quinta-feira, 29 de maio de 2014

ATORES DE SERIADOS CLÁSSICOS QUE MERECIAM UMA ESTATUETA

 
Como bem sabem, meus caros, existem muitos atores que são conhecidos mundialmente pelo seu talento e pela grande qualidade dos seus trabalhos.
Meus atores favoritos, todos ganhadores do Oscar, são Paul Scofield, Al Pacino, Marlon Brando e John Wayne. Mas hoje falaremos sobre outros atores que, apesar da grande fama e reconhecimento, não receberam uma premiação tão grandiosa.
Muitos dos presentes nesta listagem já encontram-se falecidos, mas permanecem vivos no nosso imaginário como grandes "heróis" dos seriados que nós e nossos pais curtíamos décadas atrás.
Vamos lá.
 
 
Guy Williams

Vocês sabem quem foi Guy Williams? Foi ele quem já nos anos de 1960 interpretou um dos personagens mais importantes do universo nerd em um seriado de ficção científica que será eternamente lembrado por todos nós, mesmo que não o tenhamos assistido durante a época em que fora produzido. E não foi apenas isso, na década anterior ele ainda vivou um dos heróis mais famosos e incríveis do cinema e da TV.
O ator argentino foi Zorro, na série homônima do fim dos anos de 1950, um dos meus programas favoritos nas eternas reprises do SBT durante os anos 80. Impossível pensar em Zorro, uma das grandes inspirações do Batman, sem lembrar de Guy Williams. Poxa, aquele filme que fizeram com o Antonio Banderas foi um bomba. Até o Gato de Botas conseguiu ser um Zorro bem melhor que aquele.
O outro personagem mais conhecido ao qual primeiro me referi foi o Professor John Robinson em "Perdidos no Espaço". E, como devem perceber, eu falei da importância deste seriado, mas na minha lista não estão presentes os grandes ícones da ficção científica William Shatner e Leonard Nimoy, o capitão Kirk e o Sr. Spock respectivamente do lendário seriado "Jornada nas Estrelas", porque os dois já receberam e recebem até hoje a veneração de todos nós, além de serem atores que foram realmente premiados. Todos reconhecem a grandiosidade deles.
Guy Williams também fez participações especiais em outros seriados bem maneiros como "Bonanza", mas brilhou muito mais como Zorro do que como o cientista e chefe da família Robinson, porque em "Perdidos no Espaço" havia um outro ator que foi definitivamente o ladrão da cena. E ele também está nesta lista.
 
 
Don Adams
 
Ganhou muitas premiações e foi reconhecido por sua atuação em séries de comédia, mas Don Adams ainda é pouco lembrado por estas nossas bandas e, para mim, ele merecia um Oscar. Parece que a academia não dá muita bola para os comediantes.
Ele vivera o atrapalhado agente Maxwell Smart do divertidíssimo seriado de humor "Agente 86" na década de 1960. E eu tenho quase certeza de que o agente Smart foi uma das inspirações do grande Roberto Gomes Bolaños, o Chespirito (quem ilustra o título desta postagem), na criação do Chapolin Colorado. O estilo de humor de ambos os personagens são bem similares.
O cara foi uma celebridade e tanto. Deu as caras no desenho do Scooby Doo (naquela fase onde sempre pintavam celebridades) e também foi inspiração para outros personagens semelhantes ao seu mais famoso como o inspetor Bugiganga (É, anos 80).
 
 
Bárbara Feldon
Bárbara Feldon, a belíssima Agente 99, também da série "Agente 86", não era só um rostinho bonito. Era formada pela Carnegie Mellon Universirty e tinha bacharelado em artes cênicas.
Quem disse que mulheres não são engraçadas? Bárbara Feldon era imbatível ao lado de Don Adams. Também recebera diversas premiações pelos seus trabalhos, mas assim como no caso de seu colega, acredito que também merecia a premiação mais elevada da categoria. Embora eu não compreenda muito bem os critérios utilizados.
Titanic ganhar Oscar? No fim das contas esse prêmio não vale exatamente aquilo que ele deveria representar.
 
 
César Romero
 
"Vilão especialmente convidado..."
Muitos devem se lembrar de César Romero apenas oferecendo charutos havanos de qualidade duvidosa aos seus capangas que estão cansados "bagaraio" ou cobiçando a tia do Batman no seriado do herói nos loucos anos de 1960.
Mas além de ter sido o "palhaço, o coringa, o jóquer, o palhaço", ele também trabalhou com figuras como John Ford, Erns Lubistch, Rubens Donaldson, Otto Preminger e Howard Haws. É legal também rever os seriados clássicos e vê-lo fazendo participações especiais sempre com uma divertida atuação. Podemos registrar sua presença em Zorro e em Daniel Boonie por exemplo.
 
 
César Romero conheceu também a nossa Carmem Miranda, tornando-se amigo dela e ainda se apaixonou pelo Brasil e por nosso Carnaval. 


Henry Calvin
 
Quem não se divertia com Henry Calvin na pele do atrapalhado Sargento Demétrius Lopez Garcia no seriado "Zorro". Sem dúvidas o trabalho que deu mais notoriedade ao ator que estreou como cantor de ópera. Isso explica porque às vezes era possível vê-lo soltando a voz de forma impressionante no seriado do herói mascarado.
Curiosamente, nos livros de Johnston McCulley (criador do Zorro) não existe nenhum Sargento Garcia, mas sim um implacável Sargento Gonzalez que, embora também um militar gordo similar, era obcecado por capturar Zorro.
Garcia teria sido inspirado neste Gonzalez, que a Disney preferiu tornar engraçado e divertido. Isto tornou Garcia um "inimigo" e ao mesmo tempo um aliado de Zorro durante alguns episódios onde ele demonstra também lutar contra a opressão e a tirania. Era também um trambiqueiro e um pinguço, sempre dando um jeito de encher a cara nas tabernas nas costas de alguém.
Com o encerramento da série "Zorro", começou a trabalhar em programas de humor como Dick Van Dyke Show, onde fez uma participação personificando a dupla "O Gordo e o Magro", sendo ele logicamente o Gordo. O sucesso foi tanto que até fora convidado para repetir a performance.
 
 
Outro detalhe legal é que Henry Calvin conheceu pessoalmente o seu dublador brasileiro, a lenda viva Orlandro Drummond. "Eu sou tão grande e falo tão fino e você é tão pequeno e fala tão grosso", foi o que ele disse para o eterno marinheiro Popeye.


