar e não tem maneiras graciosas, constantemente tem ranho fluindo pelo rosto. Mas ela tem um talento: sua capacidade excepcional em jogar Go Gungi. Obviamente ela está errada, pois não precisa de muito tempo para percebermos que ela tem muito mais do que um talento. Dentre eles, devemos citar a sua força psicológica incrível, aceitando a sua posição social, sem qualquer pensamento deprimente, sem, na verdade, qualquer tipo de auto-piedade.
Meruem começa a conviver com Komugi, com suas eternas partidas de Gungi, nas quais ele, mesmo sendo dotado de grande inteligência e capacidade de aprender rapidamente, nunca foi capaz de derrotar a jovem. E em várias momentos procuramos algum indício de que ele pudesse vacilar em sua desumanidade, mas todos acabaram sendo em vão.
O todo-poderoso Rei Chimera, nascido com habilidades de combate superiores as de qualquer mortal, mas desprovido de qualquer determinação pessoal, é silenciado por seu antagonista completo, uma menina humana cheia de determinação pessoal, mas incapaz de prejudicar alguém, e privada de qualquer status social.
Komugi semeou as sementes da humanidade nele. E o que brotou a partir dessas sementes foi o amor.
Um amor que continuava a crescer através da confrontação mútua em Gungi, onde a conversa casual substituiu as ameaças comuns proferidas pelo Rei. Chega então a um ponto em que Meruem duvida da reciprocidade de seus sentimentos, imaginando que Komugi está abertamente zombando dele. Aqui, ele não a ameaça mais com pura crueldade. Ele a ameaça com sentimentos feridos, em que a confiança mútua e cumplicidade teria sido subitamente abalada.
O final da história que Togashi deu aos dois não poderia ter sido mais perfeito. Meruem estava morrendo, envenenado por seus inimigos e qualquer um que estivesse próximo dele também pereceria, mas ele queria ter uma última partida de Gungi com Komugi. Foi então que ela decidiu que assim seria, pois, depois de tudo o que passaram juntos, chegou a conclusão de que nasceu apenas para viver aquele momento.
E assim termina a história, com todos nós sendo emocionalmente confrontados com a brutalidade e beleza da imagem de Meruem morto ternamente nos braços do Komugi.
Esta cena é um dos motivos que fazem Hunter X Hunter o melhor animê do ano.
 
                                    



 
A mais inesquecível morte de todos os tempos nos animês
Raoh (Hokuto no Ken)
 
A maior premiação, a morte mais perfeita, mais incrível e inesquecível já vista em um animê, não poderia ficar com outro que não fosse Raoh, antagonista principal do clássico imortal Hokuto no Ken.
Assim como Kinnikuman, Hokuto no Ken foi um das obras mais importantes e influentes da história, publicadas na Shonen Jump. E o combate final entre o herói Kenshiro e o seu irmão adotivo Raoh encerra de forma surpreendente a primeira metade da série.
Como eu já comentei em outras postagens, a narrativa messiânica tem uma imensa influência na ficção, especialmente na ficção heróica. E porque não seria assim? A figura messiânica demonstra a forma mais extrema da forte jornada de um herói e a maior manifestação do personagem mais como ideia do que como pessoa. A forma de narrativa heróica, os quadrinhos, os desenhos de ação, e a ficção científica tem sua boa dose de "imitações de Cristo" e outros messias. E em Hokuto no Ken, a inspiração na narrativa Cristã é bem clara. O messianismo é perceptível nos chamados "irmãos de Hokuto" na história, isto é, Kenshiro, Raoh e Toki.
Raoh incorpora o lado mais "sombrio" da narrativa messiânica. Mesmo buscando trazer ordem ao mundo, essa tentativa seria sendo um líder forte, com um discurso único e uma verdade suprema. Toki manifestava o lado empático e caridoso desse tipo de narrativa. Enquanto Kenshiro se dedicava a proteger os fracos, curar os doentes e derrotar os maus, Toki focava quase completamente em reduzir o sofrimento e curar os necessitados.
E ambos morrem para salvar o mundo. Toki permite que Raoh o mate para mostrar a Kenshiro o caminho para derrota-lo. Mas a morte de Raoh é ainda mais "salvadora".
Derrotado pelo irmão e emocionado em ver como Kenshiro cresceu, ergue os punhos em direção aos céus, proclamando ter vivido sem um único remorso, e... absorvendo toda a radiação do ambiente, transforma-se em pedra (!). Não me pergunte como isso é possível, mas podemos considerar a A MAGIA DOS ANOS 80. 
Este ato final ainda é marcado pelas nuvens se abrindo, desaparecendo com a eterna escuridão do mundo pós-apocalíptico no qual a Terra havia se tornado, expondo pela primeira vez em anos a luz direta do Sol.
 
                                    


Bem, aqui terminamos mais uma postagem do nosso blog. Espero que tenham curtido e aprovado as minhas escolhas.
Muitos devem ter estranhado o fato de eu ter escolhido falar da morte de Piccolo e não as duas mortes de Vegeta, o fodônico príncipe dos Saiyajins. E o motivo foi porque considero a morte do namekuseijin mais marcante para o dia de hoje e, além disso, se fosse me concentrar em Dragon Ball, esta postagem seria totalmente dominada pelos personagens criados por Akira Toryiama, que até lembram o herói da canção "Faroeste Caboclo". Os caras sabem morrer.
Também lamento por não ter conseguido falar de outras "mortes icônicas" nos animês que também poderiam ter aparecido, mas afinal nenhum tipo de TOP possui essa capacidade. O mais importante aqui é podermos compartilhar conhecimentos.
Até a próxima.

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