No mundo dos autores de quadrinhos, há alguns poucos que podem ser considerados gênios. Autores que definiram as HQ's em um nível tão alto, que todos aqueles que vieram após eles, olharam para o seu trabalho para buscar inspiração.
Citando alguns nomes, temos Alex Toth, Stan Lee, Steve Ditko, Julius Shwartz, Carl Barks, Robert Crumb, Bob Kane, Bill Finger, Will Eisner, John Buscema, Harvey Kurtzman, John Romita Sr., Wally Wood, Milton Caniff, Doug Wildey, Harold Foster, Frank Miller, Alan Moore, Barry Windsor-Smith, Frank Ferzetta, Jim Steranko, Joe Kubert, Neal Adams e, o mais influente de todos os tempos, Jack Kirby.
Estamos no ano do centenário do lendário Jack Kirby (1917-1994), e ainda temos a chegada de Thor Ragnarok aos cinemas. Tudo isto foi o que me inspirou a preparar esta postagem. Uma vez que os mundos e cenários apresentados neste filme estão fortemente inspirados no trabalho de Jack Kirby. Embora, infelizmente esta deva ser mais uma incursão do deus do trovão no cinema que não me agradará (Mudar a história e certos elementos das histórias em quadrinhos do material de origem para uma adaptação cinematográfica é até perdoável, mas, no caso de Thor, certas mudanças afetam diretamente a essência da própria mitologia nórdica na qual o personagem foi inspirado, e isso sim é um atentado imperdoável!).
Considerado "O Rei", Jack Kirby levou as histórias heroicas para um nível totalmente novo. Ele estabeleceu um estilo que se tornou absolutamente onipresente. Com sua incomparável criatividade, imaginação e dinamismo, Kirby nos levou para lugares que nunca pensamos serem possíveis, que nunca pensamos que pudessem existir.
New Gods (A morte dos antigos deuses): A imaginação de Jack Kirby era capaz de nos levar aos lugares mais incríveis. |
A arte de Kirby era mais baseada em originalidade, enquanto a arte de muitos outros considerados também gênios era mais baseada no refinamento. Por isso compará-lo com outros grandes criadores de seu tempo não seria uma das tarefas mais fáceis. Falar sobre o estilo de Kirby não é apenas falar sobre a sua arte, mas também sobre o quanto ela influenciou e tornou-se única, tornando estes super-heróis fantasiados realmente "Supers!"
Com isso dito, escrevo sobre seu trabalho dividindo-o analiticamente em sete categorias específicas: Contagem de histórias, Versatilidade, Dinamismo, Simplicidade, Imaginação, Produção e Influência.
Contagem de histórias
Esta é a categoria que separa um artista e um artista de quadrinhos. Para ser um grande artista de quadrinhos, você deve adaptar o roteiro do escritor e interpretá-lo através de arte e painéis (conhecida como arte sequencial). Quando se trata de contar uma história com arte, Jack Kirby é simplesmente o melhor dos melhores. Ele teve um olhar muito parecido com o de um diretor de cinema, mostrando exatamente o que é necessário no painel de quadrinhos para estimular o olhar e o subconsciente do leitor. Kirby foi extremamente influente em sua capacidade de contar uma história.
Quarteto Fantástico #51 (1966) |
O Incrível Hulk #1 (1962) |
Versatilidade
Kirby foi completamente versátil, e não há muito que ele não tenha sido capaz de desenhar. Teve tal talento que, na maioria das vezes, ele criou suas próprias interpretações de um assunto em particular. Foi um artista mais visceral que trazia impressões das coisas por conta própria. Acredite ou não, Kirby foi muito imaginativo, muito criativo e muito dinâmico!
Entretanto, em essência, sua versatilidade carecia de um detalhismo devido ao seu estilo, especialmente quando comparado a Alex Toth. Quando um desenho exigia algo mais concreto, Toth foi melhor devido ao seu estilo. A habilidade de Kirby era muito mais adequada para um livro de quadrinhos.
Entretanto, em essência, sua versatilidade carecia de um detalhismo devido ao seu estilo, especialmente quando comparado a Alex Toth. Quando um desenho exigia algo mais concreto, Toth foi melhor devido ao seu estilo. A habilidade de Kirby era muito mais adequada para um livro de quadrinhos.
Dinamismo
O dinamismo é bem marcado pelo exagero na arte de quadrinhos, e Kirby conseguiu aprimorar essa habilidade mais do que qualquer artista antes ou depois. Embora essa habilidade possa ter impedido o seu destaque na categoria acima (Versatilidade), é aqui que ele mais se destaca. Todos os painéis que Kirby desenhava (mesmo que os personagens estivessem de pé ou sentados) gritavam com eletricidade e movimento. Era quase como se a própria página não pudesse conter a arte devido ao poder desenfreado que ela irradiava. Foi com essa habilidade que Kirby fez seus heróis e batalhas de quadrinhos.
Simplicidade
Influência
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