Ramón Valdez Castillo
 
Talvez o nome e a fotografia causem estranheza a alguns, mas trata-se do inigualável Dom Ramón, o seu Madruga do seriado "Chaves".
Aliás o nome seu Madruga foi ideia da nossa equipe de dublagem da Maga, pois dava um bom sincronismo na articulação das falas dos personagens e devido as feições boêmicas do personagem, que tinha cara de quem passou a noite inteira em claro.
Vindo de uma família de grandes atores, deixou um legado de mais de 50 filmes. É impressionante para os mexicanos o carinho e a admiração que nós brasileiros temos para com o personagem seu Madruga. Mas ele era para mim a cara do Brasil e da América Latina. Trabalhador, embora todos o chamassem de preguiçoso, oprimido e sabia usar da sua esperteza para lutar contra a pobreza, embora os seus métodos não fossem lá muito honestos. Sem falar que foi o maior filósofo de boteco que a televisão já teve.
Às vezes nem parece que ele infelizmente já nos deixou. De fato, enquanto uma criança ou um adulto ainda poderem rir de suas eternas performances na TV, Ramón Valdez permanecerá vivo.
Fica então para recordação dos fãs uma declaração dada por Chespirito sobre o que sentia pelo seu amigo:
"Uma espécie de inveja boa, de suas faculdades de expressão. Ramón podia fazer um gesto tosco e a pessoa começava a tremer, eu pensava: "Que não me encontre com um desses à noite na rua". E logo imediatamente, um sorriso, e a pessoa o adorava porque era de uma simpatia genial. Um pouco descuidado, talvez não chegou a brilhar mais, não por falta de talentos, senão porque… não tinha muito interesse nisso".
 
 
Jonathan Harris
 
Quando falei anteriormente sobre o grande ator que roubava todas as cenas no seriado "Perdidos no Espaço", falava de Jonathan Harris.
Ele ficou mundialmente famoso neste seriado de ficção científica como um dos maiores "vilões" de todos os tempos da televisão. Dono de um sotaque britânico e uma interpretação shakesperiana, elevou o Dr. Zachary Smith ao posto de celebridade nos anos de 1960.
Inesquecíveis os seus insultos ao robô B-9, a quem ele chamava de lata de sardinha, e o seu bordão "Não tema, com Smith não há problema".
Sua participação no seriado consistia em uma série de planos, golpes e trambiques na tentativa de retornar ao planeta Terra depois da desastrosa missão que o condenou junto da família Robinson a ficar perdido no espaço.
Aliás, a ideia do seriado era que os membros da família Robinson fossem os protagonistas, mas com Smith e o Robô roubando todas as atenções, isso acabou perdendo o sentido.
Jonathan Harris também apareceu em outras séries antigas como "Zorro", "A Feiticeira", "Terra de Gigantes" e "Agente 86".

Jonathan Harris no programa da Hebe Camargo em 1969

Poucos sabem, mas Jonathan Harris esteve no Brasil e ainda conheceu pessoalmente o seu dublador Borges de Barros, o mendigo milionário de "A Praça é Nossa".
 
Jonathan Harris com o seu dublador Borges de Barros
 
Jonathan morreu em 2002, deixando uma legião de fãs em todo o mundo. 
 
 
Junichi Haruta

Esse cara é fera!
Junichi Haruta é um grande conhecido nosso, Tokufãs! Um consagrado ator, dublê e coreógrafo japonês, tendo participado de vários seriados do gênero Tokusatsu nos anos 80, 90 e 2000.
Começou sua carreira com apenas 16 anos e foi dublê do primeiro Kamen Rider em 1971.
Foi em 1982 que viveu Kanpei Kuroda, o Goggle Black, em "Goggle V", que aliás tinha neste ator e em Megumi Ogawa (a gatíssima Google Pink) os únicos bons motivos para ser assistido, pois a série infelizmente não passava de um Changeman de quinta categoria.
No Brasil ele ganhou sua fama e prestígio como o vilão Macgaren no seriado "Jaspion". E o ator Hiraku Kurosaki, o herói desta série, confirmou em entrevista para os fãs brasileiros as histórias que ouvíamos sobre o fato de Haruta dispensar dublês e sempre executar todas as cenas de seus personagens, mesmo quando estavam mascarados! O cara era o Jackie Chan japonês!
Haruta ainda é muito conhecido pelo povo brazuca por ter sido o ninja-robô Stormin, um de meus favoritos da série "Jiraya, o incrível ninja".
 
 
Recentemente pudemos vê-lo reprisando o seu papel de Goggle Black em "Kaizoku Sentai Gokaiger", que é um prato cheio de nostalgia e divertimento para os fãs dos mais antigos. 
 
 
Nichelle Nichols
 
Não apenas fora uma grande atriz, importantíssima também para a cultura nerd, como também deixou a sua marca em nossa sociedade, em grande transformação na década de 1960.
Antes de sua carreira como atriz, Nichelle Nichols foi uma cantora e ainda cantou junto de Duke Ellington e Lionel Hampton.
Tornou-se famosa e muito conhecida por todos nós como a tenente Uhura na telessérie original de "Jornada nas Estrelas" e nos longas-metragens produzidos para o cinema relacionados a série.
A atriz cita frequentemente em entrevistas que nunca sentiu-se discriminada no set, mas que fora dele a situação era diferente. Ela entrava por uma porta "especial", pois era sempre barrada pelos guardas, que inventavam desculpas, e era desvalorizada por alguns integrantes da equipe técnica, como o fotógrafo, que nunca tirava imagens decentes suas para a divulgação. Mas ela nunca se queixou a ninguém, nem ao criador da série, Nichelle simplesmente fez o seu melhor e venceu.
A belíssima atriz, que enfrentou muitos obstáculos e quebrou todos os paradigmas, participou do primeiro beijo "inter-racial" na TV norte-americana, com o ator canadense William Shatner, o capitão Kirk (Olha ele aparecendo de novo na postagem!).
Devo deixar clara a admiração que tenho por esta mulher, o quanto que ela mostrou que o trabalho e o estudo realmente valem a pena. Saber que ela serviu de inspiração para tantos é algo que enche o coração de alegria.
 
                         

O vídeo acima e um pequeno documentário sobre o famoso "Historic kiss". Totalmente em inglês, pequeno gafanhoto, mas qualquer um pode compreender facilmente o que eles estão dizendo.
 
