A dica de filme para hoje é um belíssimo clássico de 1971. Já se perguntou o que aconteceria se juntássemos um pistoleiro de "Sete homens e um destino" com um dos guerreiros espadachins de "Os Sete Samurais"? O resultado disso é "Sol vermelho", um notável western resultado de um trabalho multinacional incluindo o astro americano de ação Charles Bronson, o japonês Toshiro Mifune, o francês Alain Delon e a beleza suíça Ursula Andress.
Filmado na Espanha com uma equipe mista, francesa e italiana, e dirigido pelo diretor britânico Terence Young, que alcançara o estrelato após estar por trás das câmeras nos dois primeiros filmes de James Bond, "Dr. No" e "From Russia With Love".
"Sol vermelho" é essencialmente uma história com um clássico grupo de "heróis" enfrentando criminosos no empoeirado velho oeste norte-americano, reunindo o pistoleiro carismático e resistente Link (Bronson) com Kuroda (Mifune), um samurai estóico a serviço do primeiro embaixador do Japão nos Estados Unidos. E, aliás, a parceria forçada entre os dois rende ótimos momentos, esses caras são demais (Se você olhar bem no meu blog perceberá que sou um grande fã desses dois). A dupla têm a tarefa de recuperar um presente do imperador do Japão para o presidente dos EUA, uma exótica espada cerimonial roubada pelo ex-parceiro e braço direito de Link, o francês bom-vivant Gauche (Delon). Link e Kuroda, eventualmente, encontram o caminho para Gauche através de sua amante Cristina (Andress), uma prostituta oportunista conivente só para si mesma. Pelo clímax do filme, os quatro terão que ficar brevemente juntos, a fim de sobreviver a um ataque de uma tribo de guerreiros Comanches. Depois disso... todas as apostas estão como para quem vai matar quem primeiro.
Não sei dizer exatamente se "Sol vermelho" foi um filme de grande sucesso para a época em que fora feito e é muito difícil encontrar um DVD com uma qualidade decente. Mas posso afirmar com absoluta certeza que é um produto muito agradável, especialmente para aqueles que, como eu, já se consideram fãs do gênero. Ele apela também para o sempre interessante embate entre a filosofia e a cultura dos orientais contra os ocidentais na forma de um choque cultural com uma crueza como aquela vista na série de David Carradine, "Kung-Fu", e os fãs de filmes de ação são muito bem servidos com a combinação improvável de espadas de samurai e tiroteios na mesma arena de sangue.
Vale a pena assistir. "Sol vermelho" é um western definitivamente diferente, não é todo dia que você pode ver Charles Bronson (o cara mais macho do ocidente) e Toshiro Mifune (o cara mais macho do oriente) combatendo bandidos com tiros e espadadas, em cenas muito bem filmadas por Young e belissimamente acompanhadas pela música de Maurice Jarre. E também não é todo dia que você vê Alain Delon como um vilão filho da puta e Ursula Andress pelada.
Contempla-se, assim, quase todos os elementos característicos de um faroeste tipicamente norte-americano (os heróis rechaçando um ataque de índios) e de um western spaghetti (o fora-da-lei gente boa em busca do parceiro traíra), com a bem-vinda adição do elemento oriental (o samurai).
Um filme inesquecível.
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