Com seu lugar de destaque na cultura e na história dos direitos civis, Nichelle foi convidada pela NASA para ajudar em campanhas de recrutamento para a primeira astronauta mulher da agência espacial. A ação não apenas selecionou Sally Ride, a primeira mulher astronauta, e Mae Jemison, a primeira negra a viajar para o espaço, mas também os primeiros astronautas membros de minorias: Guion Bluford, Judith Resnik e Ronald McNair.
Nos dias de hoje existem poucas pessoas para quem eu possa falar "Eu admiro você", mas Nichelle Nichols é certamente uma delas.
 
 
Bill Bixby
 
Um dos maiores heróis que os seriados dos anos de 1980 já tiveram. "O Incrível Hulk" foi um dos mais divertidos programas que nós assitíamos na nossa infância e acredito que tenha influenciado não apenas outros seriados para TV, mas também as próprias histórias em quadrinhos.
Com a série "Arrow" (O Arqueiro Verde, embora ele nunca tenha usado esse nome) fazendo um grande sucesso na atualidade, podemos perceber o que ainda pode ser feito com uma boa vontade e roteiristas competentes. E que nostalgia isso trás.
Ah, perdoem-me Eric Bana, Edward Norton e Mark Ruffalo, mas não existirá nenhum Bruce Banner de verdade depois de Bill Bixby.
O legado deste ator é impressionante e tenho certeza de que ele também tinha o seu lado nerd, já que, antes de Hulk, já aparecia em outras séries de ficção, como quando caçava marcianos em Meu "Marciano Favorito". Sem falar que além de atuar, ele também produzia e dirigia.
O Bruce Banner de Bill Bixby para mim foi aquele que melhor incorporou o espírito do personagem dos quadrinhos. E quem não se lembra da sua solidão e reflexão, caminhando ao som de "Lonely man" ao final de cada episódio. Essa cena faz muito marmanjo suar pelos olhos nos dia de hoje.
 
                         

Esta série nunca deixará de ser lembrada e homenageada com as referências que vemos até hoje em tantos outros seriados, desenhos ou mesmo filmes.
Valeu, Bill Bixby. Você foi um dos responsáveis por tornar a nossa infância muito melhor do que ela poderia ter sido.
 
Enfim, estes foram alguns dos grandes astros dignos de todas as nossas homenagens e reconhecimento. E, pra finalizar, um incrível vídeo musical feito por um grande fã. Compartilho este sentimento do vídeo para com todos os atores, aqueles que permanecem conosco ou aqueles que já nos deixaram, presentes nesta listagem, vocês merecem.
 
             
         
              Saudades eternas.

sábado, 10 de maio de 2014

SÉRIES PARA VER COM OS FILHOS: LITTLEST PET SHOP


De volta, meus camaradas. Como estão?
Aqui vamos nós com a estreia de mais uma nova atração do Doutor Nerd: "Séries que eu quero assistir com os meus filhos". Nestas postagens faremos uma análise sobre as atrações da atualidade com um apelo ao público infantil e a segurança que proporcionam aos pais de que suas crias estão recebendo um produto legal pelas TVs de nossas casas.
Não. Eu não tenho filhos, não sou casado e, aliás, nem tenho namorada. Mas quem não tem o sonho de constituir família algum dia? Tá, um bocado não quer nem saber de filhos hoje em dia, porém ainda tem um montão de pessoas mais tradicionais, porém solitárias, que devem pensar feito eu.
Não vou enganar ninguém. Eu já me divirto com as atrações destinadas ao público infantil. Eu não saio da TV Cultura e às vezes dou uma espiada na Discovery Kids.
Qual é? Será que isso é crime? Já falei em outra postagem que não é só de socos, tiros e ficção científica que um nerdão vive. Ter outros interesses não vai te fazer menos nerd (ou menos macho). Muito pelo contrário! E caso você diga que só assiste tais coisas por causa de uma irmãzinha ou um priminho, é melhor parar de mentir.
Bem, vamos começar porque esta vai ser uma daquelas postagens gigantescas.
A série que escolhi para analisar é "Littlest Pet Shop", também conhecida como um primo menos popular de "My Little Pony: Friendship is magic". Ambas as animações são produzidas pela Hasbro, que deve ser a empresa mais bem sucedida do ramo atualmente. Os seus programas para TV, sem falar de seus outros produtos, são um grande sucesso.
Tal como MLP (vou chamar o desenho das pôneis assim a partir de agora), LPS (vou chamar assim o desenho dos animaizinhos desta postagem) foi criado a partir de um produto já existente. A Hasbro gerencia as propriedades intelectuais de Blythe, uma linha de bonecas lançada em 1972, e Littlest Pet Shop, produzido em 1992. Utilizando de ambas encarnações modernas destes produtos, surgiram as séries mais atuais de brinquedos e o desenho animado, o qual estamos analisando.
É importante também mencionar os desenhos clássicos produzidos a partir da década de 90 que... caramba... Isso prova que se poder fazer muita coisa boa reciclando lixo.
LPS segue uma fórmula semelhante a de seu primo MLP, com histórias simples, fechadas, muita música, personagens legais e envolventes e, é claro, uma lição de moral e valores positivos transmitidos ao fim de cada episódio (He-Man?). Outra coisa bem bacana são as referências à cultura nerd, e nesse assunto LPS também arrebenta. Já tivemos referências à Jornada nas Estrelas, ao Agente 86, ao filme Coração Valente do Mel Gibson e até mesmo, já no primeiro episódio, ao filme A Hora do Rush... isso mesmo, aquele do Jackie Chan e do Chris Tucker.
A comparação foi um tanto proposital porque descobri recentemente que há um tipo de rivalidade entre as séries, mas ela vem mais por parte dos bronies e adoradores da clássica animação, vejam só. Eu curto ambas as franquias, mas tenho uma queda pelos LPS mais por conta de seus personagens do que pela qualidade das suas histórias como acontece com MLP.
E é assim que vamos fazer esta análise, não deixando de destacar alguns de seus personagens mais importantes.

"Olá, Bly-Bly-Bly... Bly-Bly-Blythe."
LPS conta a história de Blythe Baxter, uma jovem aspirante à moda que, junto com o seu pai, mudou-se de sua antiga cidadezinha do interior para a cidade grande, em um apartamento acima da loja Littlest Pet Shop. Depois de um pequeno acidente, ela descobre que ganhou um misterioso talento para entender e falar com os animais (Não procure entender, esse detalhe não faz a menor diferença para o desenho).
Nossa heroína é uma menina que pode falar com animais. Será que já vimos algo assim antes?


Desde então, ela sempre vem a loja e ajuda seus novos amigos a seguirem os seus sonhos e passa também a compreender melhor a si mesma. Estranho, eu comecei a falar dos personagens humanos. Eles são para muitos o maior ponto fraco do desenho e foi por isso mesmo que eu escolhi começar por eles. Eu penso diferente.


Blythe, que aliás é uma das mais criticadas pelos hatters, é bem legal, simpática, atenciosa. Talvez muitos não a curtam porque ela foge um pouco do padrão de garota forte da atualidade. Afinal, Blythe gosta de ser feminina. Ela ama desenhar, costurar, criar novos desiners para roupas e também se preocupa com a sua aparência, como visto em muitos episódios. Por outro lado, ela é muito independente e determinada. Muitas vezes precisa se virar sozinha, pois o seu pai, devido ao trabalho dele, fica longe dela na maioria das vezes. Blythe é uma "mulher" forte, mas não precisa deixar de ser feminina para provar isso. Também parece ser o único personagem são em todo o grupo que conhece, embora ainda tenha alguns momentos de comportamento questionável. Tudo em nome da comédia.


E por falar em comédia, o personagem humano mais legal de LPS sem dúvidas é o Roger Baxter (ou seria doutor Reed Richards?), o pai da Blythe. Ele é completamente viajante. E pensar que o cara trabalha pilotando... AVIÕES.
Sério, vocês já viram os desastres que ele causa no trânsito quando dirige o seu carro? O cara é um puta dum barbeiro! Eu pessoalmente não me sentiria seguro à bordo de um avião pilotado pelo senhor Baxter.


Em contrapartida, é um pai bem divertido e compreensivo, mas sabe ser também rigoroso quando preciso. Às vezes segue o clichê de superprotetor (coloquem-se no lugar dele e imaginem como seria ser pai de um filho único e ainda mulher) e é um tanto inconveniente com a filha e os amigos dela. Viram o episódio em que ele participa de um flash mob com a turma do colégio da Blythe? É tipo aquele seu professor do Ensino Médio que tentava ser descolado.
Há muita cumplicidade entre pai e filha. Eles são uma bela família, embora pequena. Ah, o senhor Baxter é dublado no Brasil por Wellington Lima, numa das raras vezes em que ele, já acostumado a interpretar vilões, empresta a sua voz para um cara legal.


Não posso deixar de mencionar a senhora Twombly! Ops... senhorita! Ou será senhora? Bom, o que importa é que essa simpática senhora é a dona da loja Littlest Pet Shop e foi ela quem arrumou um trabalho para a Blythe em sua loja, após a menina salvá-la de fechar, trazendo a sua ideia de moda para pets.
A senhorita T, como também é conhecida, é muito divertida e excêntrica e... uau... ela é bem atraente para a idade dela!

Um casal simpático, não acham?

"Alô. É a tia do Bátema?"

A energia que ela demonstra, em idade avançada, é inspiradora e faz dela um dos personagens mais agradáveis do desenho.


Estas duas coisinhas coloridas são as antagonistas do desenho. Melhor dizer antagonista porque de vilãs elas não tem nada.
Quando as vi pela primeira vez, pensei: "Por favor, que elas não sejam as vilãs do desenho!" Temia que o estilo delas transforma-se essa bagaça numa história de guerra de patricinhas. E Patty Kombat ninguém merece, por mais engraçado que isto poderia ser.
Foi uma grande surpresa para mim ver como Brittany e Whittany funcionam bem como antagonistas. Elas são superengraçadas e divertidas! Além de terem um parafuso a menos nas suas cabecinhas, não apresentam um pingo de inteligência. Vivem se dando mal... Se dando mal juntas... Aliás elas fazem tudo juntas. Esnobam, dão xilique, vão à detenção. Isso lembra alguém...

"Tipo... Ná, ná, ná."
Enfim, não dá para levar a sério a maldade de alguém com o nível de inteligência do Homer Simpson e do Bob Esponja. Elas são inimigas da Blythe porque... bem, elas são duas patricinhas que tem como suas inimigas naturais outras patricinhas e, infelizmente para a Blythe, ela também faz parte do sindicato. Embora diferente do restante desta categoria, Blythe sempre foi super gente boa e inteligente. 

Sem querer ofender, mas já ofendendo...
Mas, sério, eu não permitiria que essas irmãs Biskit se tornassem exemplo para a minha filha, diferentemente da Blythe, é claro.

E o pai das gêmeas, o senhor Fisher Biskit, o dono da Maior de Todas (que nome original), loja concorrente da Littlest Pet Shop, é um pouco esnobe, mas também é um cara legal. Ele quer que as filhas aprendam a agir de forma honesta e as estimula a sempre darem o melhor de si.


"Nada a ver issaí, doutor Nerd."
Ah, e a família delas tem o mordomo mais esquisitão e sombrio que já vi em um desenho animado. Não confio naquele cara.

Também podemos falar mais rapidamente dos outros amigos humanos da Blythe.


A coreana Youngmee Song que gosta de ser diferente e é sobrinha da Christie, a tiazona boazuda (coroas estão de fato na moda) que é dona de uma loja de doces vizinha a Littlest Pet Shop. Sue Patterson, atleta e feminista do grupo. E Jasper, o entusiasta do time.

Ufa, finalmente chegamos aqui.
Agora sim vamos falar da melhor parte da animação, os seus astros, os pets.
Decidi falar dos pets só agora porque com certeza já demoraria com eles e depois faltaria ânimo para falar dos personagens humanos. Então agora que já cumpri esta tarefa vamos ao melhor da festa, afinal a postagem de verdade começa agora.
Com vocês, os pets:


Vamos começar com a maior estrela do programa, uma diva, nas suas próprias palavras, a cadelinha Zoe Trent.
Curiosamente, a primeira imagem que tive deste desenho foi justamente da Zoe e foi um fanart que... não vamos entrar em detalhes. Mas eu já havia imaginado tratar-se de uma outra animação da Hasbro, já que esta personagem lembra um pouco a Twilight Sparkle de MLP.
Vai dizer que não pensou na unicórnio mágica e nerdona do desenho das pôneis coloridas?
Embora as semelhanças entre as duas fiquem apenas no visual, a personalidade da Zoe se aproxima um pouco de Rarity, outra unicórnio de MLP que, aliás, é a mais engraçada do time das pôneis principais na minha opinião.
Zoe gosta muito de cantar, atuar, enfim, é a mais falante e extrovertida do grupo. Sem falar que é a maior periguete do desenho, colecionando a mais longa lista de namorados de todas! Ela também gosta de se sentir bonita.
A propósito, uma coisa me deixa meio confuso. A Zoe é uma graça, é quem mais gosta de variar seu visual, é vista na maioria das vezes usando uma boina e uma vez até cantou (para as pessoas normais ela apenas latiu) com uma banda de rock diante de uma grande plateia. Então vem a pergunta: O que são os personagens de LPS? Pets regulares ou furries?
Talvez sejam furries que agem de vez em quando como pets regulares. E talvez a Blythe seja a única pessoa que se ligou nisso... ou não.
Teorias da conspiração à parte, Zoe Trent é uma das minhas personagens preferidas do mundo da animação atual.


Esta gambazinha chamada Pepper Clark é a minha personagem favorita do desenho LPS. É a mais bonita e encantadora de todos os pets para mim!

"Pepper?"
Além de trabalhar para o Tony Stark (he, he), Pepper é uma comediante. Engraçado que, quando se apresentou como tal no primeiro episódio, parecia até que ela não levava muito jeito para isso. Não que ela realmente leve, mas a Pepper parecia um pouco tímida à princípio. E acho que foi isso que me fez reparar nela logo de início. Tenho uma queda por personagens assim.
Bom, de tímida Pepper não tem nada. Ela é uma das mais atiradas de LPS. A única coisa que a constrange às vezes é o fato de soltar certos odores de vez em quando, mas isso é inevitável quando se é um gambá.
Ah, apesar do que eu disse antes, Pepper é engraçada sim. Porque é como diz aquele antigo comercial de refrigerante: "Em defesa das beldades desafinadas". Ou algo assim.


O mais sem noção do grupo, Vincent Alfonso Terrio, mais conhecido como Vinnie. Ele é um calango lagarto, fã do Elvis Presley (o topete não me deixa mentir) e pelo nome deve ser de origem latina, como já se podia imaginar.
O que eu mais gosto no Vinnie é a sua grande perseverança. É um fanático por dança, mas, como todo mundo que já assistiu ao desenho deve ter percebido, ele não sabe dançar. Isso explica o porquê dele estat sempre caindo de cara no chão toda vez que tenta alguns de seus passos. Mas ele realmente ama dançar e não desiste, isso sim é perseverança... ou talvez apenas falta de noção.
Antes de passar para o próximo, pode ser só impressão minha, mas vocês repararam que a voz do Vinnie lembra alguém?


Aqui há uma grande semelhança entre o Vinnie e o príncipe dos saiyajins, ambos parecem ter dois pés esquerdos. E já que falamos de vozes, alguém precisa pedir para os personagens machos do desenho melhorarem a afinação. A nossa dublagem tem sido trágica nas músicas quando os homens cantam.


A Pinkie Pie do grupo e também tão adorável quanto, a macaca Minka Mark.
Uma das mais legais do desenho e, provavelmente, a mais maluca. Adora desenhar, tem uma tara por coisas que brilham (Lembram do desenho "Meu amigo da escola é um macaco"?) e é indiscutivelmente hiperativa. Não para de falar por um segundo e provavelmente tem déficit de atenção, isso explicaria muita coisa.


Representa grande parte da alma dos pets e também é a protagonista de algumas das cenas mais viajadas e engraçadas do desenho. É, parece que não é só no seu visual que guarda semelhanças com a Pinkie Pie. 

"I amu du docta."
Sunil Nevla é o integrante (do sexo masculino) mais adorável dos pets. E sim, a voz dele é a mesma do Shiryu, dublado então pelo grande Élcio Sodré.
É um tipo de mágico. Gosta de fazer truques, mas, assim como o seu amigo Vinnie, comete algumas mancadas. Também é o mais medroso do grupo e admite isso sem constrangimento, mas, sendo ele uma fuinha, se tem uma coisa que faz o seu sangue ferver e partir para a briga, são as suas inimigas naturais, as cobras.


Na dublagem original, tem sotaque indiano.
Segundo um amigo biólogo, Sunil é uma fuinha de listras e isso faz dele uma espécie africana e não indiana.
Tá, essa informação não agrega nada à postagem. Vamos prosseguir.

Russel Capitão Kirk da Interprise
Se eu tivesse um pet, ele certamente seria como Russel Ferguson.
Por quê? Ora, nunca ouviram dizer que os animais se parecem como os seus donos?
Russel é o nerdão do grupo. Ele é o mais organizado, perfeccionista e sério dos pets. Eu gosto desse carinha, ele parece comigo em vários aspectos, sobretudo na nerdiçe, na timidez e na seriedade. Numa comparação entre MLP e LPS, ele ocuparia a função da Twilight Sparkle.
É um pouco inseguro e parece ser o preferido da Blythe.
Importante, não se esqueçam, Russel é um ouriço e não gosta de ser confundido com um porco-espinho. E engraçado que quando o vi pela primeira vez pensei na Flaky, a porco-espinho da animação de humor negro da Mondomedia, Happy Tree Friends. Então Russel é quase uma versão masculina da Flaky, ambos são tímidos e tem problemas com espinhos.
Repararam que todos os pets tem nome e sobrenome? Será que isso reforça a "teoria furry"? Espero que não.


Mais uma asiática no elenco de LPS!
Penny Ling é uma panda e logicamente veio da China.
Só eu acho estranho essa loja e as pessoas que a frequentam? Quem teria um gambá ou um panda de estimação? É, essa panda não deve crescer muito...
Penny Ling, assim como Blythe, também possui alguns hatters. Como pode? Muitos acham que Penny Ling (e os personagens humanos) não faria falta ao desenho. E eu discordo totalmente!
A ursinha é a mais meiga e amável do grupo de pets. Sem Penny Ling, LPS perderia a maior parte da sua inocência e sensibilidade.
Não é encantadora? Quem resistiria a ela?
Está lançado o desafio!

Menções Honrosas para Buttercream (a coelha) e Sugar Sprinkles (a gata cheia de granulados na cabeça). Só cito as duas porque foram de fato as mais legais de uma imensa gama de personagens carismáticos que surgiram no desenho.


As duas, que vivem com Christie, aparecem muito pouco, mas definitivamente roubam a cena sempre quando fazem presença. Sugar Sprinkles, aliás, é uma das mais adoráveis e divertidas personagens e é a preferida de muitos fãs do desenho. Não tem como não curtir a personalidade dessa gata, ela é demais.

Bom, apresentei os pets principais do desenho, então agora vamos deixar a diva Zoe Trent fazer do jeito dela:

           


  
Poderia falar mais sobre outros personagens, humanos ou pets, ainda há muita coisa legal para comentar sobre LPS, mas a postagem já se estendeu demais. Então vamos finalizar com a nota final do Doutor Nerd:
"Bora assistir."
10/10
Não poderia dar uma nota menor. LPS é diversão na certa para os pequenos e (por que não?) para os adultos também. Apesar do tema ser mais direcionado ao feminino, as histórias cheias de loucuras e confusões com certeza agradarão todo mundo, tal como acontece com MLP.
Há alguns anos atrás, eu escutava muito que os desenhos animados estavam ficando cada vez piores. LPS é uma das provas do quanto este julgamento era equivocado. Esta animação nos proporciona risadas, boas lições e até nostalgia para os adultos.
Eu aprovo.
No Brasil já foi exibida a primeira temporada dublada e completa. A segunda temporada já deve estar em fase de dublagem e, com a boa aceitação que a série vem tendo, pode apostar que mais diversão vem por aí.
Até a próxima e obrigado por sua audiência e sua paciência. 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

MOMENTOS MAIS ÉPICOS DA DC COMICS


Como prometido, desta vez falaremos sobre alguns dos momentos mais épicos presentes na história daquela que foi a minha editora favorita de quadrinhos, a DC Comics.
Eu disse "foi", tempo pretérito, por uma série de motivos que já cansei de dizer, mas posso afirmar que ainda tenho uma grande afeição por esta editora. O caso é que não tenho mais disposição para ler as histórias deste novo universo DC, os "Novos 52", embora eu deva admitir que, por puro preconceito, esteja perdendo histórias muito boas, de acordo com as opiniões que encontro na web. A "Detetive Comics" por exemplo parece arrasadora e eu gostaria de poder acompanha-la.
Mudando um pouco de assunto. Vocês assistiram a última animação da DC lançada sobre o Batman? Amigos, eu já me arrependi de muitas coisas que escrevi aqui neste blog, sejam piadas de mau gosto ou críticas diretas a certas pessoas, e o que mais me arrependo agora foi a crítica violenta que dirigi à animação "Justice League: War". Por quê? Bem, depois de assistir ao "O filho do Batman", "Justice League: War" parece um filmão.
Como puderam fazer isso comigo? Colocaram neste filme o Exterminador, meu vilão favorito da DC Comics, como inimigo principal, muito provavelmente como uma jogada de marketing, afinal precisavam de um vilão de peso para atrair o pessoal para assistir à animação, e o retrataram como um perdedor fracote, apanhando para o pior Robin de todos os tempos, Damian Wayne! Sem falar que a história foi totalmente modificada. O Batman foi apenas um coadjuvante, fazendo romance de novela com a Tália al Ghul, enquanto Damian era um herói foderoso, mais imortal do que o Wolverine! Eu sempre achei a personalidade dele difícil de engolir e o filme parece que fez questão de enfatizar o que havia de pior no personagem.
Quando vi aquilo, só pensava no que se passou na cabeça desses roteiristas. "Damian é filho do Batman. Como não amá-lo?", deve ter sido isso o que eles pensaram. Mas eu ODIEI. Já não gostava do Damian, agora eu detesto mesmo! Por que não mantiveram a ideia para o filho de Bruce Wayne apresentada em "O Reino do amanhã"? Esta foi a primeira vez que uma animação da DC Comics me decepcionou, mas é claro que isso não muda o fato de sempre serem feitas, em quase sua totalidade, animações muito superiores às que são feitas para a Marvel.
Toquei no assunto em uma postagem meio nada a ver, mas tudo bem. Isso serve para mostrar que nem sempre vou gostar de tudo aquilo produzido para animações da DC mesmo que seja uma história pré-reboot. Voltando então ao que viemos falar, os momentos mais épicos da DC Comics selecionados por mim.


Batman mostrando quem manda 

O Cavaleiro das Trevas sempre foi um ícone, é claro, mas esta deve ter sido a primeira vez que ele se sentiu como um fodão. Um estrategista implacável que tem todas as cartas e está preparado para todas as contingências possíveis. Aqui foi o seu momento badass ao extremo, mostrando aos Marcianos Brancos como foi grave o erro de subestimar este particular "mero humano." Eles não fizeram suas pesquisas sobre o Batman, mas ele fez sua lição de casa sobre eles e suas fraquezas ao fogo, deduzindo uma maneira de dar cabo desses deuses espaciais apenas com um galão de gasolina e uma caixa de fósforos.
Depois dessa, os pesos pesados da Liga da Justiça vão pedir pra sair.


Barry Allen morre para salvar o Universo 

O debate sobre as datas precisas para o início de cada era de super-heróis e o seu final vai continuar e continuar. Ainda assim, se a Era de Prata começou com a estréia de Barry Allen, certamente acabou com a sua "morte", que coincidiu com o início de muitos anos de histórias épicas como "Sentinelas" e "Cavaleiro das Trevas" que desconstruíram o conceito comum de herói.
As únicas mortes que realmente tiveram peso para mim nos quadrinhos foram a do Superman, enfrentando o Apocalipse, e a do Barry Allen, o segundo Flash, na saga "Crise nas Infinitas Terras". No caso do Homem de aço, foi mais pela ousadia da DC em matar o seu principal super-herói e, no caso de Barry, é indiscutivelmente a morte mais heroica de todos os tempos na ficção, com o personagem correndo de forma alucinante para salvar o Universo inteiro da destruição nas mãos do Anti-Monitor.
Apesar de Barry acabar retornando muitos anos depois, numa das piores ideias já tidas para um quadrinho de super-heróis, nada tira o brilho do que fora aquela época áurea. E curiosamente podemos estar apenas a alguns anos de ver uma geração de crianças que podem não se lembrar do personagem ter alguma vez ido desta para melhor. O esforço do personagem em últimas circunstâncias para frustrar os planos do Anti-Monitor continua a ser uma das mortes mais emblemáticas de todos os tempos. Literalmente marcou o início de uma nova era.


Lex Luthor não acredita que Clark Kent seja o Superman

É certo que há muitos conceitos em super-heróis sobre os quais nós apenas temos que superar a nossa descrença para podermos ir de encontro a eles. Um dos mais famosos, obviamente, é como Superman pode manter uma identidade secreta, com apenas um par de óculos e um penteado diferente. Ainda assim, se você sabe alguma coisa sobre a natureza humana, você vai saber como grandes personalidades muitas vezes desafiam a lógica óbvia. Por isso foi um golpe bastante brilhante da parte de John Byrne deixar Lex Luthor desvendar este segredo especial do seu maior rival, o Superman, para logo em seguida descartá-lo porque a revelação não se encaixava em sua visão de mundo distorcida, na qual o poderoso exerceria seu poder em todos os momentos. Ele tem um computador super-caro super-avançado que deduziu uma resposta e em seguida ainda a descartou. Que ego!


Superman ergue o escudo do Capitão América e o martelo de Thor 

Ok, este momento não foi exclusivo da DC Comics. Na verdade ele aconteceu na melhor história crossover já feita na minha opinião, "Liga da Justiça versus Vingadores". E nesta história não podemos negar que o Superman foi quem realmente roubou a cena. 
De muitas maneiras, ver os maiores super-heróis de quadrinhos cooperando para vencerem o seu maior desafio foi ainda mais emocionante do que vê-los lutando entre si. Enquanto vimos Superman e Thor finalmente resolvendo a questão de "Quem ganharia?" na primeira parte da história, por outro lado, a cena emblemática do Homem de aço empunhando o Mjölnir do deus do trovão e o escudo indestrutível do Capitão América realmente provou ser um momento ainda mais memorável. Precisamente porque isso acontece por causa dessas outras lendas voluntariamente terem emprestando suas armas de assinatura para o Homem de aço como um reforço para que ele pudesse derrotar a ameaça de Krona. Isso é heroísmo. Para uma série com o "versus" em seu título, quem teria imaginado que veria os partidos de oposição chegando finalmente a acordo de cooperação?


Homem-Animal conhece Grant Morrison

Grant Morrison é um cara genial. Ele é um gênio maluco, melhor dizendo. O careca costuma usar e abusar da linearidade narrativa e da metalinguagem em seus roteiros, exigindo do leitor um cuidado bem maior aos detalhes para não deixar passar nada. E em sua passagem pelos roteiros do Homem-Animal o escritor levou isso às últimas consequencias, chegando ao ponto do personagem se dar conta de que não é real, e se encontrando com o próprio Grant Morrison.
Nunca uma HQ havia utilizado de uma narrativa tão "metaficcional", fazendo o protagonista perceber o que acontecia à sua volta e colocando o leitor participando daquilo. Um verdadeiro clássico.


Coringa e Batman gargalham na chuva

Ambiguidade não é algo que você pode achar com frequência nestes contos de capas, colantes e socos. Geralmente o que você vê é o que você recebe. Quando Batgirl leva um tiro, por exemplo, não é exatamente uma cena aberta à interpretações. Assim, uma sequência como essa é bastante notável de como ela funciona e gera um número de ideias e interpretações distintas para os leitores, que acabam tornando-se válidas. Estou falando da cena final de "A piada mortal", onde Batman, após sofrer a dor de ter sua amiga, a Batgirl, aleijada e violentamente espancada pelo Coringa e, ainda, tendo salvado o comissário Gordon de quase enlouquecer nas mãos do vilão, consegue dar risada da piada dele e ambos terminam a história gargalhando juntos na chuva, reconhecendo que ambos são loucos. Ou será que ele estava realmente tentando estrangular o Coringa, porque finalmente percebera que não havia nenhuma outra forma  de parar esse maníaco de assassinar e mutilar pessoas inocentes? A escolha pela última opção é o que faz esse final verdadeiramente arrepiante.

 
Homem Borracha sobrevive por 3000 anos no fundo do mar

Se você já teve problemas para compreender todos os paradoxos simultâneos em uma história de viagem no tempo, imagine o quão confuso teve ter sido para quem participou realmente dela. Quando duas equipes da Liga da Justiça estavam lutando duas batalhas cerca de 3000 anos de diferença uma da outra, na briga, o comediante flexível, o Homem Borracha foi acidentalmente esquecido, deixado para trás, em tempos pré-históricos. Ops! Quando a Liga voltou ao presente, eles perceberam o seu erro e voltaram para encontrar o Homem Borracha exatamente onde ele havia sido deixado, no fundo do Atlântico, três milênios antes! 
Histórias sobre viagens no tempo raramente ficam tão épicas quanto esta. O Homem Borracha teve que contar com sorte de ser imortal, e devemos considerar também a sorte dele não ser biodegradável.


Superman reativa o Sol

"Superman All-Star" apresenta definitivamente o maior trabalho do Homem de aço, isto todos irão admitir. Entregando-se de vez a todos os caprichos surrealistas da Era de Prata, esta série conclui com o Superman literalmente mergulhando no núcleo solar e construindo um coração novo para o nosso Sol, mantendo-o em pleno funcionamento, após a intromissão do sol tirano, Solaris. Você fica com a sensação de que Lois Lane detém esta imagem exata em sua mente quando ela insiste que, apesar de a opinião pública mundial afirmar o oposto, o Kal-El real não está morto, apenas se preparando para voltar e ainda conclui algo profundo sobre o poder do Superman como um símbolo de esperança. Mais um acerto fantástico de Grant Morrison.
Curiosidade: Em "DC um milhão", também de Morrison, Superman retorna do Sol como um Superman Prime após 15 mil anos de coleta de energia.


Batman mata Darkseid

Quem poderia pensar em uma melhor maneira para concluir um crossover do que com um mero humano feito o Batman ferindo mortalmente o deus maligno Darkseid?
Após milênios de Guerras galácticas e depois de inúmeras tentativas fracassadas de super-humanos combatendo este lendário déspota, finalmente ele encontra o seu fim nas mãos de um mortal. Com certeza não teria espaço suficiente para descrever a fodiçe deste momento, embora Batman também tenha encontrado o seu fim, sendo atingido pelo Efeito Ômega do vilão cósmico.
Mas nem tudo foram alegrias. Veio depois uma história esquisita que explicava que o Batman não havia morrido e sim acabara sendo transportado para os tempos primordiais, preso em um tipo de armadilha temporal. Esquisito é pouco.
Em tempo, Darkseid retornou nas páginas de Liga da Justiça versão Novos 52. Mas e o que aconteceu com o clássico? ELE AINDA ESTÁ MORTO. E isso significa que a vitória do Batman ainda é válida.


John Stewart mata Mogo

Hal Jordan pode ser o maior Lanterna Verde e Sodam Yat pode ser o último Lanterna Verde, mas deve haver uma descrição ainda mais superlativa para Mogo, um planeta vivo (deve ser parente do Sr. Bazoo) membro da tropa dos Lanternas. Sério, se você nunca poderia ferir um planeta, como poderia então matá-lo? Bem, quando Mogo sofreu uma lavagem cerebral realizada pelo vilão Krona durante a Primeira Guerra dos Lanternas Verdes, John Stewart tinha que encontrar um jeito. Usando um anel da Tribo Índigo para assumir os poderes dos Lanternas Negros, ele disparou um míssil carregado de morte no coração de Mogo que finalmente matou o criatura, confirmando como quadrinhos  podem ser impressionante bizarros e que planetas também podem morrer.


Bane quebra o Batman

Os anos 90 foram uma época em que muitos dos nossos grandes heróis foram caindo em tempos difíceis. Alguns tornaram-se clinicamente insanos, outros foram assassinados em público. Mas não há nada mais visceral sobre um herói do que vê-lo recebendo uma lesão violenta na sua coluna em um quadrinho, ao ponto de que ele simplesmente já não pode mais andar na próxima edição. O que é talvez ainda mais assustador é a forma de como isto não foi um ato de simples raiva furiosa. Não, esse foi o único momento realmente violento, enquanto, durante os seus antecedentes, assistimos à execução de um plano muito bem preparado pelo astuto vilão Bane. Muito calmamente orquestrado ao longo de alguns meses, até que ele pode finalmente quebrar o Cavaleiro das Trevas.


Mulher Maravilha mata Max Lord

Um ato de violência, cometido por amor. Por amor! Depois que Max Lord tornou-se particularmente desagradável e usou seus poderes de controle da mente até então não revelados para fazer do Superman um peão altamente perigoso, a Mulher Maravilha foi confrontada com terrivelmente poucas opções de como proceder. Quando o Sr. Lord arrogantemente disse a ela (enquanto envolvido no Laço da verdade) que o Superman apenas iria ser libertado do controle por cima do seu cadáver, ela teve ainda menos opções. Assim, porque o seu amor pelo Homem de aço (Romântico? Platônico? Faça a sua escolha) foi mais forte do que o seu código de conduta habitual e seu medo da condenação pelo seu próximo ato, ela quebrou o pescoço de Lord e mais uma vez o dia foi salvo.


Batman soca a cara de Guy Gardner

Se tem uma fase divertida que todos deveriam conhecer com certeza foi o clássico Giffen / DeMatteis / Maguire executado em Justice League.
Guy Gardner, você amou odiar este Lanterna Verde (falo odiar no "bom sentido"), tanto que vê-lo recebendo nesta cena o soco mais épico de todos os tempos, foi algo realmente foda. Não há maior diversão do que ver um idiota ser colocado no seu lugar devido lugar. Quando Guy desafia o Batman pela liderança da equipe, tudo começa a parecer uma grande piada. O Lanterna Verde incita o seu rival para uma luta mano-a-mano, mas o Batman nem lhe dá tempo de se defender de seu soco surrealmente poderoso. Foda também é a reação do Besouro Azul presente na cena ("Um soco! Um soco!"). Com Guy caído no chão, os demais membros da Liga finalmente podem continuar com a sua reunião. Realmente um clássico!
Perdão, Guy. Sou teu fã, mas essa aqui você mereceu.


Superman revela sua identidade secreta a Lois Lane

Demorou. O Superman deve ter tido uma série de questionamentos sobre o assunto. Mais precisamente, ele demorou umas cinco décadas para finalmente revelar ser Clark Kent para a mulher que ama.
O que é mais desconcertante é o fato de que a Sra. Lane, uma notória repórter, não ter sido capaz de deduzir isso por si mesma, de antemão. 


Batman vence o Superman

Uma velha questão que, por algum motivo (estranho) sempre fora muito debatida com seriedade: "Quem ganharia em uma luta? Superman ou Batman? "Ainda que feito isto em uma história de um "universo paralelo", Frank Miller ofereceu a resposta. Mais do que qualquer outra já apresentada, esta luta carrega com ela um verdadeiro choque entre a justiça e a lei, com o Batman muito mais dissidente politicamente exercendo a sua filosofia contra um Superman que é vendido há muito tempo e agora é nada além do que um fiel cãozinho a serviço do grande governo.
Não existe cena mais surpreendente do que esta imagem do Superman levando um cruzado de direita do Homem Morcego. E ele ainda engana o Homem de Aço, fazendo-o pensar que Bruce Wayne fora morto de uma vez por todas na luta. Nada mal para um super-herói que nunca teve superpoderes.


Superman volta a ativa durante a série "O Reino do Amanhã"

O momento mais épico da DC Comics não podia ser outro, senão aquele que por si só é o mais marcante de toda a 9ª arte.
Decepcionado em ver que as pessoas preferiam o estilo de Magog e sua nova geração de heróis que agia de uma forma mais extrema, Superman se exila na Fortaleza da Solidão.
Porém, uma desastrada ação liderada por Magog que acaba por destruir todo o estado do Kansas, faz com que o Homem de Aço decida retornar, disposto a colocar tudo em ordem. E ele assim o faz. A cena do Superman mais velho retornando imponente marcou gerações.
Estou ainda aguardando uma animação para "O Reino do Amanhã" no nível de "Thor e Loki: Irmãos de sangue", preservando assim o imortal e inigualável traço de Alex Ross.


Estes foram os momentos épicos da DC Comics que selecionei. Claro que aconteceu mais um tanto de cenas épicas ao longo da história da editora, mas a listagem seria infinita.
Por hora, vamos ficar de olho nas novidades. Está a caminho do cinema o tão comentado "Batman versus Superman" e o filme da Liga da Justiça parece já começar a tomar forma. Será que rola um filme sobre o Aquaman? O personagem, depois de ganhar um novo gás no gibi na década de 90, caía na porrada até com o Lobo. É, sei, eu sou estranho.
Obrigado por ler e até a próxima postagem.

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